Em primeiro lugar, me perdoem o atraso na publicação desse humilde pós-jogo. Mal consigo disfarçar a minha falta de prática em comentar derrotas do Flamengo. Essa já a nossa segunda derrota do ano e admito que ainda não me acostumei com isso. Trata-se, evidentemente, de uma anomalia, que deixa a mim e à nossa espetacular e assídua torcidona deveras preocupados. Porque se continuar nessa batida louca de derrotas, até o fim do ano é capaz do Flamengo perder, sei lá, 5 ou 6 vezes! Em segundo lugar, o vasco. E em terceiro lugar, graças aos deuses que acabou essa porcaria de carioqueta! Uma competição que mostrou mais uma vez ser de pouquíssima utilidade pro Flamengo.
Como preparação para outras competições o Carioca não tem serventia, os nossos adversários estão, em sua absoluta maioria, abaixo da linha da pobreza futebolística e não servem de parâmetro sequer para enfrentarmos os mais modestos entre os 80 times que iniciam a Copa do Brasil. Como fonte de geração de receitas serve menos ainda, porque quem organiza o certame tem como objetivos principal, secundário e colateral o próprio faturamento, e não os dos clubes, os otários que se lasquem. E tampouco serve pra inflar o peito de orgulho do torcedor rubro-negro, já plenamente empanturrado com 33 Cariocas e hoje obrigado a lidar com um indisfarçável fastio da (para nós) vulgar iguaria.
Ainda assim, seria extremamente desonesto intelectualmente dizer que não queríamos vencer o Carioca pela 34a vez. Querer nós queríamos. O que tirou um pouco do tesão da conquista é que diante do nível técnico dos nossos concorrentes vencer o Carioca tornou-se uma obrigação para o Flamengo. E todo mundo sabe que até o sexo gratuito, quando obrigatório, é meio chato. Principalmente quando sabemos que nós é que pagamos a maior parte da conta dessa palhaçada rural. Sem querer humilhar mais a quem já se humilha diuturnamente no âmbito do carioqueta, não faz mais nenhum sentido o Mengão carregar esses 15 mortos de fome na nossa aba. Se querem continuar a brincar de casinha em 2016 não nos convidem, porque acho que nós não vamos.
Mas você deve estar se perguntando, se nós somos assim tão superiores aos adversários como é que conseguimos perder essa joça? Não sou o dono da verdade, mas tenho cá umas teorias. Acredito, por exemplo, que no futebol certas forças, energias e vibrações cósmicas encontram uma vasto campo de atuação. Modificando resultados dados como certos, derrubando projeções científicas e frustrando o mito do favoritismo em mais ocasiões do que somos capazes de perceber. E quanto menores forem os times envolvidos maiores são as chances que essas sobrenaturalidades se imponham sobre a dinâmica normal e corrente do esporte. Está aí mesmo o carioqueta, com sua plêiade de timinhos e seus resultados, salvo nos esperados e até protocolares triunfos rubro-negros, sempre imprevisíveis e sujeitos à revisões pós-apito final em tribunais Playmobil de idoneidade discutível.
Vejam o jogo contra a vasca no domingo. Mais do que os 11 pernas-de-pau de camisa feiona e as muitas almas sebosas de sua macabra entourage, o Flamengo enfrentou no domingo uma força elemental da natureza: a vocação da vasca para o vicecampeonatismo. Acreditem, é bem desafiador enfrentar essa força estranha numa semi. É exatamente o contrário de contar com o estigma do vicempeonatismo atuando a nosso favor em uma final, como aconteceu em 44, 74, 78, 86, 99, 2000, 2001, 2004, 2006, 2011 e 2014. Aliás, vocês devem lembrar que há alguns anos sucumbimos diante dessa mesma energia negativa em uma semi do carioqueta que viria a ser conquistado pelo ímpio tricolor sobre o vice eterno. Mas a teoria também não serve como desculpa.
Forças ocultas à parte, é forçoso admitir que o Flamengo não jogou porra nenhuma e perdeu merecidamente. Os erros de arbitragem, a pressão extracampo, o conluio entre a feder+ação e dirigentes de controvertido background foram bem menos decisivos que a manifesta falta de disposição dos nossos molambos diante da vasca. Mesmo porque todo torcedor de time grande sabe perfeitamente que clássicos são clássicos e vasco-versa. Jogos onde o juiz rouba pros dois lados (nem sempre no mesmo jogo) e que só chora quem já perdeu. Porra, como eu odeio ver rubro-negro chorando por arbitragem. Não livro a cara nem da Nivinha. Mentira, pra Nivinha eu dou um desconto. Mas só se ela parar de muquiranagem e botar aquele shortinho perigosão de novo na roda.
