Campeonato Brasileiro, 14ª rodada.
Assim que liguei o velho notebook, para começar a escrever esse post, recebi uma mensagem do cavaleiro rubro-negro Danilo Bruxolobo. Ele me encaminhava um texto que via semelhanças entre o jeito que o Flamengo jogou contra o Grêmio e a configuração do carrossel que deu justa fama à seleção holandesa de 74. (Não sei quem é o autor. Caso o Bruxo tenha o nome e me mande, atualizo aqui.)
Creio que se fizermos uma visita à história do futebol, para relembrar os times que nos encantaram, notaremos que todos têm algumas características parecidas. É evidente que esse Flamengo que está aí ainda precisa comer muita sardinha na brasa para chegar aos pés de qualquer um deles, mas há alguns poucos treinadores loucos o suficiente para querer que o Gabriel faça o que fazia o Cruyff ou que o Arão incorpore o Neeskens. Tomara que Jorge Jesus seja mesmo um deles, para nos libertar do marasmo tático com o qual convivemos há décadas.
Qualidades individuais à parte, tenho sérias dúvidas quanto à premissa, e elas se baseiam num ponto que me intriga: a obsessão de Jorge Jesus por um centroavante típico, ideia que bate de frente com o esquema implantado no selecionado holandês. Cruyff buscava e organizava as jogadas, movimentando-se por todos os espaços ofensivos, Rep e Rensenbrink fechavam agressivamente das pontas para o meio, Neeskens e Van Hanegen infiltravam. Centroavante, não havia. Não tenho nada contra eles, desde que atendam pelo nome de Romário, Careca, Ronaldo, Adriano. O problema é que a imensa maioria se chama Uribe, Val Baiano, Dourado, Damião. Fazem gols? Ora, claro. Contra esse argumento, gosto de sacar a máxima do grande Tostão: “Todo centroavante costuma fazer gols, até o Fernando Torres.”
A fixação de Jorge Jesus por um centroavante em nada combina com a revolução promovida pela seleção comandada fora de campo por Rinus Michels e dentro dele por Johann Cruyff. Porém, como todos os bons times de futebol guardam semelhanças entre si, a referência – embora fantasiosa e exagerada – não deixa de ser animadora. Buscar padrões elevados é sempre um bom começo. Resta admitir que, além das sardinhas na brasa, também nos faltam pataniscas de bacalhau, alheiras, açordas, ovos moles de Aveiro, travesseiros de Sintra, cornucópias e generosas fornadas de pastel de Belém.
Bom. O que dizer de Flamengo e Grêmio?
Jogos contra times reservas são traiçoeiros, e estamos cansados de saber que não há uma partida igual à outra. Futebol é danado. Nossos reservas foram ao Morumbi e empataram com o São Paulo, que no sábado derrotou o Santos e embolou de vez o campeonato. No Brasileiro de 2018, enfrentamos o time reserva do Grêmio e perdemos. Quarta-feira passada, os titulares do Grêmio empataram em casa com a mesma Chapecoense que, três dias depois, tomou uma lapada do Ceará. E, na boa, alguém acha o Bahia titular melhor que o Grêmio reserva?
Nada temos com as escalações que nossos adversários mandam a campo. Cada um com seus problemas. A obrigação do Flamengo é entrar lá e desempenhar, e foi o que o time fez. Primeiro tempo com muito mais volume de jogo rubro-negro, só que poucas chances reais, dando uma falsa sensação de equilíbrio. No segundo, um massacre. Diego Alves só apareceu – mais uma vez para fazer bobagem, ao soltar um inocente cruzamento no meio da pequena área – aos trinta e sete minutos.
Tivemos uma convincente atuação coletiva, o que sempre facilita brilhos individuais. Arrascaeta, Gerson, Bruno Henrique, Willian Arão e Everton Ribeiro jogaram demais. Continuam me impressionando, apesar dos erros generalizados do sistema defensivo na partida com o Bahia, a simplicidade, a seriedade e a eficiência de Thuler e Pablo Marí.
Com a derrota do Santos e o empate do Palmeiras – o time dirigido por Felipão não ganhou nenhum dos cinco jogos disputados pelo Campeonato Brasileiro após a volta da Copa América –, encostamos de vez nos primeiros da turma. Agora, não dá mais para deixar ninguém escapar, e é preciso manter um olho no peixe e outro no gato, pois alguns times precipitadamente dados como mortos na competição – São Paulo e Corinthians, por exemplo – ameaçam voltar à brincadeira.
