A história do Flamengo e o Campeonato Carioca é um paradoxo lógico. O Carioca foi a razão de existir futebol no Flamengo, lá em 1912. Mas todo mundo sabe que há mais ou menos uns 30 anos a centenária e pitoresca competição praiana sobrevive de forma parasitária, dependurada na jugular do Flamengo. Que como se fosse uma mãe otária o nutre, aquece e protege.
O Flamengo é quem dá relevância ao Carioca, que passa pelas ruas despercebido e anônimo quando não é o Flamengo que o vence. Mas ao mesmo tempo, e de forma ironicamente cruel, cada vez que o Flamengo vence um Carioca o afunda ainda mais nas águas turvas da irrelevância esportiva. Muito difícil levar a serio um campeonato em que o Flamengo joga sozinho.
Para o Flamengo é sempre a mesma coisa, ganhar os Carioca é a mais sisífíca das tarefas. Se ganha, não fez mais que a obrigação. Se não ganha destampa-se a panela do capeta e se cometem a maiores insanidades em nome da moral ferida. Vamos combinar, à luz da lógica, não faz o menor sentido o Flamengo continuar jogando isso.
Um campeonato em que o Flamengo disputa há 108 anos e conseguiu perder 72 vezes não pode ser considerado um hábito saudável. Claro que os 37 Cariocas que agora empilhamos são motivo de orgulho. Ainda mais quando levamos em conta o contexto em que os mais antigos foram conquistados. O Carioca, como o Real e aquele vinho alemão da garrafa azul, já valeu muito e agora é apenas uma curiosidade do passado.
O Flamengo pode e deve desprezar o Carioca por muitos motivos. O principal deles é porque o foi o Flamengo quem mais e esforçou e levou a sério o nosso rural. Foram anos e anos perseguindo a hegemonia, que depois em conquistada em 2009 cada vez mais se solidifica. Com a sua mais recente façanha, o HEXA Tricampeonato, o Flamengo colocou tamanha vantagem diante de seus perseguidores que poderia ficar tranquilamente afastado da competição pelos próximos 10 anos sem o menor risco de ser alcançado.
Tem uns psicopatas pregando a necessidade atávica do Flamengo conquistar o Tetra rural, que seria o primeiro em uma única liga e destruindo o último brinquedinho que resta à macróbia torcida do Botafogo nas resenhas. E assim vamos criando mais um motivo pra que o Carioca permaneça na paisagem.
E enquanto esse campeonato existir não tem jeito, o Flamengo sempre vai ter que ganhar. Ainda que já não tenha muita graça. Como foi meio sem graça esse Fla-Flu da final. A ridícula torcida do Fluminense, sempre abjeta na suas análises sociológicas, apelou para o velho discurso de ódio interclasses com o fito de incentivar seus lamentáveis pernas-de-pau. Lógico que deu errado, os tricolores se entregaram à velha mania de xingar flamenguista de preto, pobre, favelado e sem dente nas redes sociais e dentro de campo levaram mais um pau.
O Flamengo jogou protocolarmente a final, de calções brancos e atacando pro lado certo. Se impôs sem maiores esforços, o Fluminense é uma vergonha, e rotineiramente levantou a sua 4ª taça no ano. E ainda colocou o jovem João Gomes na galeria dos heróis dos TRIs rubro-negros, ao lado de Valido, Dida, Zico, Petkovic e Kleberson. Boa, João. Pra começo de carreira não tá ruim, não.
Viva o Flamengo. Viva a Democracia. Parabéns aos Hexatris. Seguimos.
Mengão Sempre
Foto: Frederico Mendes
Pelo andar da carruagem, o Flamengo vai ter obrigação também de vencer essa porra de brasileirão. É uma perebice total. Até o fujão da série B está classificado. Ano Passado o Mengão já deu mole e foi aquilo que se viu, uma tenebrosa final entre Santos e porcos que os cronistas esportivos (epa!) teimaram em chamar de futebol e ainda por cima tiveram o desplante de “analisar” a pornochanchada. Os timecos aqui do bananão/laranjal estão ganhado e, pasmem, os senhores ouvintes, de goleada. Aliás, vamos torcer para que só eles sobrevivam, vai ser a sopa no mel. É ou não é obrigação do nosso Mengão ganhar mais essa e… com muita facilidade.