Porque até pra poder chorar é preciso uma contrapartida mínima em empenho e suor. Sei que é fácil demais, e injusto demais, pra quem fica sentadinho, na arquibancada ou no sofá da sala, avaliar o nível de empenho e suor de quem está se fudendo todo lá no gramado. Mas, pelo menos no Flamengo, a questão do suor deve ser encarada de maneira análoga à questão da moralidade da mulher de César. Isto é, não basta ao filha da mãe encharcar o Manto de suor, é absolutamente necessário que pareça aos olhos de toda a Nação que o filha da mãe desidratou-se de tanto suar. Não creio que alguém vá se opor se eu considerar como verdadeiro e inapelável o meu veredito de que o time inteiro do Flamengo aparentou suar bem menos do que o necessário.
E olha que eu estava até disposto a estender ao time o desconto que fiz pra Nivinha. Mas os caras tem jogado tão mal nos últimos jogos que tal desconto ia acabar prejudicando o desenvolvimento moral da equipe. Que mané desconto, jogaram mal pra cacete contra o Nova Iguaçu, foram horrorosos em 180 minutos contra a vasca e ainda querem massagem? Põe geral ajoelhado no milho. O vice é horroroso, sabemos que vence-lo não quer dizer nada, mas não conseguir vence-lo é um sintoma grave de alguma moléstia coletiva que nos acometeu desde que retroalimentamos o Flor com 3 ovos de páscoa adiantados. O urubu está na muda e se nada for feito não é possível fazer previsões cor-de-rosa sobre nosso futuro próximo. Luxemburgo, bota esse projeto aí pra ralar que do jeito que tá, lamento, mas não vai rolar, professor.
O mundo gira, a lusitana roda e o Flamengo não pode parar. Quarta-feira já temos jogo pela CB. O Salgueiro, além de ser vice do carnaval do Rio, quer fazer uma graça e já vendeu todos os ingressos pro jogo de ida lá no polígono da maconha. Espero, sinceramente, que o Flamengo na quarta-feira acabe com essa sequência funesta de dar mole pra time pequeno.
Mengão Sempre
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Eu só peço ao meu querido e amado Flamengo que não me faça sofrer como sofri ano passado.
Não tenho condições físicas e psicológicas para isso. Sou Flamenguista, estou acostumada com vitórias e títulos hahahah
#PapagaioVintém
Não ganhar da vasca só é aceitável se a poderosíssima força viceína da bigoduda se confirmar domingo.
#PapagaioVintem
Jogamos muito mal nos dois jogos. Se tivéssemos jogado um pouco de bola ganharíamos desse time de São Cristóvão. #papagaiovintem
1- CONTRA MUQUIRANAGEM DE SOPRADOR DE APITO, a melhor arma é TIME BOM, time que faz gol. Esses caras eram pra todos os lados e gostos. Então o negócio é fazer gol. Ou vocês acham que mesmo inventando penalti contra eles o… BARCELONA perderia pro vice? teria feito uns 5 ou mais. E, a propósito,
2- vasco.
3 – O JOGO CHAVE desse campeonato foi aquele em que, talvez, o flamengo tenha jogado melhor. Falo da derrota por 1×0 contra o foguinho (ameriquinha do século XXI) quando o MENGÃO jogou BEM MELHOR que o alvinegro , dominou todo o jogo e levou um gol espírita aos 40 e tantos do segundo tempo. Ali o flamengo deixou de obter 3 pontos que o deixariam em primeiro, taça guanabara, jogar contra o quarto, etc etc.
SRN
Luxemburgo armou o time MUITO mal nessa partida … o pior jogo do Profexô nessa nova passagem pelo Mengão.
#PapagaioVintém
#PapagaioVintém… Arthur, como sempre, brilhante texto… Me fez até repensar a reclamação que andei fazendo aqui mesmo no RP&A sobre a arbitragem…. Realmente fomos prejudicados, mas poderíamos, ou deveríamos, ter dado a volta por cima… Ou mesmo já ter liquidado logo, para evitar dar “chance ao azar”… Saudações…
Você é, sem sombra de duvidas, um excelente escritor, sorte a nossa você ser flamengo, e sorte a sua nascer pro flamengo! Forte abraço!