Se resolvermos nossos problemas como visitantes, o campeonato vai ficar bonito.
Lances principais.
1º tempo:
Aos 17 minutos, Luan esticou boa bola para Pepê, nas costas de Rafinha. O cruzamento de Pepê encontraria Luciano livre pelo meio, mas Rafinha se recuperou e tirou de carrinho, para escanteio.
Aos 18, Luan cobrou escanteio para Darlan, que pôs na área. Diego Alves soltou, Luciano ficou com o rebote e pegou mal na bola. Diego Alves defendeu.
Aos 19, depois de boa manobra com Gerson pela direita, Arrascaeta chegou à linha de fundo e cruzou, encobrindo o goleiro Júlio César. Bruno Henrique vinha pronto para completar, Paulo Miranda salvou de cabeça para fora.
Aos 22, depois de paciente troca de passes do Grêmio, Léo Moura lançou Pepê nas costas da zaga rubro-negra. Pepê concluiu rasteiro, rente à trave esquerda de Diego Alves, e o bandeirinha Alex dos Santos marcou impedimento, que não havia. Ou seja: se a bola tivesse entrado, certamente o VAR teria validado o lance. Boa chance.
Aos 24, grande jogada de Berrío pela esquerda. Recebeu de Filipe Luís, deu um toque por entre as pernas de Paulo Miranda e buscou Arrascaeta pelo meio. A bola saiu um pouco forte e Arrascaeta não alcançou.
Aos 28, Arrascaeta recebeu de Filipe Luís na intermediária gremista e, com um toque simples e sutil, lançou nas costas de Paulo Miranda, deixando Willian Arão cara a cara com Júlio César. Arão bateu firme, de pé esquerdo, no alto do canto direito. Bonito gol, um a zero.
Aos 44, falta de Rafinha em Pepê. Luan bateu mal e Cuéllar tirou sem problema, só que Pablo Marí puxou a camisa de David Braz dentro da área. E aí, mais uma questão do VAR que precisa ser repensada. A jogada prosseguiu, o Flamengo saiu no contra-ataque e quase um minuto se passou, até que a bola parasse e Bráulio Machado pudesse checar. Sim, foi pênalti, mas o que aconteceria com o jogo caso o Flamengo tivesse feito o gol na sequência do lance? Aos 50’, Rafael Galhardo bateu firme, no canto esquerdo de Diego Alves, que caiu para o lado direito. Um a um.
2º tempo:
Aos 2 minutos, Gerson recebeu no meio-campo, saiu da marcação de Darlan, arrancou e tocou para Berrío cruzar. Livre, Bruno Henrique errou a cabeçada, a bola tocou em seu ombro e saiu à esquerda do gol de Júlio César.
Aos 4, Willian Arão empurrou a Filipe Luís e daí a Bruno Henrique, que encarou a marcação de Léo Moura, botou na frente e, da lateral da área, tentou um chute improvável. A bola bateu na trave direita e sobrou em cima de Arrascaeta. Rápido, para não dar tempo de recuperação a Júlio César, ele empurrou de canhota para o fundo do gol. Dois a um.
Aos 12, Gerson recebeu de Bruno Henrique na direita, gingou à frente de Juninho Capixaba, levou para o meio e, da entrada da área, disparou uma bomba de pé esquerdo. A bola explodiu no travessão e saiu.
Aos 31, Arrascaeta começou a jogada pela esquerda, lançando Bruno Henrique. Ele despachou Paulo Miranda na corrida e pôs na área. Everton Ribeiro deu um leve toque, numa deixada genial para a conclusão de Arrascaeta. Júlio César fez ótima defesa para escanteio.
Aos 32, Everton Ribeiro cobrou escanteio na direita, Luan afastou de canela, Piris da Motta ficou com a sobra e devolveu a Everton Ribeiro, que cruzou na área. Bruno Henrique subiu livre e testou por cima do gol.
