George Polti foi um crítico literário e teatral francês do século passado que escreveu um livro que se tornou basilar no estudo da dramaturgia chamado As 36 Situações Dramáticas. Polti, que também era tradutor de Goethe, estudou a obra de 200 bilhões de autores clássicos e categorizou as situações dramáticas, suas variantes que podiam ocorrer numa peça ou num romance e os elementos indispensáveis pra história rolar.
A situação #3 na lista de Polti é Crime Seguido de Vingança, que precisa de um vingador e de um criminoso. Um exemplo dessa situação é O Conde de Monte Cristo. A situação #9 é Empreendimento Audacioso, que pede um líder audacioso, um objeto e um adversário. O líder audacioso domina o adversário e tira o objeto dele. Enredo que une O Senhor do Anéis, Indiana Jones no Templo da Perdição e O Diamante Cor de Rosa na mesma categoria.
E o livro do Polti por aí vai, relacionando as situações possíveis na dramaturgia com as mais manjadas obras da cultura ocidental. Nem todo mundo concorda com a lista, mas refutá-la parece ser uma tarefa difícil porque o livro do cara é de 1912, até hoje é estudado por roteiristas e dramaturgos e nada de alguém apresentar uma história que não se encaixe em uma das 36 situações.
Mas se Polti tivesse esperado só mais um ano antes de publicar sua obra-prima talvez seu título fosse 37 Situações Dramáticas. Porque se tivesse publicado o livro em 1913 Polti teria tido tempo pra saber o resultado do primeiro Fla-Flu, e autor perspicaz que era perceberia logo ali naquele monumental e profético 3 x 2 decidido em favor do lado errado no ground da antiga Rua Guanabara, que o Fla-Flu era a 37ª categoria que faltou à completude de sua obra. Situação #37 O Pior Ganha do Melhor Na Cagada.
O Fla-Flu enquanto situação dramática clássica demanda um Flamengo excessivamente melhor e mais bem vestido e um Fluminense minúsculo. Uma das suas variações exige os elementos Flamengo atacando o tempo todo, o Flu encolhido e uma bola vadia. Esse plot já aconteceu tantas vezes desde 1912 que qualquer mané com alguma capacidade de observação poderia prever como ia acabar o Fla-Flu da terceira rodada do Carioca, Um campeonato clandestino que vem sendo disputado sem transmissão pela TV aberta numa cidade em plena pandemia em que não há UTIS ou vacinas em número suficiente.
O Flamengo extrapolou no quesito posse de bola, nem no intervalo os tricolores viram a cor da gorduchinha. Mas posse de bola é como tratamento precoce pra Covid, não adianta absolutamente porra nenhuma. O Flamengo alugou o campo, ocupou tudo e em um dos dois ou três únicos chutes que os terceirenses dispararam em direção a nossa meta o nosso jovem goleiro deu mole e papou um gol ligeiramente penoso. Um meio frango que está sendo injustamente incensado como se golaço fosse. Nesses tempos medíocres que vivemos qualquer chute de longe que não vá parar no mato vira golaço.
Apesar de tocar a bola de primeira e botar correria pra cima do adversário o time de crias do Mauricio de Souza parece demais com o time do Rogério Ceni, principalmente na sua baixíssima capacidade de causar dor e sofrimento. É muito arame liso, cerca, mas não machuca. E quando o gado não é devidamente disciplinado acaba tendo ideias.
Nossos jovens atacantes mostraram enorme dificuldade em acertar o gol. E o Michael, que nem é tão jovem assim, está fazendo tudo que pode pra ver ser disputa o segundo turno do campeonato goiano. Já é mais que tempo do Flamengo aprender a lição de que se for absolutamente necessário voltar a gastar algum dinheiro no Goiás que seja em boi ou pequi. O agro pelo menos é pop.