Sporting: campeão português após 19 anos
Lille: campeão francês pela primeira vez
São Paulo: campeão paulista após 16 anos (1º título em 9 anos)
Atlético de Madrid: campeão espanhol após 7 anos
Internazionale – campeã italiana após 11 anos (1º título em 10 anos)
FLAMENGO: ROTINA. CAMPEÃO NOVAMENTE APÓS 28 DIAS.
E SEGUE O BAILE.
Sempre Flamengo.
Obs.: adaptado das redes sociais
Esse é o 4° título do Lille na verdade, mas de resto correto, varias zebras, exceto no Rio de Janeiro 🙂
Essa mania de se replicar mensagens de WhatsApp do tiozinho dá nisso. Com razão o Guilherme.
Assim, vou retirar da lista o Lille e colocar o Villarreal, que após incríveis cobranças de 22 pênaltis sagrou-s campeão de um título significativo, em 98 anos de toda a sua história.
Não costumo torcer para nenhum time. Só sei torcer pelo Flamengo. Mas, confesso que hoje eu torci pelo Villarreal derrotar o Manchester United, na disputa pelo conquista da Liga Europa.
Eu fiquei imaginando a alegria dos torcedores do Villarreal, que lotaram um vagão do trem que os levaram da Espanha para a Polônia.
SRN!
Eu tb torci por eles! SRN
Se o Flamengo não se pirar dessa, ele cairá nessa eterna contradição, cada vez que ele ganhar um título carioca, é mais uma pá que ele utiliza para cavar sua própria sepultura.
O Carioca já foi o maior Campeonato do Brasil.
Até os anos 80, pois, de 1971 a 1980, ou um pouco mais, o Brasileiro ficava nitidamente em um segundo plano.
Importantes eram o estaduais, notadamente os dos Estados líderes da Federação, Rio e São Paulo.
Um exemplo para comprovar.
O próprio Torneio Rio-São Paulo, o Robertão.
Não chegou a ter 10 anos de vida, contribuiu para o aumento da mortalidade infantil.
A rivalidade dos dois Estados (na verdade um e o Distrito Federal) era enorme, mas não ameaçou a predominância das competições locais.
Com o passar do tempo, principalmente na última década, com o domínio avassalador rubro-negro, também com destaque absoluto na última década, de Cariocão passou direto para Carioqueta, inexpressivo e chato.
O Brasileiro firmou-se, as competições internacionais entre clubes ganharam espaço, o que era minúsculo não poderia resistir.
Ponto final, lamentavelmente.
Uma exemplo eloquente.
De 1992 a 2009, o Flamengo ficou sem ganhar o Brasileirão.
17 anos na fila.
Sem títulos, afirmavam todos, apesar das conquistas estaduais.
Já eram inexpressivas e dispensáveis.
Resiste até hoje, sem que saiba o porquê.
Campeãs SRN, em que pese a pequenez do título.
FLAMENGO SEMPRE
PS – mesmo assim, dou mais valor a essa conquista do que àquelas tipo caça-níqueis, como as super-copas de araque.
Parece que a rapaziada não tá nem aí pro timaço de basquete do Flamengo, a um vitória do Hepta brasileiro. E quer saber? Estão certos. Os dois jogos, duas vitórias do Orgulho da Nação, foram decididos, no 1º jogo, a 7 segundos do final com uma cesta espírita de 3 pontos do Yago laaaaá do meio da quadra e, no 2º, a 1 (um) segundo do estouro do cronômetro, quando os bambis conseguiram não acertar dois rebotes seguidos e o Flamengo ganhou por 1 ponto de diferença. É o esporte mais emocionante que existe.
Minha última vez no estádio antes da pandemia fui levar o meu filho no Maracanãzinho naquela virada histórica na semifinal da Champions League das Américas.
A 7 segundos o Flamengo teve a posse da bola, após um pedido de tempo.
O arremeso lá do meio da rua que caiu, foi também no estouro do cronômetro.
Assisti, não sei a razão.
Tanto que não vi o de ontem.
Fico me lembrando do Gilberto Cardoso …
SRN
FLAMENGO SEMPRE
É como aquela música tão brega como esse campeonato:
“Você não vale nada, mas eu gosto de você…”
Bora, Mengão!
Perfeito o texto! E tô nessa foto do Maraca antigo aí! HAHAHAHAHAHA
Eu também tô nessa foto, ali, embaixo, à esquerda, com a camisa do Flamengo.
Não consegui me identificar.
Fica pra próxima.