Aos 35, envolvente troca de passes do Flamengo. Gerson, Arrascaeta, Renê, Piris da Motta, Gerson, Arrascaeta, Piris da Motta, Thuler, Pablo Marí, Piris da Motta, Renê, Willian Arão, Everton Ribeiro e novamente Arão, que infiltrou pela direita e cruzou rasteiro, para o complemento de Arrascaeta. O chute saiu fraco e no centro do gol, Júlio César defendeu sem dificuldade. Pena, seria um golaço.
Aos 37, David Braz lançou Juninho Capixaba, que cruzou. A bola saiu pererecando, Diego Alves defendeu, soltou e, protegido por Pablo Marí, tornou a defender.
Aos 38, outro cruzamento de Juninho Capixaba, dessa vez pelo alto. Marí tirou de cabeça, Pepê tentou uma puxada e a bola encobriu o travessão.
Aos 46, depois de receber um bolão de Rafinha, Bruno Henrique fez a escolha errada: em vez de concluir de primeira, dominou a bola para tentar limpar David Braz. Não deu certo e ele teve de recuar para Everton Ribeiro, daí a Gerson, a Willian Arão e novamente a Everton Ribeiro. Ele se livrou de dois adversários e, da entrada da área, chutou forte, rasteiro, no canto esquerdo de Júlio César. Três a um.
Ficha do jogo.
Flamengo 3 x 1 Grêmio.
Maracanã, 10 de agosto.
Flamengo: Diego Alves; Rafinha, Thuler, Pablo Marí e Filipe Luís (Renê); Cuéllar (Piris da Motta), Willian Arão, Gerson e Arrascaeta; Berrío (Everton Ribeiro) e Bruno Henrique. Técnico: Jorge Jesus.
Grêmio: Júlio César; Léo Moura, Paulo Miranda, David Braz e Juninho Capixaba; Darlan, Thaciano, Rafael Galhardo (Everton) e Luan (Da Silva); Pepê e Luciano (Patrick). Técnico: Renato Gaúcho.
Gols: Willian Arão aos 28’ e Rafael Galhardo aos 50’ do 1º tempo; Arrascaeta aos 4’ e Everton Ribeiro aos 46’ do 2º.
Cartões amarelos: Rafinha, Pablo Marí, Cuéllar, Berrío; Juninho Capixaba e Thaciano.
Juiz: Bráulio Machado. Bandeirinhas: Helton Nunes e Alex dos Santos.
Renda: R$ 2.420.747,00. Público: 57.644.
Murtinho:
Sou um profundo admirador do futebol, como esporte, e sua história. Como opinião pessoal, o maior fenômeno do futebol em toda sua história foi o TotalVöetaball – o Carrossel Holandês.
Sempre que vejo comparaçoes – por mais que cuidadosas – envolvendo ESSE time, já ligo o sinal de alerta.
Recomendo uma leitura a quem interessar: “Brilliant Orange The Neurotic Genius of Dutch Football” de David Winner. Muito bom livro, fala desde quando o Michels chegou ao Ajax em 1965. Swart, veterano, ficou fora em 74. Um time montado em nove anos e contava com as exatas peças para funcionar. Sem Suurbier, Krol, Jansen, Neeskens, Cruijff, Rep, Rensenbrink… não haveria Carrossel Holandês.
Cruijff e Michels não tem o que falar mas um de que pouco se fala e era um gênio da sua função era Ruud Krol. Also, reza a lenda que a convocação de Jongbloed (exigência de Cruijff, muito sob pretexto de “jogar com os pés”) custou a não-convocação de Van Beveren, superior debaixo das traves.
Enfim, eis aí um assunto de meu interesse e fica a sugestão da leitura.
Saudações – e tá chegando a hora de eliminar o rival.
Fala, Willard.
Mais uma vez, bacana ver você por aqui.
O maior time de futebol que eu vi jogar foi a seleção brasileira de 70. Mas o selecionado holandês de 74 talvez tenha sido mesmo o maior fenômeno. Pela revolução tática, pela surpresa (num tempo sem internet e sem tevê por assinatura, o futebol holandês era um ilustre desconhecido nosso), pela inteligência de todos que entravam em campo e até pela vibrante cor laranja das camisas, uma atração à parte na primeira Copa do Mundo que nós, brasileiros, podíamos ver em cores.
