O Gol é o orgasmo do futebol. E, como o orgasmo, o gol é cada vez menos frequente na vida moderna. Galeano, preciso. Algum dirigente rubro-negro, desses que vestem cores distintas do vermelho e do preto, e de outro patamar, poderia reescrever: O título é o orgasmo do futebol, e como o orgasmo, o título é cada vez menos frequente na vida do Flamengo moderno. E ainda completaria: Segue normal. Pela primeira vez, nos últimos anos, decidi ficar à margem do processo político eleitoral do Flamengo. Ou pelo menos, tentar. Não pertenço aquilo ali. Sou da arquibancada. De cimento. Não me vejo naqueles valores, não tenho representatividade nas reuniões do Alto Leblon, não encontro Flamengo em projetos excludentes, não compactuo com missões e planos de governo que deixam de foram o bem maior: o torcedor e a torcedora. O pobre, o favelado, o negro, a mulher, o que não pode pagar o Plano de Sócio Torcedor. Antes a disputa era por desvios e benesses. Hoje é pelo poder. Aquela boa e velha medição de quem tem aquilo maior. Tolinhos. A terra é seca, mal se pode cultivar.
Mas eu sou marcada pela própria natureza rubro-negra e resgatada, a todo instante, por essa energia que só o Clube de Regatas do Flamengo tem. Vocês sabem do que estou falando. Uma vitória e já estamos sonhando. Um cruzamento bem feito e que resulta em gol, e já pensamos na comemoração do título. Um orgasmo, digo, gol e já me imagino tomando o chopp da conquista dentro da taça de campeão. Rubro-negro é forte, supera a miséria sem fim. Recebi uma mensagem de um torcedor. Ele tinha uma “lembrancinha” para me dar. Marquei com ele no Maracanã. “Te acho lá no seu lugar”, ele disse. E já me enchi de amor por ter um reconhecimento de um espaço que é meu, que é seu, nosso. Por direito. Por conquistas. Por paixão. Ao encontrá-lo ele aponta para um lugar na arquibancada e conta em que lugar estava em 1981, quando conheceu um torcedor membro da FLACHOPP. O ano, a história, a torcida (que meu pai foi um dos fundadores e presidente), e lá vem aqueles filmes, histórias, alegrias, dores, saudades, tudo ali, na arquibancada. De repente ele tira do bolso um envelope amarelado pelo tempo e me entrega. Meu coração disparou. Era meu pai me dizendo: “Acredita, V i v i a n e. Não desiste. NÓS somos F L A M E N G O.” Ele lá do céu rubro-negro estava me mandando um recado. Morrem as plantas e foge o ar, mas o FLAMENGO permanece. Nos move, mobiliza, nos dá vida de novo. Abri o envelopinho, e tirei de dentro dele um cartão de natal, que o amigo tinha recebido, NAQUELE ANO, depois de ter feito amizade com um membro da torcida. Um cartão de natal guardado por 37 anos. Assim como nós guardamos o título.
“Tem mais uma coisinha”. Tremendo, tirei de dentro do envelope um cordãozinho com um pingente do manto sagrado. “Era da minha mãe”, disse ele. DESABEI. Chorei de amor. Pelo Flamengo. Por conhecer tanta gente linda, elegante, sincera na ARQUIBANCADA. Por ouvir histórias de vida, de dedicação, de ENTREGA pelo Flamengo. Para o Flamengo. Quando me recuperei, antes do apito inicial do jogo, lembrei de perguntar o mais importante: Por qual motivo ele estava me presenteando com histórias e lembranças pessoais tão valiosas? A resposta foi umas das poesias mais lindas que vi e ouvi: “As coisas do Flamengo precisam circular. Não podem ficar guardadas. Não pertencem só a mim.” E eu achei de uma delicadeza divina tão grande, pois a todo instante meus 11 leitores, meus amigos, desconhecidos, parceiros de jogos, viagens, de resistência rubro-negra, partilham comigo as coisas do Flamengo, e tem gente que acha que pode tomar o poder e se sentir dono do Flamengo, que o dinheiro em caixa, tem mais valor que as histórias de arquibancada, que o seu candidato tem aquilo maior que o do outro, esquecendo que a performance é que traz o resultado. Obrigada Pai, por mais essa lição. Obrigada, André Lúcio por me lembrar que: “O esporte é o meio de divulgar a elevada significação simbólica da cultura de um povo. Assim, a Torcida FlaChopp, irmanada pelo mesmo ideal comum, conjugada com o mesmo espírito altruísta e humanitário que nos anima, faz de seu pensamento a formulação dos desejos e esperanças de todos os desportistas.” [Mensagem de Natal da Torcida FlaChopp, 1981]
Rubro-Negra mulher forte, dizia o Poeta assim.
Pra vocês,
Paz, AMOR e Orgasmos.
Sigo enfiando todos os dedos, das maõs e dos pés, nas fuças desse escroto que venho denunciando a mais de 2 anos como o pior presidente da história do Flamengo.
Como se não fosse bastante o número e a profundidade das cagadas que fez no departamento de futebol, principalmente, durante seus 2 mandatos, ele fecha (se não fizer mais cagadas até deixar o cargo) com a venda do Paquetá abaixo da multa rescisória, logo nesse momento, que certamente vai interferir no ambiente do vestiário, colocou o próprio clube na justiça pra ter o direito de usar a cor azul, além do uso do Flamengo na sua campanha pra deputado (felizmente não se elegeu).
Cadê a Magnética que não mostra sua cara?
Precisamos de um ‘Flamengo’ possível, que tenha um pouco de nós nele, um pouco de todos nós.