Libertadores, oitavas de final, jogo de ida.
Com assumida sensação de impotência, o máximo que consigo fazer depois de Flamengo e Emelec é uma falsamente criteriosa análise individual.
Diego Alves. Os chutes que tiveram direção certa entraram, com alguma colaboração dele no primeiro gol. Deu azar no segundo, mas goleiro sem sorte é que nem o clássico personagem de Nelson Rodrigues, que vai chupar um chicabom e morre engasgado com o palito. Goleiro sem sorte nem deve sair de casa.
Rodinei. Manteve o padrão habitual. Às vezes lembra o que o bicampeão mundial Didi falou a respeito do lateral Toninho Baiano, quando era seu técnico no Fluminense: parece que tem bloqueio mental. Detalhe: na comparação entre os dois, Rodinei sequer amarraria as chuteiras de Toninho.
Léo Duarte. Junto com Rafinha, falhou na marcação a Godoy no primeiro gol. No segundo, saiu vendido na cobertura e não tinha muito o que fazer. Jogando exposto, seria injusto culpá-lo de alguma coisa.
Rodrigo Caio. Junto com Renê, falhou na origem da jogada do primeiro gol e, no comecinho do segundo tempo, deu uma pixotada de cabeça que só foi resolvida devido à providencial furada do atacante Brayan Angulo. A seu favor, a mesma regra que valeu o salvo-conduto a Léo Duarte.
Renê. Em suas costas começou a jogada do primeiro gol. Em suas costas aconteceu todo o lance do segundo. Desde que chegou ao Flamengo, Renê tem se sustentado pela fama de saber marcar. Periga o esquema de Jorge Jesus escancarar a verdade e tirar-lhe o ganha-pão.
Willian Arão. Aos 32 minutos do primeiro tempo, tentou dar uma puxada na entrada da área do Emelec e mandou a bola na direção do próprio braço, repetindo o que fizera dois minutos antes. Aos 45, ele e Rodinei protagonizaram um bom resumo do que foi o Flamengo: no mesmo lance, um fez falta feia em Guerrero e outro fez falta feia em Godoy. A cara do time em Guayaquil.
Rafinha. Junto com Léo Duarte, falhou na marcação a Godoy no primeiro gol. Fez duas boas jogadas no ataque, a que originou a expulsão de Vega e um bonito lençol junto à linha de fundo, que não deu em nada porque a zaga pôs o cruzamento a escanteio. No mais, perdidão.
Gerson. Movimentou-se, tocou bem a bola, mostrou que pode vir a ser útil, porém produziu pouco. Deu ótimo passe para Lincoln, deixando-o na cara do gol. Se não pediu para sair, foi mal substituído. Era o pouco que havia de lucidez no meio daquele bando.
Diego. Girou. Tocou pro lado. Rifou na área. Girou. Tocou pro lado. Rifou na área. Girou. Tocou pro lado. Rifou na área. O Control C/Control V só acabou quando sofreu uma entrada violenta e saiu com uma séria lesão no tornozelo.
Gabriel. Continua perdendo tempo e concentração com firulas e siricoticos. No entanto, a exemplo do que acontecera contra Athletico Paranaense e Corinthians, foi nosso melhor homem em campo. Se bem que, nesse jogo com o Emelec, não dá para dizer que alguém foi o melhor, e sim o menos ruim.
Bruno Henrique. Nulo no primeiro tempo, deu trabalho à zaga do Emelec no segundo. Cometeu mais uma de suas recorrentes infantilidades, fazendo um pênalti desnecessário no final do jogo. A virada, que já é complicada com dois a zero contra, ficaria impossível se o time levasse o terceiro. Ainda bem que o juiz argentino arrumou um jeito de marcar um pra lá de suspeito toque de mão a favor do Flamengo, no início do lance.
Cuéllar. Entrou na fogueira e não conseguiu arrumar o time. (Para isso, precisaria ser mágico, e não meio-campista.) Permanecemos sentindo falta do bom e velho Cuéllar pré-Copa América.
Lucas Silva. Assustado e desatento. Apresentação sob medida pra gente repensar se a base do Flamengo é mesmo sinônimo de panaceia.
Lincoln. Uma grande chance perdida após lançamento de Gabriel. Uma conclusão ridícula num passe com açúcar e com afeto de Gerson, que ele fez a finura – contrastando com a sua silhueta – de isolar.
Jorge Jesus. Inventou na escalação, errou nas substituições, fez do time uma farândola e, no dia de seu aniversário, recebeu um presentão: ter perdido de pouco.
Lances principais.
1º tempo:
Aos 2 minutos, Rodinei, Rafinha e Gabriel trabalharam pela direita, Gabriel tocou a Diego no meio. Ele chutou forte de fora da área, a bola desviou no zagueiro Jaime e saiu a escanteio.
Aos 10, Rodrigo Caio e Renê vacilaram numa devolução de bola da zaga do Emelec, Cabezas escapou, pôs na área, Guerrero pegou do outro lado e cruzou de primeira. Godoy emendou de pé esquerdo, no canto direito. Ficou a sensação de que Diego Alves não esperava a conclusão rápida de Godoy, mas goleiro está lá para esperar tudo e todas. A bola era defensável. Um a zero.
Aos 29, Gabriel recebeu de Renê, arrancou pela meia-esquerda cercado por três adversários, protegeu e concluiu de bico. Dreer fez ótima defesa, Bruno Henrique pegou a sobra, pôs na pequena área e Baguí mandou a escanteio.
Aos 40, Diego errou ao tentar recuar uma bola de cabeça e Godoy ficou em boa condição para chutar, só que bateu torto.
Aos 41, Gerson roubou a bola na intermediária do Emelec, Gabriel recebeu e experimentou de longe. O chute saiu forte e passou junto à trave direita de Dreer.