Sim, certíssimo: Krol era outro monstro daquele time cheio de cobras. E o seu comentário tem um raciocínio que parece óbvio mas é bastante interessante: o argumento de que sem aqueles caras o Carrossel não existiria. Ou seja: mais do que um genial conceito tático, a seleção holandesa tinha as peças exatas para executá-lo. É bastante possível – embora seja uma conjectura – que se dois ou três saíssem e outros dois ou três entrassem, a ideia naufragasse.
Valeu, Willard, excelente. Quanto às comparações, releve: torcedor de futebol é danado; flamenguista então, nem se fala.
Abração. Paz & Amor.
PS: Sim, tá chegando a hora. Bicho vai pegar.
Salve, Murtinho.
Sim, torcedor é torcedor. Só não acho saudável quando começa a obscurecer o juízo (só os deuses sabem o que passamos em 15 anos de jejum, como eu torci pro meu time ser derrotado pelo Coritiba em casa em 2014, fiz campanha contra o Roger em 2016, etc, etc, e muitos etc…)
Sem senso crítico o risco de tudo desandar é enorme. Meus colegas e eu confiamos no Renato mas ainda temos um problema – a meu juízo muito sério – de carência à frente da pasta do futebol. Vencemos o CAP, muito bonito, oba-oba, mas eu não esqueci que tem um guardador-de-lugar lá (porque não tem outro melhor, o que é a pior parte) desde 2018. Tento nunca esquecer disso porque o Renato não vai fazer tudo sozinho nem durar pra sempre, e quando tiver eleição pro CD alguém precisa lembrar e incentivar a formação de chapas pra concorrer, além de votar com consciência. A outra opção seria a volta de um dos dois que saíram mas um já está muito idoso e o outro no momento parece não ter interesse (é uma função desgastante). Isso só dando um exemplo prático do caso atual do Grêmio.
Um dos lances mais emblemáticos pra mim foi o segundo gol da Holanda contra o próprio Brasil. Eles tinham (muita!) bola, é bom que se diga, mas nós também. Faltou frieza ali. Teria sido diferente? Não sei, já estava 1×0 e o empate não servia. Mas especificamente naquele lance, Rensenbrink e Krol fizeram “purê de Brasil” pelo lado esquerdo de ataque. Os dois brasileiros (que, confesso, já nem lembro quem eram na jogada) quase literalmente batiam cabeça. Corriam os dois ao mesmo tempo atrás de um, depois do outro, depois do um… até o cruzamento pro gol do Cruijff. Uma possível “evidência” desse nervosismo foi a expulsão do Luís Pereira no fim, que perdeu o jogo E a elegância ao sair de campo fazendo gestos pra torcida européia.
A BRD, jogando a final em casa, levou o primeiro gol antes de tocar na bola (literalmente, pra quem achar que é só força de expressão), mas virou o jogo. Ao invés de perder a cabeça, ganharam motivação diante de uma Holanda deslumbrada e brincando de “Tiki-Taka”. Pra mim foi visível como o alemão Bonhof ganhou aquela bola “na raça” e partiu pro que seria o gol da virada. Os holandeses estavam corretamente posicionados, todos os adversários marcados e um holandês na sobra. Mas — e essa é outra lição do futebol — a BRD tinha o baixinho grosso (que ERROU o domínio nesse lance inclusive – passou da bola) que botava pra dentro não importasse o quê.
Até hoje no futebol ganha quem faz mais gol e leva menos – ponto final. Quem duvidar, pergunte nas Laranjeiras: lá eles tem o tal treinador que não dá chutão e, na tabela, estão à beira do abismo (uma posição acima e apenas um ponto a mais que o Cruzeiro, hoje o primeiro na zona do rebaixamento).
Saudações do Imortal Tricolor do RS – quarta-feira somos todos Flamengo desde criancinha: http://cornetadorw.blogspot.com/2019/08/diogo-pipoca-e-organizacao-anti-fla.html
“Estamos com Jesus – somos todos Urubus!”
Perfeito, Willard e Murtinho.
Krol era um tremendo craque, um dos maiores laterais esquerdos de todos os tempos.
Como um fã ^total^ do Carrossel, vou procurar o livro indicado, do qual nunca ouvira falar.
