Que vitória maneira, que jogo legal de ver. E que passo gigantesco o Flamengo deu em direção a Tóquio. Foi um espetáculo completo, com todos os ingredientes que agradam ao torcedor: muitos gols, porradaria, reclamações, violência moderada e o VAR, como deus ex-machina, entrando em cena na hora mais tensa, protagonizando um plot twist sensacional em que a justiça foi feita exemplarmente. Uma raridade em todos os aspectos.

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Tem muita gente bem vestida por aí que tá cheia de dedos, relutante em admitir uma verdade indisfarçável, mesmo quando coberta pelo manto genérico da humildade fajuta. O Flamengo já está na semifinal da Libertadores e não há menção à Papai Joel, Cabañas ou oba-obas catastróficos no passado remoto que possam amargar o grande feito do Flamengo em Assunção. Deixem de frescura e tenham a coragem pra ser Flamengo por inteiro, sem miséria, sem regular a mixaria e sem medo de ser feliz. Estamos na Semi, lidem com isso e tratem de comemorar, porra!

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O 4×1 num jogo fora de quartas de Libertadores é uma realização assombrosa desse Flamengo que não respeita tabus, escritas e tradições. Tirando as óbvias finais de 81 e 19, foi o resultado mais expressivo do Flamengo em terras estranhas desde que começou a disputar a Libertadores há 40 anos. Os coroas que acompanharam as glórias de 81, e os 15 fracassos subsequentes até a redenção em Lima, estão testemunhando a cada jogo que esse Flamengo está conquistando com muito merecimento um lugar de destaque no Livro de Ouro do Flamengo Doutrinador das Américas ao lado de semideuses que antes julgávamos inatingíveis.

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Os números absurdos do trio Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol não deixam brecha pra nenhuma contestação, é o ataque mais poderoso e marcador desde o advento do profissionalismo em 1936. Quando esse trio está pra jogo é muito difícil o Flamengo não sair de campo com a vitória. Aí junta com os números igualmente foda de Renato Gaúcho, campeão como jogador e treinador da Liberta e hoje um dos recordistas históricos de vitórias na competição e estão criadas as mais ideais condições pro Flamengo catar mais uma Libertadores.

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O caminho pro Flamengo conseguir essa inédita façanha tá desenhado. Vai ter que passar por cima de um ou dois times grandes, talvez um rival, mas nada que assuste. Começar a ver seriamente os desafios logísticos que envolvem estar com o Flamengo em Montevideo na última semana de novembro, isto é, passagens, hospedagens, ingressos e vacinas, não é Oba-oba, é planejamento e quanto antes começar a tomar as devidas providências, melhor. Faltam só três jogos pro Mengão voltar à grande final e não há nada pior pra um torcedor do que ser pego de surpresa antes de um evento da magnitude do TRI da América.

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Por isso mesmo é tão importante repetir que o Flamengo já está na semifinal. Não é bravata, é confiança. A responsabilidade é enorme, em 90 minutos tudo pode mudar, futebol é caixinha de surpresas, falador passa mal, et cetera, mas se nós, humanos mortais e falíveis, não desafiamos os deuses para o que serviria a coragem com que fomos brindados pelo Criador? E de que valeria ser Flamengo nesse mundo de incerteza e impermanência se não for pra espalhar o seu evangelho, descobrir novas terras, povoá-las com gente bem vestida e tirar muita onda?

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Avisa lá que o Mengão chegou. Espalha a boa nova e saboreie o som do ranger dos dentes dos inimigos, muito putos com nosso sucesso incontestável. Ainda não temos motivo nenhum pra comemorar que não seja a nossa gloriosa existência. O que já seria motivo para anos e anos de banquetes, raves e batalhas de confete eternas. Enquanto as taças não chegam ao seu destino na Gávea, multiplicai-vos, mulambos. É tudo nosso e alguém tem que herdar o que conquistamos.

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Mengão Sempre

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P.S. Fogo nos Racistas!