Por culpa exclusiva do Flamengo, o Brasil acordou semana passada totalmente polarizado. Metade do país, indignada com a vitória sofrida em cima do Cuiabá na Arena Pantanal, queria arremessar o treinador às capivaras e jacarés. A outra metade queria atirar primeiro o presidente Bolsonaro por sua incompetência em relação às vacinas, e depois lançar nosso treinador em cima dele, para garantir.
Me isentem dessa. Pego fácil a terceira via nesse assunto, por bons motivos. Primeiro, tenho consciência ecológica e acho fofas as capivaras. Segundo, vejo em Rogério um profundo conhecedor da história flamenga, e um gênio da numerologia.
Atentem comigo: o clássico Cuiabá x Flamengo era o jogo das 8, na 8ª rodada – e no dia 1 do 7! No primeiro gol do Flamengo, do Pedro, drible porreta e passe magistral de João Gomes, nosso camisa 3+5 (essa conta ficou fácil). Aliás, enquanto derrapo nestas mal traçadas, sou levado pela nostalgia até as “sessões da tarde” do calhambeque Herbie, que graças ao 53 pintado no capô do fusca, era chamado pelo garotinho mexicano de “Ocho”. Impossível não lembrar, diz aí. Não faz a menor ideia do estou falando, né? OK, mal.
Mas o oito estava no ar, e Ceni não foi afoito (perdão). Fez então o que qualquer treinador do Flamengo deveria fazer: ignorar a lógica e conceitos abstratos como “domínio do meio-campo” e botar na partida aquele que estava há quase oito meses sem atuar: o camisa 8 Thiago Maia.
Como qualquer flamengo da República Paz & Amor está careca, míope e com lumbago de saber desde 1947, a 8 rubro-negra é quase tão cultuada quanto a camisa 10. Tudo começou lá atrás, com mestre Zizinho, que hoje descansa numa lápide toda descuidada e dilapidada em Niterói.
Mestre Ziza foi nosso primeiro 8, o 8 primevo, o 8 que deu origem à série. Com o oito às costas, número da fortuna e da bonança dos chineses, o Flamengo largou com sorte.
E por que Zizinho e não um perna-de-pau qualquer ganhou a numeração? Eram os tempos do velho sistema tático WM, quando o bom futebol se jogava com dois meias, um pela direita e outro pela esquerda. O 10, portanto, não era o único cérebro da equipe. O nosso primeiro grande cerebral, assim, foi mestre Ziza – e aí a gente entende todo amor e devoção a Gerson, que Marselha o conserve.
O Rei de Wakanda não apenas nos brindou com gols, assistências, jogadas clarividentes e um grande palíndromo (“Ué, Gerson nos regeu!”); também representou um acerto de contas com nosso passado de glória. Era a 8 a vestir mais uma vez um craque de futebol requintado. E olhe que Gerson chegou usando a 15, já que a 8 era do competente e raçudo Cuéllar.
Poucos notaram, mas ao chamar Thiago Maia para adentrar o gramado, Ceni pôs um pedacinho de papel sobre a prancheta e apontou. O papelzinho não vinha com nenhum desenho tático, nenhuma ideia de jogo ou posicionamento dos cuiabenses. Dizia apenas:
“Galeria de camisas 8 do Flamengo: mestre Ziza, doutor Rubens, Moacir, Gérson Canhotinha; Geraldo Assoviador e Adílio; Aílton, Sócrates, Marquinhos, Uidemar; Elias e Gerson. Compreendeu?”
Thiago Maia captou. Viu ali, em plena Arena Pantanal, com os jaburus a revoar, que ele só tem uma opção a partir de agora: ou passa à história como craque desta célebre galeria, ou pega seu lugar em outros dois grupos de velhos camisas 8. Os que ninguém lembra – Luís Rosa, o sergipano Gringo, Wagner, Claiton, Douglas Silva – e os que todos detestam lembrar. Vocês sabem de quem estamos falando.
