Desde 1987 que os jogos entre Flamengo x Sport, em sua essência apenas uma pitoresca disputa entre habitantes de galáxias distintas, adquiriram uma importância simbólica que guarda pouquíssima relação com o que acontece no quadrilátero relvado. São jogos que têm mais significado como uma alegoria da conflituosa relação nacional com as leis (e seus proprietários e beneficiários) do que alguma relevância esportiva.
Nos raros anos em que se encontram disputando a mesma divisão, Flamengo e Sport jogando são a lembrança de que no Brasil quando o mérito esportivo e o entulho insepulto da República dos Bacharéis saem na mão o mérito esportivo entra na porrada com a conivência das autoridades. E ainda que seja notório e indisfarçável que o rei anda nu balançando suas vergonhas por aí, abundam os hipócritas capazes de comentar detalhes, enxergar melhoramentos e exaltar a perene legalidade das vestes inexistentes. Os caras esquecem que o Flamengo é ainda mais Flamengo quando está fora da lei.
E lá se foi o Flamengo e seu asterisco pro Recife, para mais uma vez, reafirmar quem é que manda na porra toda, apesar das psicotrópicas sentenças transitadas em julgado, e empurrar os usurpadores de volta à sua divisão de origem. Ganhar dos caras sempre foi obrigação e se não fosse a situação delicada em que o Flamengo se colocou espontaneamente por perder tantos gols no campeonato (80 chances claras em 33 jogos), o compromisso de segunda-feira seria meramente protocolar.
Com o 3×0 safado e perdendo gol que nem maluco o Flamengo conseguiu a sua maior vitória na Ilha do Retiro e garantiu a atenção do país ao Brasileiro por mais uma rodada. Para alívio de patrocinadores, emissoras de rádio e TV, youtubers, blogueirinhos, abatedouros, carvoarias e da indústria cervejeira, o Flamengo segue vivo e perigoso. O medo desse povo que faz a economia girar é o Flamengo pipocar e fazer o faturamento de todo mundo cair. Por enquanto tá tudo ok e o Flamengo continua bombando IDHs por onde passa. E cada vez mais campeão de 87.
Mas a agonia continua. O Flamengo se meteu numa daquelas maluquices de ter de ganhar vários jogos seguidos e ainda dar uma secada responsa pros outros mortos de fome irem perdendo pontinhos. No caso agora só precisamos secar o Sem Drenagem, virgem há 40 anos no Brasileiro, o único obstáculo entre o Flamengo e o Octacampeonato.
Eles estão on fire, ganhando um jogo atrás do outro, batendo recordes que até o ano passado eram inalcançáveis. Palmas pra eles, mas ao mesmo tempo é indiscutível que eles também estão avançando em velocidade de cruzeiro rumo à inevitável derrota, que é o único destino certo para os invictos. A permanência no topo da tabela antes que a liderança valha efetivamente alguma coisa é o maior indício que os gaúchos não estão preparados para sair da fila esse ano. Mas não estamos aqui pra ensinar a ninguém como ser campeão, eles que lutem.
A nossa luta agora é outra, é preciso repetir uma daquelas arrancadas tão flamengas que inflamam o proletariado e aterrorizam a burguesia cabocla, como fizemos em 1992 para conquistar o Penta, ou em 2007, para conseguir vaguinha em Libertadores, ou a histórica sequência de seis vitórias e três empates nas últimas nove rodadas do Campeonato Brasileiro de 2005 que manteve nosso nome limpo e a salvo dos respingos da mefítica lama das divisões subalternas. É disso que o povo gosta.
Claro que para sair tudo do jeito que desejamos é preciso que haja algo além do desejo, algo além desse blá. É preciso que o Flamengo jogue alguma bola. Não muita, que esse ano o nível está bem abaixo do normal, mas um pouco mais do que a média do que foi apresentado até agora. O futebol jogado no segundo tempo contra o Grêmio ou o primeiro tempo contra o Sport é o mínimo aceitável. Foram dois momentos muito específicos e muito diferentes do que o Flamengo andou protagonizando durante o interminável e aziago 2020.
Pode ser só implicância generalizada com o Ceni, o que seria justificável, mas nos dois momentos citados tivemos a impressão de que os jogadores, esses semideuses que habitam patamares superiores, resolveram tomar as rédeas do seu próprio destino. Mais do que isso, pareceu que os jogadores tomaram o poder e chamaram para si a responsabilidade de ganhar essa porra reeditando o histórico Ground Comittee de Borghert, Baena, Píndaro e Gustavo de Carvalho que está na gênese do futebol rubro-negro em 1911.
Prefiro acreditar na lenda orwelliana da revolução bolchevique no Ninho do Urubu, que atribui a melhora do time a uma suposta tomada dos meios de produção pelo proletariado milionário do Flamengo, do que no conto de fadas de que nosso treinador, baldadas todas as chances do seu São Paulo na competição, decidiu parar de enrustir o vasto cabedal tático do Cenismo e mostrar aos seus detratores que aprendeu no Fortaleza e no Cruzeiro como treinar um time gigante. Sei lá. Por via das dúvidas, quatro patas bom, duas patas ruim.