Sempre disse, acho até que já escrevi aqui mesmo, que, embora se fale muito na nossa seleção de 82 – com a tal afirmativa atribuída ao Guardiola que foi nela que baseou suas teorias – não há comparação entre ela e a campeã de 70, para mim também insuperável.
A Seleção Holandesa, no entanto, era diferente, não importando se melhor ou pior.
Foi algo nunca visto no futebol mundial.
Citei aqui o meu amigo e grande advogado Dilson e sua previsão para a Copa de 74.
O título não veio – uma baita injustiça, a meu ver – mas ficou valendo o que ele me disse – ^Carlos, nunca vi nada que se assemelhasse ao futebol do Ajax^.
O do Ajax, daquela época, não conseguimos ver.
O da Holanda, que era basicamente o Ajax, vimos e constatamos.
Algo totalmente diferente, inebriante, fantástico, emocionante.
Para ser o melhor time de todos os tempos, passados, presentes e futuros, faltou apenas um nome – PELÉ.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
Eu posso até estar completamente equivocado, mas tem algo de estranho nessa venda do Cuéllar.
Nove entre dez flamenguistas adoram o Cuéllar. Um xodó da torcida.Titular absoluto.
Entretanto, JJ deixou logo claro que Cuéllar não tinha vaga no seu time. Barrou o colombiano e recuou o Arão.
Quando viu que a defesa ficava muito desprotegida, voltou porém a escalar o Cuéllar.
Entretanto, em quase todas as partidas, o primeiro a ser substituído sempre foi ele.
A despeito da sua absoluta titularidade e da falta de um outro jogador a sua altura, essa diretoria vai vender o atleta… para o caloteiro futebol árabe.
E quem é o El Hilal, senão o último time treinado pelo JJ. É muita coincidência ou não é?
E afinal quem indicou o Cuéllar para o El Hilal. Pago um almoço para quem me informar.
Mas, como o castigo vem a cavalo, o precinho que estava sendo negociado com o clube árabe foi coberto pelo Bologna.
Parece que tem gente que vai perder um por fora. É só um simples palpite.
SRN!
Meu querido Aureo.
Você está proibido de se ausentar por tanto tempo dessa humilde caixa de comentários. O que seria do RP&A sem as suas elaboradas teorias – e sem as nossas discordâncias?
Pode ser que tenha passado batido por mim, mas não lembro do Jorge Jesus ter deixado claro que o Cuéllar não tinha vaga no time. O que houve foi que, com aquela bosta de Copa América, Cuéllar não estava lá quando JJ chegou, e começou a treinar com os demais bem mais tarde. Se não é fácil correr daquele jeito treinando, imagine sem treinar.
E outra: até os mais fanáticos cuéllaristas têm admitido que o cara voltou da Copa América diferente. É bastante provável que seja o esquema tático, só que aí é complicado: esquema técnico é uma opção do treinador, e o treinador é o JJ e não o GC.
Quanto ao conspiratório palpite, que de simples não tem nada, sem dúvida está muito bem formulado. E digo mais: Bolonha? Hum… isso tá me parecendo coisa de comunista.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Vender o Cuellar agora, no meio da temporada, é de uma burrice indesculpável, assim como foi a venda do Léo Duarte, ambas muito abaixo da multa. Se a multa é apenas uma referência, como diz o Jorge, o valor final deveria ao menos se aproximar do valor estabelecido no contrato. Ficar sem a grana e sem o jogador, que continua sendo importante pro resto da temporada – não tem substituto da mesma qualidade – mostra falha grave no planejamento. O papel que o Cuellar cumpre nesse time do Flamengo não pode ser interpretado por outro.
Confiar em dirigente, só até a página 1 e meio.
Fala, Rasiko.
Rapaz, quem diz não sou eu, é o mercado. Pode conferir. Com raríssimas exceções, ninguém sai pelo valor da multa. Desconfio, inclusive, que no caso dos caras da base, o que o clube faz é se precaver quanto à possibilidade do moleque virar um monstro valorizadíssimo. Aí, se isso acontecer, o valor compensa a saída. (Reinier por 300 milhões talvez seja um bom exemplo dessa estratégia.)
Lembro que quando o nosso Vitinho saiu do Botafogo – não sei se por 5 ou 10 milhões de euros, acho que foram 10 -, ele estava arrebentando e o clube não pôde fazer nada. Os russos vieram aqui, pagaram o valor da multa e um abraço. Pelo que estava jogando na ocasião (esqueça o que ele fez no Flamengo até hoje), Vitinho talvez valesse muito mais.