2º tempo:
Com menos de 1 minuto, a bola foi levantada na área do Flamengo, Rodrigo Caio tirou muito mal de cabeça, presenteou Brayan Angulo e deu uma sorte danada: o atacante adversário furou e Léo Duarte afastou.
Aos 8, após ótimo lançamento de Rodinei, Rafinha se antecipou a Vega, deu um toque de cabeça na bola e tomou um chute no rosto. O juiz Fernando Rapallini expulsou o zagueiro do Emelec. Diego cobrou a falta e Willian Arão cabeceou mal, por cima do travessão.
Aos 15, Bruno Henrique buscou Gabriel na meia-direita e Baguí cortou nos pés de Gerson, que enxergou Lincoln livre. Ele deu um chute inacreditável, às nuvens.
Aos 23, Guerrero driblou Renê e foi derrubado, Orejuela ficou com a sobra, livrou-se de Rodrigo Caio e cruzou perigosamente. Léo Duarte corto na hora em que Brayan Angulo ia completar.
Aos 25, Diego sofreu falta feia de Arroyo, e saiu de campo com suspeita de fratura no tornozelo. Jorge Jesus já tinha feito três substituições e o Flamengo perdeu a vantagem de um homem a mais.
Aos 28, belo lançamento de Gabriel para Lincoln, que matou na coxa e girou em cima do goleiro Dreer. O bandeirinha Maximiliano del Yesso marcou impedimento que não havia. É possível que a turma do VAR corrigisse o erro, caso Lincoln tivesse mandado para o barbante.
Aos 32, Lucas Silva clareou o lance na meia-direita e deu boa bola a Bruno Henrique, que carregou para o meio e empurrou a Lincoln. Na hora da finalização, Caicedo pôs a escanteio.
Aos 33, Lucas Silva perdeu uma bola boba e o Emelec armou um ótimo contra-ataque. Brayan Angulo lançou Guerrero, que carregou até o fundo, cortou Léo Duarte e, mesmo desequilibrado, conseguiu rolar para Caicedo. O chute desviou em Renê, bateu na trave esquerda de Diego Alves e entrou. Dois a zero.
Aos 39, Lucas Silva recuperou a bola na intermediária do Emelec e rolou para Renê. Ele arriscou o chute, que explodiu na trave esquerda e passou por trás de Dreer.
Aos 46, Rodrigo Caio fez boa jogada e entregou a Bruno Henrique, que tentou colocar de fora da área e atrasou para Dreer.
Ficha do jogo.
Emelec 2 x 0 Flamengo.
Estádio George Capwell (Guayaquil, Equador), 24 de julho.
Emelec: Dreer; Caicedo, Jaime, Vega e Baguí; Arroyo, Godoy e Queiroz (Mejía); Cabezas (Orejuela), Brayan Angulo e Guerrero (Carabali). Técnico: Ismael Rescalvo.
Flamengo: Diego Alves; Rodinei (Lincoln), Léo Duarte, Rodrigo Caio e Renê; Willian Arão (Cuéllar), Rafinha, Gerson (Lucas Silva) e Diego; Gabriel e Bruno Henrique. Técnico: Jorge Jesus.
Gols: Godoy aos 10’ do 1º tempo; Caicedo aos 33’ do 2º.
Cartões amarelos: Guerrero; Léo Duarte, Willian Arão, Gerson e Bruno Henrique. Cartão vermelho: Vega aos 8’ do 2º tempo.
Trio de arbitragem argentino. Juiz: Fernando Rapallini. Bandeirinhas: Diego Bonfa e Maximiliano del Yesso.
Renda e público não divulgados.
Prezado Murtinho, ontem estava pensando sobre essa maré de vexames do Flamengo. Isso não é obra do acaso, ou falta de sorte, é incompetência mesmo. Às vezes enxergar o óbvio é difícil. Acredito que a classificação na Libertadores virá na próxima quarta, muito mais pela fragilidade do adversário do que pela nossa força. Também acredito que, se avançarmos na competição, não iremos longe. Lembro do jogo entre Flamengo X River Plate com portões fechados no Engenhão. Ao final do jogo, o repórter perguntou ao Lucas Pratto se ele havia passado alguma informação do Flamengo aos jogadores do River, já que ele tinha jogado no futebol brasileiro. A resposta foi positiva, e o argentino falou que havia passado aos companheiros de River que o Flamengo era um time com muitos jogadores técnicos, porém “sem pegada”. Confesso que doeu ouvir aquilo do Pratto, mas era a mais pura verdade. A conclusão óbvia a que cheguei é que a diretoria é a grande culpada dessa sucessão de vexames, seja pela falta de expertise na hora de contratar jogadores com perfil de Flamengo, seja na condescendência com os jogadores que lá estão. Os feitos de EBM, colocando as finanças do clube nos eixos, são inquestionáveis. A aparente responsabilidade nas finanças da diretoria atual também é de se louvar. Ocorre que, tanto a gestão EBM, quanto a atual, acreditam cegamente no dogma de que os títulos são mera consequência do poderio financeiro. Por décadas, eu mesmo acreditei nesse dogma, antes mesmo de o Flamengo acertar suas finanças. Quem não se lembra da famigerada declaração do Márcio Braga, dizendo que “o dinheiro acabou”? Concordo que o sucesso dos grandes clubes europeu possui correlação com estruturação financeira. Por outro lado, PSG e Flamengo estão aí para provar que dinheiro não é tudo no mundo do futebol. De nada adianta ter dinheiro, se você não o gasta de forma correta. No que tange à condescendência da última e da atual gestão, me lembrei de alguns episódios que mostram como as diretorias escolhem jogadores descomprometidos com o clube: Carlos Eduardo foi contratado na gestão EBM e recebia o maior salário do elenco na época. Ele veio para resolver o setor de criação do time e a única coisa boa que esse cara fez foi um gol facílimo contra o Cruzeiro em BH, que nos ajudou a classificar à final da Copa do Brasil de 2013. Tempos depois que saiu do