Derrotinha safada num campeonato safado que não devia nem estar sendo disputado. Do jeito que o bichinho tá matando nego no Brasil o mais certo era todo mundo que pode ficar entocado em casa, de máscara, luva e meião esperando essa porra passar e dando um refresco pros médicos e hospitais. Em tese todo mundo é adulto e sabe o que faz, mas o que mais vemos é marmanjo dando mole e confundindo restaurante com casino clandestino. Uma tremenda falta de sensibilidade. Já não é mais questão de dar bom ou mau exemplo, a questão é parar de transmitir essa merda.
O Fla-Flu #431 já foi, previsível, injusto, sem torcida e sem graça. E só serviu pra tirar o Flor da lanterna do Carioca. Seus efeitos para a classificação final do anacrônico certame praiano são inexistentes. Outros Fla-Flus virão, ou talvez não. Quem pode afirmar alguma coisa nesse país em que malucos com a camisa da seleção brasileira vão às ruas protestar pelo seu direito de contaminar os outros?
Tudo que é sólido desmancha no ar, mas queria ter a mesma certeza profética do vate Nelson Rodrigues quando dizia, gongórico e alvar : – O Fla-Flu não tem fim.
Mengão Sempre
A porcaria do joguinho contra o Boavista mostrou tudo.
O Ceni meteu a mao e deu nisso.
Vai ser de novo uma temporada sofrida.
O que o time A jogou o time B reproduz.
E reproduz bem. Eh igualzinho. Nos defeitos.
Continuamos levando gol em cada jogo.
O sistema defensivo continua nao funcionando. Até um time como esse que teve 1% de posse de bola, é capaz de traçar um contra-ataque contra nos.
Cada chute entra.
As laterais estao sempre abertas, convidando o adversario.
Os ataques nao sao verticais. Freia-se para “construir”. Infelizmente faltam os “construtores”.
A cara do Ceni esse jogo lento e sem o menor proveito.
Continuamos a perder gols. Nao somos decisivos.
Ninguem sabe centrar.
Poucos sabem chutar.
As mudanças vem em momentos ridiculos. Se é pra testar tem que dar tempo.
Resumindo o lixo que vi
Continuo nao vendo jogadores que seriam boas reservas pro time A.
Os do meio sao muito meia-boca. Ninguem tem visao, sabe cadenciar, dar passes.
Os chutes nao foram mal, convenhamos. Pelo menos isso.
Quem se salva é o Hugo Moura.
Nao entendo porque a dupla dos horrores Vitinho/Michael joga.
Se é pra vender, nao pode mostrar de jeito nenhum. Assim ninguem vai comprar!
Se é pra ficar, entao …. deus nos livre dos maus pensamentos.
Temos 1 tacada no campeonato, para trocar de tecnico.
Melhor trocar antes do Brao começar.
Nao gosto do “ftuebol” que esse dai manda jogar.
Quem quiser aprender algo com os comentários do cara que diz que Rafinha e Filipe Luís são péssimos laterais, é só inverter tudo que está escrito.
Que jumento…
Ué, jah acabou com a coleta de latas? Rapido, rapaz! Otimo. Voce nasceu pra isso!
Entao agora sai de novo e va catar todas as mascaras que jogaram em tudo que é lado.
Sai, menino, sai!
Parece aquela coisa do copo cheio/vazio, como se ve esse time B do Flamengo.
Pessoalmente, subjetivamente, e talvez sem a minima capacidade e talento de detectar craques, olho pros rapazes correndo pra tudo que é lado – e nao consigo me empolgar com nenhum.
Empolgar mesmo, digo. Aquela empolgaçao de estar assistindo o nascer de um jogador que trarah muita alegria.
Vejo bastante outra coisa.
Hugo – sem chance. Nao tem nervos, nao sabe sair com os pés, nao domina a pequena area. Disso, o que da pra treinar é a saida com os pés e um pouco a dominaçao da pequena area. Os nervos sao inatos. Goleiro que tem problema com isso pode até ir longe (a ver o do Liverpool) mas nunca serah alguem de confiança (a ver o do Liverpool).
Ademas nao sei se ele nao tem algo nos olhos. Parece que é meio vesgo. Ou me engano?
Nao, nao sao muitos os times nos quais ele seria titular. Ao meu ver.
