Toda essa saga épica vinha à memória do torcedor, enquanto caminhava ao lado de velhos flamengos, familiares, bêbados, jornalistas em lágrimas e algumas montanhas de músculos com o coração em frangalhos. Iam todos se despedir não de uma amiga, mas de um símbolo das arquibancadas, uma jovem torcedora que defendeu com valentia o legado e a bandeira das Annas Teixeiras, Lydyas, Lauras, Ivettes, Marilenes, Tias Helenas, Tuninhas, Monalisas, Gabrielles, Nivinhas, Jus, Marias e Clarices, entre tantas flamengas que foram obrigadas, sempre, a ouvir a ladainha: “Tá sozinha, mulher? Veio ao jogo com quem?”.
Vou na brecha do Rasiko e venho aqui falar sobre o time que ontem mais uma vez deu vexame, empatou com um esfacelado Racing, jogando com dez muitos minutos. O time de 2019 do Flamengo virou lenda e falando em lenda lembro-me da famosa frase no filme de John Ford, O homem que matou o facínora: se a lenda é melhor do que a realidade, publique-se a lenda. Atualizo em relação ao Flamengo atual, como uma distorção: se o fato é mais real do que a lenda, publique-se o fato. O fato é que o time do Flamengo é muito pior do que a lenda, a lenda acabou, publique-se, pois, ou encare-se, o fato, aí é que mora o perigo. Parece que a diretoria do Flamengo não vê o óbvio: o time do Flamengo é que acabou, não adianta trocar técnicos se os jogadores continuam o mesmo, pior, contaminam os que chegam, a tal história da laranja podre no cesto. O raciocínio de uma pessoa minimamente inteligente é simples: se as mudanças de técnico não deram certo, o erro está nos jogadores. Marinho não tem a mínima condição de jogar no Flamengo, Vidal, horrível, enganador, não acrescenta nada, David Luiz veio para o Flamengo porque ninguém o queria mais. Cebolinha é a laranja contaminada. A impressão que se tem é que o time se transformou em onze Diego Ribas, rodando como enceradeira, sem sair do lugar, e depois os discursos óbvios.O pior cego é aquele que não quer ver. Ou o pior cego é aquele que quer ver e não faz nada?
Tudo indica que o RP&A está nos seus últimos suspiros. Como não tenho outro veículo pra me expressar, aproveito o tempo que resta.
Sampaoli mostrou nesse Flamengo 2 x 3 Botafogo a receita ideal pra torcida perder o saco com mais um treinero. Insistir no Marinho, Vidal e David Luís é pedir pra ser chamado de burro e a galera clamar ajoelhada pela volta de Jesus.
(A esperança é que os contratos dos 3 termina no fim do ano, embora com essa diretoria não haja nenhuma certeza de que não vão ser renovados).
E, pior, tendo Everton Ribeiro, Rodrigo Caio, Vitor Hugo, Igor Jesus e os Mateus, França e Gonçalves, no banco, além de inventar o nosso melhor jogador na temporada, Airton Lucas, numa posição em que o cara não tinha a menor ideia do que fazer – e o França ali, coçando os bagos no banco.
Depois de declarar publicamente e sem a menor vergonha na cara que queria fazer do Flamengo “um time invencível”, no jogo seguinte, logo contra o nosso maior freguês, entrega o ouro e o vexame só não foi maior graças ao nosso melhor zagueiro, Léo Pereira.
Perder pro Botafogo com 10 um tempo inteiro
Estava num barzinho aqui de Brasília, na companhia do Ulysses, do Abrahão e esposa, despedindo de um certo ano que não me lembro mais.
O Arthur, do Rio, entra em contato telefônico.
Não é o Urublog que vai voltar, disse ele, mas será muito melhor ainda.
Vai surgir o RPA, comigo, mais Murtinho, Arnaldo Branco, Nivinha e Vivi Mariano.
Quem é Vivi ?, indago eu.
Impossível que você não a conheça. Vivi é uma pessoa fantástica, fora de série, completa o Grão Mestre.
Estava certíssimo.
Desde as primeiras crônicas, embeveci-me.
Ela não usa a prosa, dizia para mim mesmo, ela é uma poeta !