Flamengo, li uma declaração de Carlos Eduardo, admitindo que “deveria ter se esforçado mais no Flamengo”. Poxa, será que ninguém da diretoria percebeu isso enquanto ele estava lá?; O Bonde da Stella é outro marco emblemático. A diretoria encenou com uma punição aos envolvidos, mas aos poucos foi reintegrando um a um no elenco. Curioso pensar que ainda temos um remanescente do Bonde, Pará. Outro que integrou o Bonde, Marcelo Cirino, ao final do último jogo contra o Flamengo, colocou a mão no nariz no meio de campo, fazendo alusão ao “cheirinho”. Isso mostra o tremendo respeito que esse jogador tem pela instituição Flamengo. Inclusive, nem sei se o Flamengo ainda possui algum direito econômico sobre esse traste. Outro ponto emblemático ocorreu na transição de diretorias, quando Diego Alves se recusou a viajar com a delegação do Flamengo, pois Dorival Júnior havia escolhido César como titular. A diretoria anterior afastou o jogador, pois já estava em final de mandato, empurrando o pepino para a atual, que por sua vez reintegrou o goleiro. Lembro também do Vizeu. Alguns meses depois que fora vendido para Udinese, o jogador postou uma foto nas redes sociais com uma barriga de tanquinho que nunca tinha exibido na época de Flamengo. Algo me leva a crer que a diretoria nunca lhe cobrou um maior comprometimento físico. Guerrero é outro que não me desce pela garganta. Quando foi suspenso por doping pela seleção peruana, o Flamengo suspendeu o contrato do peruano, além do pagamento dos salários. Guerrero fez “beicinho” e deu a entender nas declarações que o clube não o apoiou. Na verdade, ele tava puto porque o dindin não tava caindo na conta. O engodo queria receber por serviços não prestados! Já no fim do contrato, o Flamengo tentou negociar a renovação com Guerrero, mas este exigiu que o Flamengo pagasse os salários do período em que estava suspenso, como uma das condições para renovar. E o pior de tudo foi o “migué” desse engodo, quando já negociava com o Internacional, dizendo que estava com desconforto na musculatura, só para não fazer o número de jogos pelo Flamengo que o impossibilitaria de se transferir para outro time do Brasil. Lembro que a gestão EBM conduziu todo esse episódio do Guerrero com uma docilidade ímpar. Recentemente, Neymar postou no twitter “É do Mengão”, em alusão à contratação de Filipe Luiz. Neymar postou isso, porque já percebeu que o Flamengo é uma baita colônia de férias, onde se remunera muito bem, em dia, e pouco se cobra em questão de resultado. Puro caô do Neymar, que está preparando o terreno para depois que ele for preterido na Europa ou já estiver no bagaço. Na minha opinião, em todos esses episódios, a diretoria passa uma mensagem implícita de que o jogador está acima da instituição. Não vamos nos esquecer que nosso atual Vice de futebol, Marcos Braz, é o mesmo que encobria as merdas do Imperador, na campanha do Brasileiro de 2009. Como o Brasileiro de 2009 foi conquistado, a galera tende a se esquecer disso tudo. A atual diretoria gastou, só esse ano, cerca de 200 milhões de reais em contratações, e ainda temos um time desequilibrado e frouxo. Arrisco a dizer que alguns clubes, tais como Corinthians, Grêmio, Internacional e Cruzeiro, empilhariam taças importantes em 2019, caso tivessem 200 milhões para investir. O mais curioso de tudo é que sanar as dívidas do clube era a missão mais difícil de todas. Formar um time forte e competitivo, tendo dinheiro para investir, era a missão, em tese, mais fácil. Concluindo o óbvio, a diretoria anterior e a atual podem saber muito de finanças, mas não sabem nada de futebol. A gestão Landim veio com o discurso da mudança no futebol, mas o que a gente vê são velhos erros sendo repetidos. Saudações Rubro-Negras.
Concordo plenamente. Parabéns pela lucidez e pela visão aguçada dos problemas. Falta comprometimento dos jogadores e cobrança profissional por parte dos dirigentes. O desempenho do time é orquestrado por líderes desde a época de EBM. A nova direção fez a estupidez de os manter. A Ilha da Fantasia resiste.
SRN
Fala, Serginho.
Rapaz, é tanta coisa, vamos lá.
1) Não resta a menor dúvida: claro que é incompetência. E o que mais me aflige é a inoperância do Flamengo no que se refere às observações do mercado de times menores. Antigamente, havia a figura do “olheiro” – O Flamengo teve um olheiro muito famoso, o Mineiro -, creio que não existe mais isso. Quem leva o cara para o clube são os empresários, e os olheiros agora certamente trabalham para eles. Me pergunto: onde o Flamengo estava quando o Fluminense, sem um puto no bolso, foi no América Mineiro e pegou o Richarlison que está na seleção brasileira? Ou quando o Grêmio foi no Fortaleza e pegou Everton Cebolinha? Quando o Corinthians foi no América Mineiro e pegou Rodriguinho? Quando o Palmeiras foi no Santa Cruz e pegou Keno, foi no Criciúma e pegou Roger Guedes? Todos se mostraram jogadores com enorme capacidade de dar retorno, nem que fosse financeiro. Enquanto isso, o Flamengo dormia. Num comentário feito no post anterior, a Bia Rago tocou nesse ponto: o Flamengo só faz contratação midiática, muitas vezes em detrimento da opção técnica.