Agora, numa coisa você está certíssimo: isso gera frustração e, pior ainda, suspeita.
Quanto ao papel que o Cuéllar exerce no time do Flamengo, creio que o Jorge Jesus pensa diferente. Tudo leva a crer que, no esquema do treinador, Cuéllar não é tão fundamental como foi para nossos outros técnicos do Rueda pra cá.
Tomara que Jorge Jesus saiba o que está fazendo, porque do contrário neguinho vai cair matando.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Meu querido, não creditei essa maluquice à sua iluminada cabeça, apenas a informação. Agora ouço nos canais rubro-negros do YT que as negociações sobre a venda do Cuellar estão dando meia-volta. Se vai ser titular absoluto ou não do JJ é outra conversa, mas não se pode queimar em liquidação um jogador da qualidade dele e que, acima de tudo, é amado pela torcida. Não dá pra comparar a segurança que o Cuellar dá ao setor defensivo com a que o Arão não dá. A insistência do JJ com o Arão de 1º volante, com a obrigação de marcar e cobrir laterais pode nos custar muito caro, até porque se ele fizer isso com empenho pra cumprir o papel imposto pelo treinador não vai ter gás pra chegar na frente como elemento surpresa, sua melhor característica.
srn p&a
A grosso modo, o que se traduz desse imbróglio é que Cuellar almeja um aumento salarial. Diante de tantas barangas que ganham mais do que ele, é plausível a sua intenção. Resta uma atitude sincera e respeitosa para resolver esse impasse.
Imagina! Não se preocupe, foi mais brincadeira mesmo.
Quanto à venda do Cuéllar, aí eu concordo plenamente: jogador de qualidade e amado pela torcida. Sem dúvida. Se não for para abarrotar o bolso de dinheiro, vender um cara desses é bobagem. No meio de duas competições importantes, é mais que bobagem: é estupidez.
Além disso, se Cuéllar for mesmo vendido e Arão nos surpreender a todos com impecáveis atuações ali (brincadeira de novo), o elenco fica capenga.
Insisto, apenas, na resposta que dei ao comentário do Marco Gama: a gente precisa se acostumar a ver a coisa de outro jeito. Arão jamais vai fazer o que Cuéllar faz. Só que Jorge Jesus parece preferir que seu volante tenha outras características e jogue de outro jeito. Tá dando toda a pinta de que é isso. Torcer pra dar certo.
Para encerrar o assunto “multa rescisória”: li que o Grêmio acabou de ampliar o contrato do meio-campista Jean Pyerre (que eu elogiei aqui) para mais dois anos. Valor da nova multa rescisória: 120 milhões de euros (cerca de 530 milhões de reais). Ou seja: maluco não é quem vende; é quem estipula.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Triste vida, triste sina ser poeta de latrina – de grafites antigos em banheiros públicos. Minha mente dá voltas pra se lembrar de algumas coisas, coisa de velho, mas triste sina a desses maravilhosos times que apesar da magia não ganharam, posso acrescentar alguns que não foram mencionados nos comentários: as duas seleções de Telê Santana, 1982 e 1986 e o quase imbatível “escrete húngaro do Armando Nogueira” de 1954, melancólica figura a participação do Brasil, quero esquecer, Zezé Moreira agredindo com uma chuteira o primeiro ministro da Hungria e o Mario Vianna, vociferando contra o juiz da partida Mr. Ellis, “comunista, comunista”. Já naquele tempo aqueles que não concordavam com a vontade vigente eram assim denominados…
Grande Xisto!
A seleção de 82 foi mencionada sim, rapaz, na resposta que dei a um dos comentários do Carlos Moraes e citei o artigo do Nuno Ramos.
Discordo quanto à seleção de 86. Era boa, mas não era empolgante.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Bem, não sei em 1954, mas hoje os partidos de esquerda têm as palavras socialismo e comunismo em seus próprios nomes.
Não são chamados assim pelos outros. Os próprios se auto-denominam assim. Alguns têm até o martelo e a foice nos seus símbolos, veja você.
Meu amigo Trooper,
parece que você não entendeu.