O que importa é que o Flamengo tá na área, tocando o terror psicológico e desestabilizando o sistema. Estejamos preparados, contra nós as arbitragens se deixam influenciar por convicções e o establishment manda a moralidade às favas. As próximas rodadas vão ser assim, o Mengão tendo que meter quem passar na frente, sem medo de polícia, capitão ou traficante, playboy ou general e de olho pros safados nos cafofos de Osama operando o VAR não perderem a linha. E sem esquecer de torcer pro Inter peidar em seus jogos.
Não esperemos compaixão, defesa da honra ou ética de trabalho por parte dos coirmãos que o enfrentarão, se nego puder entregar seus jogos só pra nos fuder assim o farão sem hesitar. Vagabundo nos odeia. Em resumo, é nóis contra o mundo outra vez. Um tempero que há de conferir um sabor todo especial à conquista.
As moléculas do ácido octanóico (C8H16O2) tão de bobeira no ar. Dependendo das ondas e da energia podem se condensar e desabar como uma chuva sagrada e enlouquecedora a qualquer momento entre hoje e o dia 25 de fevereiro. Nessa mesma janela na malha espaço-tempo podem também acontecer as maiores sacanagens do tipo pênaltis marotos consignados ou não ao sabor das circunstâncias, molecagens tribunalícias e a tradicional punga anti-flamenguista da qual tão pouco se ocupa a imprensa nacional. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora. Bora pra pista.
Mengão Sempre
Caro Arthur e amigos da RP&A, estamos em uma situação inédita observada na história do futebol; deixamos pontos bobos não conquistados em jogos fáceis; deixamos que nossos dirigentes fechassem negócios sem pensar e de grandes prejuizos para o clube
(caso da contração do técnico catalão, Michael,Vitinho… e bobeiras estruturais do ninho causando aquela desgraça com nossos meninos queimados), estamos atualmente com três jogadores sendo julgados pelo STJ somente agora na reta final do campeonato, indicando claramente que estão de sacanagem; jogadores que enfim se motivaram tardiamente, ocasionando esse nervosismo em nós, torcedores e claro, alguns adversários que tentarão jogar a vida pra tirar esse título, ou seja, tudo isso poderia ser evitado com um bom planejamento e competência se a Lei imputasse sanções aos dirigentes em caso de prejuízo à entidade. Só nos resta torcer
pra que tenhamos êxito em todas as partidas até o final.
SRN.
Eu irei continuar insistindo no “Princípio do Imponderável do Ninho”: ninguém pode prever como será o desempenho do time do Flamengo no jogo seguinte.
Como eu já havia alertado em comentário anterior, as últimas atuação do time do Flamengo no Maracanã estão uma boa merda.
Eis a colocação dos clubes por pontos conquistados jogando dentro do seu reduto:
1º Atlético-MG – 42
2º Internacional – 40
3º Fluminense – 34
4º São Paulo – 32
5º Grêmio – 32
Parece fake news do negacionista, ou do antivacina, ou do terraplanista, mas a verdade é que jogando no Maracanã, o Flamengo ocupa apenas o 8º lugar com somente 28 pontos ganhos.
Por outro lado, jogando no campo do adversário, estamos em primeiríssimo lugar.
1º Flamengo – 33
2º São Paulo – 26
3º Internacional – 25
4º Ceará – 22
5º Palmeiras – 22
Tivéssemos tido um desempenho melhor no Maracanã, e o caneco do brasileirão já estaria debaixo do braço, tal qual chicote de barbada turfística.
Pela frente ainda teremos que vencer cinco clubes adversários (três no Maracanã), o VAR da Rede Globo, o VAR oficial, o Conselho de Arbitragem e os seus árbitros teleguiados, a justiça desportiva e os seus tribunais e juízes mourarianos. Não creio que tudo custará três bilhões de reais, o valor atual de negociatas, mas que poderá rolar grana para fazerem de tudo para prejudicar o Flamengo, lá isso vai.
Enfim, vamos aguardar os acontecimentos na Gávea… e no Brasil.
SRN!
Em tempo: Essa é a Jane Fonda?
Não sou de invejar ninguém. Mas confesso que sempre morri de inveja do Roger Vadim, o homem que comeu Jane Fonda, Brigite Bardot e Catherine Deneuve.
Um bom texto, para as horas vagas:
http://50anosdetextos.com.br/2013/o-homem-que-comeu-bardot-deneuve-e-fonda/
Onde se lê mourarianos, leia-se moronianos.
o cara é foda mesmo….
que inveja do caralho eu fiquei !
SRN !
Pasmem, olhem só a notícia que acabei de ler, marcaram o julgamento de um processo meio que enterrado logo agora que o Flamengo parece engrenar, resultado: Bruno Henrique e Gabriel correm sério risco de desfalcar o Mengão na reta final. Eu acho que já vi esse filme só que em outra área…
Vai, Flamengo!!!!
Os esculachos que o Arthur aplica no genérico setentrional são épicos!
SRN
flamengo só precisa de um tropeço do inter pra ser campeão,se assim for,acho que eles vão se ferrar contra o corinthians.
os manos sempre dão uma forcinha pra nóis.
SRN !
Seu Chacal, com todo respeito, mas quando o senhor faz profecia dá tudo ao contrário. Pede pra apagar esse comentário aí fazendo o favor.
isso é verdade kkkkkk
arthur apaga essa merda ai
SRN !
Apaga, Arthur! Nada pessoal, mas o Arthur tá certo.
#VaiTerLivrodoOcta
Aí eu botei fé!
SRN