2) Concordo e concordo: vejo possibilidades em chegar às quartas de final (o Emelec vai se trancar todo, mas é fraco), só que também não consigo enxergar muita chance de ir além disso. Repito: nosso elenco foi mal montado para a competição que é a Libertadores.
3) No contexto geral, infelizmente Lucas Pratto estava certo. Há um ou outro jogo em que o Flamengo se supera e demonstra garra (na vitória de três a dois sobre o Athletico Paranaense, por exemplo), porém na maioria das vezes é um time sem pegada. Lembrando: a derrota para o Cruzeiro no Maracanã, dois a zero, que praticamente nos tirou da Libertadores do ano passado, foi um show de marasmo e inação.
4) Sim, o dinheiro não resolve tudo. Adaptando a máxima de Neném Prancha (ou de João Saldanha, ou de Sandro Moreyra, a gente nunca sabe), se dinheiro ganhasse jogo, o campeonato inglês terminava empatado.
5) A contratação de Carlos Eduardo foi um erro completo, mas ali havia a desculpa de que o dinheiro não corria fácil. Ainda eram tempos difíceis. Hoje, decisões semelhantes – Uribe, Henrique Dourado, Rhodolfo (pelas condições físicas) – são inadmissíveis. Ainda sobre Carlos Eduardo, creio que o que ele quis foi tentar dizer que, se fosse mais cobrado, teria rendido. Mentira. Depois do Flamengo, aqui no Brasil passou pelo Vitória e pelo Atlético Mineiro, não jogou nada em nenhum dos dois. E não adianta cobrar de quem não joga. Não vai jogar nunca. Mas você está certíssimo: as diretorias do Flamengo têm demorado a perceber que certos jogadores não podem atuar no Flamengo, o que só serve para fomentar a insatisfação e instigar o ódio da torcida. São tantos exemplos que a lista seria maior do que o seu comentário.
6) Acho que não devemos nos sentir tão incomodados com essa história do cheirinho. Coisa de torcedor, amplificada pela era das redes sociais. Faz parte do futebol.
7) Vizeu faz seus golzinhos, mas é caneleiro. Particularmente, não morro de amores por centroavantes assim.
8) Pressão de um lado, pressão do outro, creio que isso faz parte de uma negociação em que um quer ganhar mais e o outro quer pagar menos. Acontece no futebol e em qualquer atividade, no Flamengo e em qualquer empresa do mundo. Como eu não acredito que Guerrero tenha se dopado propositalmente – ou seja, para levar alguma vantagem esportiva, que é o que deveria caracterizar o doping – e (já deixei claro nesse meu humilde espaço aqui) gosto do futebol dele, acho que o que houve ali foi uma negociação mal conduzida. Quanto a não querer completar o número de sete jogos, desculpe, Serginho, ele estava certo. Se o cara percebe que o clube não quer renovar nas condições que ele acha justas (se eram ou não, é outra discussão), não dá para completar os sete jogos e ficar na mão do clube, sendo obrigado a aceitar o que lhe fosse proposto.
9) Neymar no Flamengo? Com que dinheiro, rapaz? Embora Neymar canse de fazer bobagens, não acredito que haja aí esse tipo de intenção.
10) Não seria tolo de dizer que dinheiro não ajuda, mas a montagem de um time competitivo e vencedor vai muito além de se ter muito dinheiro. Você tem toda a razão: tendo pouco ou tendo muito, o que importa é gastar o dinheiro que se tem de forma competente.
11) Perfeito: os caras fizeram o mais difícil (colocar as complicadíssimas contas em ordem) e continuam errando no mais fácil, que é a montagem adequada do elenco.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Nossa Senhora de Aparecida Ziegler, como dizia o meu pai !
Três colocações fulminantes.
Serginho, João Neto e Murtinho.
Concordo rigorosamente com tudo que foi escrito pelo Serginho e com os acréscimos do Murtinho (Felipe Vizeu, por exemplo).
Em suma, ^falta comprometimento dos jogadores e cobrança profissional por parte dos dirigentes^.
Acrescentando-se o total desconhecimento de causa.
O velho Luxa (está fazendo um bom trabalho no Vasquinho) estava certo – NÃO ENTENDEM NADA DE FUTEBOL !
SRN
FLAMENGO SEMPRE
Murtinho, que maravilha sua análise individual! Acertou todas na mosca! Diego Control C/Control V é muito genial! A hors-concours para mim.
Bom, acredito que o caminhão de erros dessa quarta-feira fatídica tenha nos dado saldo para cobrir os erros dos próximos 100 anos, pelo menos!
Futebol temos de sobra para vencer bem dos chorões no domingo e passar de fase na liberta, fazendo até mais do que os necessários três gols. Mas tem que jogar bola e com raça, muita raça. E, o tempo todo cobrando, com firmeza, o assoprador de apito coibir a inevitável cera que eles vão tentar fazer.
Uma palavrinha só sobre o VAR: em casos como o da criminosa entrada no Diego, deveria o juizeco de ar condicionado alertar o assoprador de apito para expulsar imediatamente o criminoso, independente de a entrada ter sido intencional ou não. Se já vimos em passado recente o uso de imagens para punição de jogadores pós jogo, por que não durante o jogo? Nada mais justo.
SRN! Pra cima deles, Mengão!
Fala, Fernando.
Não se trata de uma discordância em relação ao seu comentário, mas você reparou que o VAR tem sido usado de forma diferente na Libertadores e no Campeonato Brasileiro?
Tô com a impressão de que, independentemente de acertarem ou errarem, os juízes da América do Sul não têm terceirizado as responsabilidades, ao contrário do que vem acontecendo aqui.