O absurdo era – como ainda É, hoje em dia – chamar os que discordam de comunistas, não os que admitem que são.
Estou esperando o momento, depois das agressões verbais sofridas pelo Presidente e seu Vice, que a Angela Merkel seja chamada também de comunista.
Seria a glória do beteirol ! ! ! !
O PCB e o PCdoB, aos trancos e barrancos, sempre existiram.
Logo, não há o menor problema de ter os seus integrantes como comunistas, embiora, na verdade, muitos não o sejam.
O primeiro foi, digamos assim, estuprado pelo comunista de araque Roberto Freire, enquanto o segundo, passada a era João Amazonas, passou a ser redudo da garotada, que,
há algum tempo, conduz os destinos da UNE.
Não a conheço, mas não creio que a menina que foi candidata a Vice seja comunista. Não leva jeito para tanto.
Conheço muito bem, e admiro mais ainda, o Flávio Dino, que, ao voltar para a política, retornou à origem estudantil, pura e simplesmente, pois comunista não é, embora esquerdista ferrenho.
Há que se distinguir o momento atual daquele que se viveu na primeira metade do século passado, umas poucas décadas a mais.
Comunistas históricos e autênticos, como Prestes e Adão Pereira Nunes, por exemplo, não existem mais.
Existem sim os que defendem princípios lançados por Marx.
O maior conhecedor do autor aqui no nosso país, morreu há uns três anos.
Leandro Konder, uma cabeça privilegiada que não teve o sucesso que merecia.
Veja, caríssimo, como a vida é curiosa. Era irmão do Rodolfo, que foi preso junto com o … (deu um branco incrível, é a velhice, queria me referir ao que morreu por suicídio agudo em São Paulo) e de uma menina (nos anos 50 …) linda de morrer que, há quase uns 50 anos é casada com o ^doce Braguinha^, tricolor apaixonado e um dos homens mais ricos deste país.
Leandro cursava um ano na minha frente e Rodolfo um ano atrás, no Colégio Mello e Souza, de saudosíssima memória.
O grotesco disso tudo foi o Mário Vianna,
Em 1954, ao pé da rádio, ouvia o jogo.
Chorei quando esbaforidos locutor e comentaristas berraram – ^não foi pênalti do Pinheiro^.
Apesar da precariedade das imagens da época, uma coisa ficou indiscutível no filme vagabundo exibido dias após – pênalti, claro como poucos.
Mr Ellis comunista virou história (hoje, em franca decadência)
Pior, no entanto, está acontecendo.
Angela Merkel que se cuide.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
Pois, Carlos, substituindo o preceito bíblico, pelo manjadíssimo, “não dou mais luz a cego”, não tenho mais saco, fiquei com os dedos coçando, mas me contive, não respondi, você falou tudo que eu teria que falar. Lucidez, você tem pra dar e vender a certa gente opaca. Obrigado pela defesa.
Em tempo, o ” suicidado” foi o jornalista Vladimir Herzog.
Carrossel é exagero claro, mas que não é mais aquele time pavoroso de contra-ataque e balão na área dos tempos de Abel, com Arrascaeta no banco, não é.
https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/evolucao-coletiva-comandado-por-arrascaeta-flamengo-lidera-ranking-de-gols-com-assistencias.ghtml
Eu me desfiz da quase totalidade da coleção de camisas do Flamengo – Todas número 10. Semprei associei à Zico e, posteriormente, Pet. Só me restou uma, referente ao modelo de 2001. Aquela da falta aos 43′ do segundo tempo.
A total ausência de empatia com essa nova leva de jogadores e, principalmente, por estar sendo utilizada por um usurpador, indigno de tal veste. Me fizeram doar.
De minha parte, gostaria imensamente que a simbólica Camisa fosse utilizada pelo uruguaio. Camisa de craque requer referência e titularidade.
Eu costumo chamar o Diego de “Lula do Flamengo”.
Não porque tenha praticado atos criminosos, longe disso. Parece um sujeito de caráter, ao contrário do ex-presidente corrupto.
Mas porque afunda o time há 4 anos e ainda tem gente que acredita no seu papinho.
Arrascaeta já fez mais do que o Diego em números, em poucos meses jogando como titular, já que o Abelão o deixava no banco.