A noite de quinta-feira parecia sombria. Um frio de doer, o Cuiabá já chegara na cara do gol. Diego se machucara. Nada mais dava certo. Nosso técnico fez, assim, uma de suas melhores escolhas em um ano e sete meses de Flamengo: quando o empate parecia líquido (alô Juventude) e certo, Rogério Mücke Ceni foi mestre. E chamou o 8.
E foi assim, com o mítico numeral às costas, que TM recebeu o presente de Rodrigo Muniz nos acréscimos, e bateu com categoria no cantinho. Primeiro gol dele pelo Flamengo, vitória garantida no Pantanal. Quem precisa entender de futebol se conhece a fundo o Flamengo?
A Rogério só falta acertar mais uma continha, sobre Michael e Victinho. É computar e ver que os números não mentem: 19 – 11 = 8! Basta não escalar os dois juntos e a sorte e a bonança haverão de nos sorrir.
Belo texto, Dunlop. Seria muito legal se realmente um técnico entregasse explicações num pedaço de papel e elas fossem realmente uma lista de jogadores. E que ainda tivessem Uidemar!
Tenho certeza que todas as ausência na lista foram propositais e acho que cada um tem a sua, tudo bem. Mas eu gostava do futebol do Fabinho e também do Renato Abreu. E tive muita esperança no Cleisson e no Marco Antônio Boiadeiro, mas lembro que não deu em nada.
Meus amigos, conheci o tempo em que os jogadores não tinham números. Ou você conhecia os caras ou boiava na escalação.
Digo isso em função do Zizinho.
Não me lembro mais se o nosso GRANDE CRAQUE do passado chegou a jogar, no FLAMENGO, com o 8 às costas. Até acredito que sim, e, se tal aconteceu, foi ele o primeiro mesmo no Flamengo.
Rubens, o Doutor Rubis, outro excepcional jogador e maravilhoso cobrador de faltas, com certeza, já em 53 , foi um maravilhoso 8 também.
Se me perguntassem qual o nosso melhor 8 de todos os tempos, não teria dúvidas de apontar o pódio.
Medalho de ouro – Zizinho. Medalha de prata – Rubens. Medalha de Bronze – Gerson, o autêntico, o canhotinha.
Nem penso noutro Doutor, esse de verdade, o Sócrates.
Tenho uma mania, que não me importa se certa ou errada. Sócrates não pode ser considerado como jogador do Flamengo. Quando passou pela Gávea, já era um consagrado e definitivo corintiano.
Oito SRN, para TODOS os flamenguistas.
FLAMENGO SEMPRE
PS – Gringo era um eficiente CENTROAVANTE. Do tempo em que não havia números na camisa. Se houvesse, com todo o respeito, 8 não seria, mas 9.
Fantástico. Só esqueceu do pitbull Willians
Os famosos “pontos perdidos” para nos sao verdadeiramente pontos perdidos, pelo jeito.
E la vem o idoso dando entrevista, em vez de segurar sua posiçao e defender o Flamengo de levar gols pelo seu lado, quase sempre pelo seu lado…
A “beleza do futebol” .. meu amigo, essa beleza saiu do seu lado que ja era uma avenida durante um bom tempo. Voce nao jogou nada – seja um pouco auto-critico. So um pouco, rapaz.
De uma olhada do papelaço que vc fez no gol dos outros.
Ja chegou a hora de ter um lateral esquerdo bom.
Outra: tem aqueles que dizem que o Chato é injustiçado, porque qd ganhamos foram os jogadores e quando perdemos, ele.
Massss – é exatamente assim! Nao vejo porque reclamar dessa “analise”.
Quando os da frente, os craques da frente, nao resolvem por estarem num dia de se esquecer, como ontem, e os de tras nao ajudam, como ontem e como sempre, o tecnico, que agora poderia mostrar algo de sua imensa sabedoria, se esquece dela – como sempre. Pior ainda – ele é capaz e re-capaz e re-re-capaz de repetir erros sobre erros em substituiçoes. Até mesmo contra o mesmo adversario ele comete os mesmos erros.