Os juízes do futebol brasileiro estão se anulando, ao mesmo tempo em que se transformaram nas grandes estrelas do espetáculo. (No jogo entre Athletico Paranaense e Flamengo, na Arena da Baixada, as câmeras da tevê ficaram por sete minutos focalizando Daronco; na partida entre Corinthians e Flamengo, em Itaquera, elas ficaram por seis minutos seguidos em cima de Vuaden.)
Abração. SRN. Paz & Amor.
Não acredito, o Flamengo acaba de vender o Leo Duarte, o nosso melhor zagueiro. Rápido, inteligente, tranquilo.
Não vão conseguir repor um moleque bom de bola desses tão cedo.
Enquanto isso o Grêmio continua até hj com o Geromel, Luan e o Cebolinha, ganhando tudo. Até o ATL-PR tem conseguido segurar o excelente Bruno Guimarães.
Imagino que seleção teríamos hj se ainda tivéssemos o Jorge, Paquetá, VJ. Nenhum dos contratados fazem sombra a esses que saíram, e aposto que o mesmo vai valer pro Leo Duarte.
O próximo é o Reinier.
Tá difícil de acreditar que chegaremos a algum lugar desse jeito, além do time perder o carisma e a identidade Flamenga que esses moleques trazem com eles.
SRN.
Embora não adiante nada, assino embaixo. A falta de visão dessa gente – e visão implica futuro – é impressionante.
Fala, Marco.
Então, meu camarada, tenho cá minhas discordâncias. Vamos lá.
Na verdade, não se trata de vender ou não vender, já que não vender é impossível. Trata-se de vender bem ou vender mal. O Grêmio vai vender o Everton da mesma forma que teve que vender o excelente Arthur. E só não vendeu o Luan porque ele caiu muito de produção – atualmente está, inclusive, na reserva – e o valor de mercado certamente despencou. Vender na baixa é sempre ruim.
Há um certo exagero na afirmação de que “o Grêmio está ganhando tudo”. Das três competições importantes disputadas no ano passado, não ganhou nenhuma. (Tem ganhado mais que o Flamengo, é inegável, mas aí é outro papo.)
Por fim: com todas as mudanças que ocorreram no futebol desde que ele virou um negócio multimilionário, não creio que jogador formado na base tenha mais identidade com o clube do que os outros. No século XXI, jogador de futebol tem identidade é com empresário.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Escrevam: golearemos o Emelec na quarta.
Sem a íngua giratória no meio-campo (a quem desejo rápida recuperação, mas não a volta ao time), as nossas chances aumentam vertiginosamente.
Se a derrota tiver ao menos tenha servido para o Jesus conhecer os jogadores que tem no time, e saber que Arão não é primeiro volante, Rodinei não é jogador de futebol e nossos mimados e rechonchudos garotos não estão prontos para entrarem na fogueira durante derrotas em jogos foras de casa na Libertadores, aí mesmo que os horizontes se abrirão para nós.
Vai dar certo.
Fala The Trooper,
Não acho que golearemos, mas passaremos pra próxima fase.
Tudo o que o Flamengo não precisa para ganhar um jogo importante com o Maraca lotado é de altas expectativas e otimismo exagerado. Essa foi a receita do fracasso e da frustração na última década.
Meu time pra quarta: César, Rafinha, Leo Duarte e Renê; Cuellar, Arão (adoraria ver o Daniel Cabral da base no lugar do Arão, mas sei que não vai rolar), Gerson e ER; BH e Gabigol.
Trauco, Reinier e Vitor Gabriel de prontidão para entrar no segundo tempo no meio dependendo do panorama. Só espero que o Jesus não insista com Berrio, Rodinei e Lincoln pra um jogo desses. O último sabe jogar bola, mas tá errando demais por causa da pressão. Não é a hora dele ainda.
PS: alguém assistiu a Flamengo e Vasco ontem pelo sub-20? Me parece que temos ótimos laterais na base.
SRN.
Correção: Vitor Gabriel no ataque, obviamente.
Fala, Trooper.
Não sei se golearemos – acho difícil sem Everton Ribeiro e Arrascaeta -, mas também vejo chances de ganhar e passar.
Sem Diego, tô desconfiado que Gerson vai ter mais liberdade para funcionar como o articulador do time – fazia bem isso no começo da carreira, aqui no Fluminense – e a coisa pode rolar. A conferir.
Também acho Arão melhor um pouco mais adiantado, Rodinei entra fácil em nossa extensa lista de jogadores folclóricos e concordo quanto à molecada. Precisamos, urgentemente, parar com essa mania de achar que todos os que vêm da nossa base são craques. Não era assim nem na geração de Zico.
Abração. SRN. PAz & Amor.
Boa noite, caro Murtinho.
Me corrija se eu estiver errado mas no início dos anos 80 o CRF tinha um baita time oriundo quase inteiro das categorias de base do clube. Não sei se todos foram pro profissional na mesma época, portanto depende um pouco do que se entenda por “geração do Zico”, mas vejamos por exemplo o time de 81:
Cantareli, Mozer, Leandro, Júnior, Andrade, Adílio, Tita, Zico, Anselmo… todos vieram da base, não? Até o Nunes jogou na base do Flamengo até 1972, quando foi dispensado e começou a carreira no interior da Bahia, sendo recontratado em 1980 quando estava jogando no México.
Os que não vieram da base, tomando como referência a escalação contra o Liverpool, Raul (Plassman) veio do Cruzeiro em 78, Marinho do Londrina, e Lico do Joinville. Todos esses formaram o Flamengo entre 1980 e 83 (ao menos quando o Lico jogava…). Procurando bem acha outros, mas acho que concordamos sobre a questão das categorias de base, certo? Só o meio formado por Andrade, Adílio, Tita e Zico já é praticamente incontestável, ainda tinha os dois laterais e o Mozer (e, considerando a origem ainda que tenha saído antes de retornar como profissional, o Nunes).
Saudações do IMORTAL Tricolor do Sul.
