Iniciada a partida, tive a constatação: rapaz, não é que isso está mesmo idêntico a uma missa? O malandro à nossa frente gastava seu latim em homenagem aos erros do árbitro. Um pouco ao lado, uma senhora acalentava uma criança enquanto suplicava, como são Eduardo Galeano, por um golzinho ou um lance bonito pelamordedeus. E tome de amigos com as mãos postas junto ao lábio, olhares em direção ao céu, apertos e beijos nos amuletos. Até que olhei para o lado direito e o rapaz, em gesto nada católico, cavoucava o nariz atrás de uma resistente pitota. No templo Mario Filho é assim, meus irmãos: cada qual que preencha seu vazio espiritual como queira.
Ontem, próximo à meia noite, a porcentagem de ateus na torcida do Mengão (eu inclusive) era de exatamente 0,00000000%. Agora é dia 29! Boa sorte a todos nós!
Amanhã tem celebração especial no Templo Sagrado. Que as divindades estejam do nosso lado. Amém.