Como alguem de mente sa pode defender um sujeitinho incapaz desses?
Resumindo: Se o Mengao ganhar de novo, vai ser por conta dos craques da frente. Nao pela defesa, menos ainda pelo lado esquerdo dela, e muito, mas muito menos pelo tecnico que temos.
Desejo que esse va pro SP.
Hoje ainda.
Xô !
https://www.gaveanews.com/index.php/2021/07/06/flamengo-fica-com-apenas-um-representante-na-selecao-da-rodada/
kkkkkkkkkkkkk – esse Henrique me mata de rir, o cara não acerta uma, tem problema de próstata e ódio (cumé qui si diz, amor?) isso, viceral, ódio vice…, opa, vascaíno ao Filipe Luís, um dos poucos lúcidos e competentes nessa bagaça de time dirigido por aquele que me recuso a dizer nome. Num para não Henrique, vc faz o meu dia mais hilário.
KKKK, otimo que te trago um bom dia – ja colocar o idoso como o que jogou bola …. kkkkkk , ai é de lascar. Eh como dizer que o genocida é o maior democrata do planeta. Nao ha nem de que se discutir.
Faz o meu dia tb bem mais claro.
Acho que se o idoso solta os puns dele, de idoso, comentadores acham “maravilhoso” o jeito dele peidar.
Um bom dia p vc e hj vai ser dia de labuta forçada. Avisa pro cara sair da cadeira de rodas.
Bora ver o que acontece pelo lado esquerdo, aquele lado que acarreta todo e qq ataque dos outros. Sempre e sempre.
SRN
Bem … viu o que aconteceu?
Nao deu nem pra se levantar da cadeira de rodas …
Acabou a carreira do idoso. Ta na hora, melhor sair enquanto tem gente como vc que acha ele o maximo – daqui a pouco so tera gente como eu, que o quer ver fora do time. Seria pena pra ele, humanisticamente falando.
Henrique, escrevo pra dizer que acho ótimo que a sua bandeira, o seu ideal seja falar mal do Filipe Luís. Eu o acho um craque e acho que tem jogado muito bem, mas acho muito legal que alguém não ache e venha aqui em todo post defender isso. Essa é a beleza do futebol.
Confesso que quando tem as discussões, não gosto muito das abordagens, nem contra você , nem as suas próprias, mas faz parte também. Nem tudo são flores neste que é o melhor site sobre Flamengo de todos os tempos.
Vou observar se todos os gols vem de falhas defensivas dele! Mas sugiro que observe como ele passa pra frente numa porcentagem muito superior a qualquer outro jogador, incluindo Arrasca e Éverton RIbeiro, o que é um exemplo de criatividade. E a abordagem defensiva dele, que não é a mais veloz, de fato, é sempre por atrapalhar o jogador com a bola e, muitas vezes, se antecipar. E funciona muito. Não quero te convencer a gostar dele, que seria impossível a essa altura. Só mostrar os lances que eu gosto.
Boa, Dunlop, traduzir as coisas em número é bom, agora, me deslinda aí, que porra de número pode dizer que o Flamengo esmagando os florzinhas e perde com gol nos últimos minutos?Outro número : e não é a primeira vez. Me diz aí, Dunlop, um número que resume as substituições meio sobre sem pé nem cabeça, do Rogério, o chato? Me esclarece aí, Dunlop, com um número mágico por que aquele grandalhão, o número dele nem sei mais, do Gustavo Henrique deixou aquele nenseiquemlá cruzar aquela bola? Se fosse um zagueiro europeu o tal florzinha estaria estrebuchando lá nas placas de aviso e tem mais o juiz não marcaria pênalti porra nenhuma porque lá os beques sabem usar os ombros e como todo mario vianna com dos ennes sabe ombro no ombro não é falta. Depois o Brasil quer ganhar copa do mundo…
GH é o número 2, como na frase: “Vou ali, mas devo demorar. Sabe como é, é o número 2…”
Dupla interpretação.