P.S.: Eliminem o Emelec e o time do Hellman, por favor! Que façamos um lindo confronto na semifinal, a Libertadores merece um Grêmio x Flamengo! Só de pensar em semifinal de Libertadores = Inter x Emelec minha úlcera dói: um nasceu em 2006 e morreu em 2010, o outro nem nasceu ainda! Que joguem os campeões mundiais de 1981 e 1983 para abrilhantar a competição!
P.S.2: A bola não era defensável, o adversário bateu da linha imaginária que atravessa a marca da cal – ou até um pouco mais de perto! A imagem a seguir denuncia que o erro (grosseiro) foi de posicionamento. Alguém avise ao atleta vestindo a 30 que “marcando” o atacante daquela distância até eu com 120kg e quase 40 anos driblo ele. Tem que marcar em cima!
https://pasteboard.co/IpSRmfo.png
Nossa senhora… de tanto nervoso falhou o meu cérebro…
Inter x Emelec só tem chance de ocorrer nas quartas-de-final – mas NÃO VAI! Vai dar Flamengo e nos veremos na semifinal!
Saudações!
Tomara, Willard, tomara.
Sendo assim, até a semifinal.
Abração.
Fala, Willard.
É sempre um prazer ver torcedores de outros clubes aqui no RP&A.
Zico nasceu em março de 1953. Olha só as datas de nascimento dos outros sete caras desse time aí que você falou, todos formados na base: Leandro, março de 59; Mozer, setembro de 60; Júnior, junho de 54; Andrade, abril de 57; Adílio, maio de 56; Tita, abril de 58; Nunes, maio de 54. Posso estar enganado, e se eu estiver certamente um flamenguista diligente irá me corrigir, mas nenhum dos sete chegou a jogar com Zico no juvenil, hoje conhecido como sub-20. Houve um grupo, campeão carioca de 71, que tinha Cantarelli, Rondinelli e Jayme. O de 72 tinha Rondinelli, Jayme, o falecido cracaço Geraldo, Júlio César (que jogou aí no Grêmio e era um ponta-esquerda espetacular) e até o fraquíssimo lateral Vanderlei Luxemburgo. Ou seja: chegaram ao time principal do Flamengo três caras que jogaram com Zico em 71 e outros três de 72 (Rondinelli e Jayme já estavam em 71).
Concordo que o fato de eu ter usado “geração do Zico” pode ter deixado o texto confuso, por causa do timaço no começo dos anos oitenta. Mas o que eu quis dizer foi o seguinte: do Flamengo que disputou a Copinha de 2017 – e não ganhou -, vi torcedores exigirem a escalação, no time principal, de Kléber, Michael, Hugo Moura, Jean Lucas, Lucas Silva, Lincoln e Vinicius Júnior. Segundo esses torcedores, todos estavam “pedindo passagem” – mais uma expressão insuportável do futebol atual. Na boa: é muita falta de critério, né não? Alguém em sã consciência pode achar que a base do Flamengo tem mesmo sete jogadores em condições de ser imediatamente aproveitados no time de cima? Sem falar em Léo Duarte, Dener, Ronaldo, Matheus Sávio, Lucas Paquetá e Felipe Vizeu, campeões da Copinha no ano anterior.
É um erro recorrente da torcida rubro-negra achar que, porque o maior time da nossa história tinha oito caras formados na base, basta ser da base que é craque e é só lançar a molecada formada em casa que vamos ganhar tudo. O exemplo oposto: no ano passado, o time-base do Palmeiras que ganhou o Campeonato Brasileiro não tinha um só cara formado no clube. Idem o do Cruzeiro, campeão da Copa do Brasil. (O Flamengo campeão brasileiro de 2009 tinha apenas o Adriano formado na base.)
Insisto no que escrevi em resposta ao comentário do Marco Gama: esse papo de identificação dos jogadores da base com o clube acabou faz tempo. Jogador de futebol, hoje em dia, se identifica com o empresário.
Uma semifinal entre Flamengo e Grêmio seria, realmente, fantástica. Quem sabe?
Sim, concordo: os erros principais no primeiro gol do Emelec foram da marcação pelo setor esquerdo, na origem do lance, e do posicionamento do setor defensivo direito, no complemento. Mas já vimos Diego Alves defender bolas muito mais difíceis do que aquela, e ele me pareceu ter caído uma fração de segundo atrasado. O problema é que, para um goleiro, fração de segundo significa bola no barbante.
Abração. E apareça sempre.
PS: Na Libertadores, o número 30 do Flamengo é Léo Duarte. Formado na base rubro-negra.
Dois lances, nada mais que dois momentos servem para explicar tudo.
Vamos pela ordem.
Como o Murtinho já destacou no ^resumão^, o primeiro aconteceu logo, em torno do décimo minuto.
Uma bola é esticada pela defesa do Emelec, procurando o lado direito do seu ataque.
O nosso René está na frente do Cabesas.
A bola seria, normalmente, dele.
Eis que, mesmo em desvantagem territorial, o ponta direita equatoriano foi extremamente mais rápido que o nosso lateral.
Pega a bola que deveria ter sido lançada para lateral, corre em direção à nossa defesa, com o tosco René sem conseguir se aproximar.
Rodrigo Caio, na cobertura pelo lado esquerdo, nada faz.
Cabesas, com tranquilidade, consegue um cruzamento perfeito para a esquerda do seu ataque.
A bola chega com açucar para o outro ponteiro, o Guerrero que não é Paolo.
Onde estava a nossa aberrante dupla de laterais pela direita, Ruimdinei e Rafinha, ninguém sabe, ninguém viu.
De primeira, com inequívoca categoria, Guerrero cruza para o meio da nossa área.
Mais ou menos na marca do penalti, o meio campista Godoy, bem projetado, emenda de canhota, também de primeira.