Nas idas ao Rio do nosso Grupo, acabei por conhecer a Vivi.
Num barzinho do Baixo Gávea, totalmente tomado pelos admiradores do Arthur – é preciso dizer a verdade – ansiosos por conhecer os demais, à exceção da Nivinha que já vinha de muito tempo.
Lá estavam Murtinho e Vivi, dois monstros sagrados do rubronegrismo.
Assim foi por outras vezes.
Que pessoa fantástica !
Ficamos apaixonados, no bom sentido, pelo menos o Bruxo (desculpe a incofidência) e eu.
Outros encontros – não tantos, como gostaria – os artigos aqui mesmo, as vitórias e conquistas do nosso Flamengo !
A notícia que não queríamos e não acreditávamos possível, pelo menos eu, com meus 85 anos.
Vivi permanecerá sempre comigo, nas conquistas do Flamengo, nos desastres, como no FlaxFlu de ontem!
Impossível esquecê-la.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
PS – não posso deixar de registrar. Maravilhosamente linda a crônica do Dunlop !
Maximo respeito. Descanse em paz. ;(
Só uma crônica emocionada para amenizar nossas saudades
Obrigado, Dunlop!
❤️
Quanto mais velho, mais emotivo. Grato, irmão, pela lágrima que vale a pena.
PS – Não consigo conter a curiosidade em saber qual a causa da partida repentina. Ou não foi repentina?
Ela descobriu, após uma aula de tênis há vários meses, que estava com algum mal degenerativo. Com o tempo parece que o corpo foi decaindo, mas a partida pegou todo mundo de calça curta.
Muitas saudades de minha querida amiguinha VIVI, legítima representante da mulher rubro-negra!
Pude desfrutar de sua presença inúmeras vezes por ocasião de debates políticos e reuniões fora da Gávea, pois sua presença resoluta imponha respeito a muitos marmanjos, cujos interesses pelo Flamengo não eram nada Republicanos…
Já não basta o meu combalido pulmão, agora o meu coração anda também cambaleante, não por esses infartos que grassam por aí, mas por essas perdas, e gente jovem, bonita que eu não conhecia da chamada “de vista”, mas conhecia, assim, por essas intrincadas vias que nos ligam as palavras. Gente jovem, bonita, inteligente, mulher, mulher rubro-negra não foi feita pra morrer, mas, enfim, eu um velho mais pra lá do que pra cá, continuo, durma-se com um barulho desses, eu que aconselho sempre aos jovens, contrariando o Nelson Rodrigues, a não envelhecer, agora ando meio sobre o confuso, pois eles morrem também. Alíás, ia esquecendo, Dunlop, mais uma bela crônica, e lá vou eu trôpego, como no tempo que ainda bebia meu uísque envelhecido em doze minutos de supermercado. A continuar assim morrendo gente tão bela por dentro e fora, eu acabo voltando e ainda com um rIvotril pela proa. , etc.,etc.
Força na peruca, meu bravo Xisto.
Conheci Viviane em 1993, no curso de História da UERJ. Eu e mais 3 amigas Clicia, Roberta, Bárbara eramos inseparáveis! Fazíamos trabalho juntas, Íamos para o Bar da Cris juntas, Vivi não bebia nessa época, viajamos por vários locais do Brasil juntas. E foi ViVi que levou a flamenguista aqui pela primeira vez no Maracanã, inesquecível!!! “Raquelzao, pode abraçar o gatinho do lado, pq aqui no Maracanã ninguém é de ninguém “. Amiga linda fez História e é História ! Te amo!
Sensacional, Raquel!
Que homenagem linda. A Vivi merece!
MARAVILHOSO O CARINHO DAS PALAVRAS AO FALAR DESSA IMENSA RUBRO NEGRA, VIVI.
ELA MERECE TODAS AS NOSSAS HOMENAGENS.
VIVI, VIVE ! PRA SEMPRE NOS CORACOES RUBRO-NEGROS E RUBRO-NEGRAS!
Me emocionei demais, Dunlop, merecidíssima homenagem, à altura de Vivi S2
Linda homenagem, lindo texto. Que ela siga em paz e cercada por esse amor.