Em função de ser lento OU por não parar de fazer cag…
Pior – as duas hipóteses estão certas.
Quero me penitenciar quando dei a entender que só beque europeu sabe usar o ombro, ontem entre uma cochilada e outra, peguei o Neymar entrando pela esquerda célere, eis senão quando, aparece um beque peruano e numa jogada perfeita mete seu ombro e joga o nosso saltitante craque lá nas placas de anúncio. O juiz nem discutiu não marcou porra nenhuma como manda a lei … e o nosso trêfego Neymar sacudiu a poeira e saiu andando numa boa, nem reclamou.
Merecida derrota. E bem merecida pra eles tomarem vergonha nas caras. Todos.
Os putos perdem pra todo mundo, mas nao pra nos.
Repetiu-se o que vimos no ultimo jogo contra eles. Desta vez bastaram 10 minutos de pressao.
Ninguem jogando nada, so bizarrices sem fim. Nao tivemos uma unica boa chance. Nao aconteceu o ultimo passe.
Pedro e BH nao existiram.
Vitinho agora é o cara – ficou resmungando no banco. Isso ajuda, o Pedro mostrou. Mesmo desaparecido, nao é sacado.
O idoso entao so nao entregou por sorte.
Diego fez de suas ridicularidades.
Poxa vida – raiva de um time que nao avança em nada.
Tecnico dos outros matou o Flamengo ja 2x.
E com as mesmissimos trocas.
Ja o Chato nao aprende nada, coloca gente que nao aporta nada ao time, nem pulmao, a nao ser o Muniz que deveria ter entrado no lugar do Pedro ou do BH muito antes. O idoso nao aguentava mais faz tempo. E permanece. O lado esquerdo uma avenida. The horror.
Foi uma atuaçao ridicula, de abestados. Chutando do meio do campo …. assim nao a vivalma que aguenta.
So com um Rioja de primeira.
O que se constatou mais uma vez, mas agora clamorosamente, é que no meio nao ha NADIE que saiba criar. Ninguem.
Arao errou todas e outras 1000. Fora dele nao existe passador certeiro.
Pelo menos chega o Arrasca e mais um ou outro. Vai melhorar, pq a gurizada nao da nem de longe conta do recado.
Ao contrario da garotada deles, que sao bons de ataque e de fisico.
Sei que tem aqui um monte de gente que gosta que estejamos la em baixo, mas eu nao.
Esse Zè Chato tem que vazar.
SRN da casa du karai
KKKK, muito boa, Dunlop.
Alias – passou o recado da nao-escalaçao dos “dois” pro Chato?
SRN
Porra Dunlop, aí tu me acaba!!! Zizinho, Dr. Rubis, Canhota, Geraldo, Adílio, Gersin coringa!! Pqp tô chorando em posição feral, irmão!!! Q texto!!! Obrigado por essa catarse!
Dunlop, lendo essa crônica, não pude furtar-me de lembrar daqueloutra do grande mestre Veríssimo, sobre a capacidade numerológica dos astros em relação aos Presidentes americanos eleitos em ano terminado em “zero”, que você, prescrutador, conseguiu me resgatar, qual um garimpeiro nas longíquas plagas do Yukon. Complemento perfeito! E outra: “Flamengo” tem oito letras!
Genial, como sempre!
Mestre Frederico, que honra vê-lo aqui. Outro dia circularam no Twitter ou Instagram umas fotos estupendas do velho Maracanã, creio que eram suas. Quando sai o livro com suas joias?
O livro sobre a torcida do Mengão está pronto. O título é Nação: a maior torcida do mundo. Estamos ainda sem patrocínio para imprimir, mas ainda correndo atrás dele. Obrigado pelas palavras amigas. Aliás, gostaria de ter o seu depoimento nele, contando porque é Flamengo. Vamos providenciar? SRN!