Léo Duarte, impavidamente a tudo presencie.
Apesar da rapidez de raciocínio do jogador rival, o nosso goleiro estava bem colocado, no seu canto direito.
Diego Alves, no entanto, tem uma reação tardia, não consegundo impedir o gol, em bola defensável, não chegando a ser um frango.
Em assim sendo, em pouco mais de um minuto, falharam René (a meu ver o maior responsável), Rodrigo Caio, Ruimdinei, Rafinha, Léo Duarte e Diego Alves, ou seja, mais de meio time.
Era o início da VERGONHA.
Segundo lance.
32 minutos ainda do primeiro tempo.
Em bola alçada na área, Rodrigo Caio tenta aprofundá-la de cabeça,
A bola explode no peito de um defensor equatoriano e fica bem na linha demarcatória da grande área.
Lá estava, impávido, o tal de Willian Arão, jogador que há alguns anos atormenta a torcida rubro-negra.
Resolve se consagrar.
Marcar um gol de bicicleta.
Tragédia shajesperiana.
Atrapalha-se todo.
Cai no chão e mal consegue tocar a bola.
Para caracterizar ainda mais o absurdo, a bola apronta uma lição.
Choca-se com a mão do desajeitado jogador.
Um lance bufo.
Dois momentos tragicômicos.
Extremamente apropriados à fase em que vive o nosso Flamengo.
Apesar da derrota vergonhosa, esperanças múltiplas.
Domingo, pela frente o Botafogo, que há uns 350 jogos não consegue marcar um golzinho sequer.
Depois, na noite da próxima quarta-feira, novamente o Emelec, para a decisão da vaga.
Afirmo e reafirmo.
Impossível que não ganhemos, de tão fraquinho o adversário.
Depende dos gols necessários, três de vantagem.
Acredito que dê. mesmo que tenhamos em ação, uma vez mais, o René, o Ruimdinei, o Léo Duarte, o Willian Arão e quem mais o Professor Pardal resolver escalar.
Abaladas, mas esperançosas, SRN
FLAMENGO SEMPRE
Shajesperiana.
No teclado, o j fica ao lado do k.
O giz escorregou.
Deu no que deu.
Arão também falhou no primeiro gol, pois estava a passeio no meio da área, em vez de dar combate ao ÚNICO jogador adversário na nossa área.
E Rodrigo Caio falhou 2 vezes no mesmo lance, que se origina de uma rodada de bola dele, desnecessária e no pé do adversário.
Aliás, Rodrigo Caio tem sido efusivamente elogiado pelos comentaristas mesmo em dias de atuações pavorosas. Temos um novo Diego?
Entâo, Trooper.
Sua relação com Rodrigo Caio se encaixa no mesmo conceito da resposta que dei ao comentário do Marco Gama.
Também tenho minhas manias e minhas cismas, todos nós temos e é bom que as tenhamos. Essa é mais uma das muitas graças do futebol.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Meu amigo Carlos Moraes.
O primeiro gol foi uma tristeza só. Além dos erros de todos os que citei – Rodrigo Caio, Renê, Léo Duarte, Rafinha, Diego Alves -, você questionou Rodinei e o Trooper reclamou do Arão. Talvez seja um recorde em termos de falha coletiva de um sistema defensivo.
A tentativa de bicicleta do Willian Arão foi constrangedora, sobretudo porque ele tinha chutado uma bola na própria mão cerca de dois minutos antes.
Também acho que, apesar do número de desfalques não parar de aumentar, temos condições de ganhar do Botafogo e do Emelec.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Fala Murtinho, a bruxa tá solta, e o Jesus tá delirando.
Fora isso, não aguento mais esse enganador do Diego Alves. Não conheço time nenhum do mundo que ganhou alguma coisa sem ter um goleiro que faça, ao menos, uma defesa difícil por jogo.
Quanto à sua avaliação dos jogadores, só não concordo com a do Renê. Não o vejo culpado pelos gols e, além disso, foi o responsável pelo único chute decente a gol do Flamengo em toda a partida. Aquela bola merecia ter entrado, foi um belo chute de fora da área.
SRN.
Fala, Marco.
Acho Diego Alves um bom goleiro, mas há no futebol brasileiro uns três ou quatro mais confiáveis que ele. De todo modo, na minha avaliação a bola era defensável, mas não chegou a ser um frango. E todo goleiro falha, não há o que fazer.
Em relação ao Renê, aí entramos na história do fanatismo citado outro dia pelo Carlos Moraes. Todos nós, torcedores de futebol, somos assim – e não me excluo. Não me conformo, por exemplo, com a avaliação que a torcida do Flamengo fez do Guerrero, sem levar em conta que ele completava um ataque que tinha Gabriel na direita e Everton na esquerda. Gostaria muito de ver o Guerrero tendo uma sequência de jogos ao lado do Everton Ribeiro e atuando com Arrascaeta. Agora, paciência.
Você gosta do Renê, ok. Pois sabe de quem eu gosto? Deixa eu falar baixo: Vitinho. Chego a achar, inclusive, que ele não foi tão mal assim no ano passado. Ou seja: muitas vezes assistimos aos jogos torcendo para ver nossas teses confirmadas, o que nos faz enaltecer duas ou três boas jogadas dos caras de quem gostamos e criticar com veemência duas ou três outras daqueles com quem implicamos. Aliás, isso fica claro aqui na caixa de comentários do RP&A, e não há mal nenhum. É a tal da paixão pelo futebol. (Só para refrescar a memória, dá uma lida ou relida no post “Vaia aos acrobatas”, a respeito da vitória por seis a um sobre o San José, em que cito o Portocarrero, amigo do meu pai. Queria porque queria que os gols tivessem sido do Lima, quando na verdade foram do Pelé.)