Rodrigo Muniz – me parece um bom centro-avante. Pode ser que de caldo. Fico na duvida. Espero.
Agora – ele tem nada mais do que 3 jogadores de rara qualidade na frente dele. Dificil. Muito.
Pepe e Joao Gomes – acho os dois super medianos. Nao vejo muito talento nao. Nao vi nenhuma jogada (repetida) que me deixasse com os olhos abertos de surpresa. Mas sao jovens e precisam de algum tempo pra se adaptar ao futebol dos grandes. Nao sei. A ver. Duvido.
Matheuzinho – faz jogos bons e outros menos. Pode ser da idade, pode ser da falta de ser bom. A ver.
Ele vai ter suas chances.
Ramon – vc nem fala mais. Ele foi o que mais decepcionou. E é logo o jogador no qual eu mais contava, por ser reserva do idoso. Outro que nao tem os nervos sob controle.
Alias os aparelhos psicologicos de muitos jogadores brasileiros nao sao fortes. Nao so no Flamengo.
Noga – desse gostei e acho que pode ser que venha a dar alegrias. Mas nao sei se nao é pequeno demais pra zaga. A ver.
O outro goleiro. Ruimzim. Nao da de jeito nenhum.
Max e o Venezolano/Colombiano – nao sei. Precisam de mais tempo nas bases. Muito mais tempo.
O Natan era o qual poderia ser reserva na zaga. Saiu pq teve gente no Flamengo que nao o achava suficientemente bom. Talvez saibam ver mais coisas que eu, por isso nao vou no mimimi. Que pode tb ter sido uma sacanagem, algo de lucro pessoal, é possivel, mas no fundo pouco provavel, ja que acontecendo na luz do dia.
Seja como for. Nao temos muitas reservas qualificadas para o time titular. Os melhores sao o Matheuzinho e o Muniz. Necessitamos de lateral esquerdo, meia e zagueiro.
Fora de um OTIMO goleiro, porque os que temos nao passam confiança.
Eu confesso que nao assisto o carioca, SE o horario nao seja feito pra aposentado critico e sem saco.
Tudo que termina depois da 1 da manha nao da mais. Esse esforço nao faço, pq o retorno é zero.
Mas vamos seguir esses jogadores e ver no que vao dar.
SRN
Aí eu tô aqui tentando me comportar, e o cara classifica um João Gomes como “super mediano”.
PQP, vai comentar Big Brother vai
Medianissimo – e olha la.
Pelo visto, ninguém está dando a mínima importância para esse CarioCão. Talvez, somente eu e meia dúzia de gatos pingados.
Mas, para quem sempre chegava mais cedo no Maracanã para assistir às partidas preliminares dos juniores, analisar o desempenho dessa nova safra de garotos do Flamengo me apraz.
Andei lendo alguns comentários afirmando que nada escapa de bom dessa garotada, exceção do Natan que já foi até emprestado a preço de banana, com valor da multa contratual mais desvalorizada do que o real.
Pois bem, esse time jogou muito bem todas as cinco partidas do campeonato. Domínio total em todas elas, criação de inúmeras oportunidades de gol, defesa segura, ótimo meio de campo e um ataque razoável, em razão dos fracos desempenhos dos cascudos Michael e do Vitinho, os piores do time.
Vou apenas destacar um jogador: Hugo Moura. Sabe tudo de bola. Excelente domínio da bola, visão de jogo, lançamentos, chuta forte e tem também amplo domínio de campo. Antevejo um futuro promissor para ele.
Porém, Hugo Souza, Rodrigo Muniz, Pepê, João Gomes e Matheuzinho são titulares em quase todo time brasileiro.
Aliás, bem que o Flamengo poderia oferecer de graça ao Faísca esse time de garotos para disputar o campeonato brasileiro da segunda divisão. Todos sairiam ganhando: o Faísca que além de economizar dinheiro, subiria para a primeira, sagrando-se campeão, coisa que não faz há muito tempo, e o Flamengo que colocaria para rodar toda essa garotada. Prática comum na Europa.
Saudações rubro-negras!