Independentemente de qualquer coisa, vamos aos fatos: o primeiro gol do Emelec começou numa jogada que eles construíram no lado esquerdo da nossa defesa. E o segundo começou e acabou por ali.
O caso do Renê vai ser complicado. Como comentou outro dia o Xisto Beldroegas, de que adianta um lateral bom marcador se o técnico pede a ele que se mande lá pra frente e não monta um eficiente sistema de cobertura? Qualquer rebatida vira chance de gol para o adversário, e isso aconteceu nos cinco jogos sob o comando de Jorge Jesus, inclusive na goleada em cima do Goiás.
Não há dúvida: o chute foi bonito. Pena.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Esqueci de mais uma perguntinha: por que diabo, o Diego demora aquele tempão todo para bater uma falta? Uma eternidade que gasta olhando com aquele olhar romântico de galã das antigas, já fazendo cera para o adversário, e pior, bate sempre com uma infalível pontaria na cabeça de um zagueiro.
É. Também não sei.
Murtinho, agora vem cá, onde andam os drones, a parafernália eletrónica (é proposital o acento agudo) do nosso hodierníssimo Jesus? Será que essas trapizongas é que escalaram aqueles espectros que parecia mais um bando de antigos bonequinhos de corda batendo cabeça e achando que jogavam futebol? Agora me baixou a dúvida, esse Jesus é bom mesmo ou só ganhou carioquetas deles lá? O nebuloso critério que essa diretoria usa para escolher jogadores me permite tal pergunta. Os caras examinaram o currículo desse cara mesmo ou só foi boca a boca?Conselho de meu rato-mestre, o Miki: Jesus, se reencarna, volta à dura realidade do futebol rubro-negro e escala o melhor feijão com arroz possível. Que tal voltar àquele time que venceu o Goías, obviamente, sem Diego, Arrascaeta e Everton Ribeiro?
Grande Xisto!
Boa questão. Guardadas as devidas proporções, eu penso mais ou menos o mesmo a respeito do Fernando Diniz. Será que é produtivo querer sair jogando de pé em pé, com uma zaga que tem Nino e Digão, e à frente deles nosso velho conhecido Airton? No futebol europeu, não é tão raro assim utilizar jogadores em posições diferentes das originais, mas estamos falando de outra cultura futebolística, outra formação profissional, outro padrão de treinamentos. Chegar e fazer isso aqui, no quinto jogo e ainda mais numa partida de mata-mata fora de casa, concordo: é muita doideira.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Mais um ano perdido, outro técnico sem futuro. Investimento gigantesco pra nada. Daqui a pouco o Jesus vai embora e deixa terra arrasada, como seu antecessor.
Vou continuar torcendo e sofrendo, pelo jeito só nos finais de semana. Algum dia vai dar certo…
Fala, Ricardo.
Só nos finais de semana, não: daqui a pouco o Brasileiro engrena também às quartas.
Precisamos ter os pés no chão e a esperança onde for preciso: sem Arrascaeta e Everton Ribeiro, o time beira a indigência criativa, mas quem sabe Gerson não desabrocha como o grande articulador e nos ajuda a resolver a parada? Nunca é fácil reverter desvantagens de dois gols, mas o adversário nos permite sonhar.
Pode ser que esse tal dia aí seja quarta-feira que vem.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Minha torcida sempre será para que o Flamengo alcance sucesso mesmo que para isso faça uma limpeza em seu elenco. Achava que com o novo treinador houvesse uma visão mais aguçada dos problemas, a começar pela formação do elenco. O que vimos foi a repetição da mesma postura de Abelão, uma cordial amizade com os mesmos cabeças de liderança. Tudo continuou como dantes.
Conforme venho cansadamente salientando, esse goleiro não é confiável. Mais uma falha grotesca que consequentemente mexeu com o desenrolar do jogo que parecia fácil.
Diego e a sua amiga enceradeira em profunda impotência criativa e decisiva. Nada fez como nunca fez. Como cidadão, desejo a ele ótima recuperação. Como torcedor, que nunca mais vista a camisa número 10. Um sacrilégio.
Depois do que vimos ontem, fica difícil um voto de confiança no técnico. A simples escalação de Rodinei, beira a imbecilidade. Um pesadelo que pensávamos haver esquecido. Professor Pardal abusou da criatividade.
Vou ficar por aqui. Caso contrário, crio antipatia por todos os jogadores. Parecia estar assistindo a um filme já visto. O sujeito fica petrificado antecipando o desastre.
Uma vergonha!
Fala, João.
Eu insisto na tese de que, se o objetivo maior no ano é a conquista da Libertadores, o elenco foi mal montado.
Competições sob o formato de copa, com poucos jogos e mata-matas, exigem outro tipo de perfil profissional, bem diferentes do que são, por exemplo, Everton Ribeiro, Vitinho e até mesmo Arrascaeta. Contusões à parte – agora não sabemos como tudo vai ficar -, acho o elenco bom para o Brasileiro. Por isso, eu teria feito nossa aposta maior nele. Além disso, é extremamente improdutiva essa tara alucinada por Libertadores. Ser um objetivo esportivo é uma coisa, transformar-se em obsessão cega é outra.
Quanto à escalação do Rodinei, entendo a indignação, mas fica uma situação de se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Se o cara não pode escalar Rodinei, Pará, Renê, Trauco, Arão, Vitinho, Berrío, Lincoln, que time ele vai pôr em campo? Não vou relembrar clube por clube, mas é bastante possível que todos os grandes brasileiros – e, por extensão, da América Latina – tenham um Rodinei no elenco. Agora, você tem razão: se veio Rafinha e podia jogar, tanto que foi escalado, não faz sentido entrar com Rodinei.
Abração. SRN. Paz & Amor.