É gritante a diferença.
Arão:
Jogador com vários predicados técnicos e físicos. Alto, veloz, bom cabeceio, bom desarme, chute e passe razoáveis, excelente chegada ao ataque (maior qualidade).
Entretanto, um jogador que se mostrou completamente indolente e descompromissado taticamente nos últimos 3 anos. Incontáveis foram os gols que levamos, especialmente em jogos decisivos – perdendo nesse quesito apenas para o bizarro Pará – em que estava mal posicionado, atrasado ou marcando à distância na entrada da área.
Era óbvio que tinha potencial de subir de produção com um treinador exigente, que lhe cobrasse compromisso tático. Tudo que não precisava era de mais um papaizão bonachão ao estilo Abel.
Pode tranquilamente ser primeiro volante, revezando com Gerson na função e Arrascaeta à frente. Basta que seja disciplinado. Creio que eventual saída do Cuellar poderia tranquilamente ser suprida nesse cenário, e nosso meio-campo poderia até mesmo melhorar. JJ já deixou claro diversas vezes que não gosta de volante fixo. Aliás, a Europa não gosta. Faltou uma boa chegada ao ataque para o Cuellar se tornar um dos grandes volantes do futebol mundial.
Arão tem essa capacidade e já tá velho pra Europa, o que é bom pra gente. Pode vir a ser um dos melhores do Brasil na posição e ficar um bom tempo no Flamengo.
Que Jesus continue lhe salvando. E que o Arão aproveite essa oportunidade ímpar de evoluir.
A sua análise está perfeita, principalmente quando você se refere à indolência. Não é defeito individual do citado jogador. O time tem duas posturas extremadas. Diria, duas caras, conforme o personagem. Uma, quando joga diante da presença maciça dos torcedores. Outra, na ausência destes. Nessa situação, a indolência é coletiva. Não há vitórias, os jogos são arrastados e desempenhos sofríveis.
De momento, diria que o rubro-negro é um time caseiro. A maior cobrança vem das arquibancadas. Onde está o papel da Diretoria?
Reportando a Cuellar, se ele conseguisse jogar de cabeça erguida, teria uma melhor visão periférica do gramado. Nesse quesito ele é devedor. Demora a dar um passe e, normalmente, para trás. Não possui verticalidade. Defensivamente é perfeito. Seguirá titular, pois, o reserva é muito fraquinho. Falta a ele a audácia de passes de média e longa distância.
SRN
Fala Murtinho,
Minha maior preocupação com esse time atual do Flamengo é o fato de não termos nenhum jogador capaz de exercer o papel do Cuellar em campo. A ausência desse jogador tem se mostrado desastrosa, e não vejo nenhum movimento da diretoria em contratar alguém do nível dele ou testar alguém da base na posição.
SRN.
Fala, Marco.
Sei que essa opinião pode me levar à fogueira numa inquisição promovida pela torcida rubro-negra, mas vamos lá: eu não acho o Cuéllar essa coca-cola toda.
1) Boa marcação. 2) Bom entendimento do jogo coletivo. 3) Espírito de luta. 4) Um cara cuja persona futebolística se encaixou com precisão no que exigimos para quem veste a camisa do clube. Até aí, beleza.
Agora, o outro lado da moeda.
1) Um pouco precipitado nas chegadas, cometendo muitas faltas para o padrão de arbitragem do futebol brasileiro – só que estamos no Brasil, né? 2) Além do excesso de faltas, a precipitação o faz dar botes equivocados, como o que originou o gol de empate do Athletico Paranaense, numa partida que vencíamos e tínhamos a classificação nas mãos. 3) E o que, pra mim, é sua principal deficiência: mesmo tendo liberdade pra sair com a bola, não consegue fazer o papel de organizador – o que a gente vê, por exemplo, no Maicon do Grêmio, no Tchê Tchê do São Paulo (embora não seja exatamente um primeiro volante) e até mesmo no ensandecido Felipe Melo. E eu tenho a impressão de que Jorge Jesus faz questão disso. Time que tem um volante com essa capacidade dispõe de uma arma poderosa, porque o cara costuma ter mais espaço e tempo para pensar do que os meias.
Fala-se muito que Cuéllar quer ir embora. Claro que eu preferia que ficasse, é bom jogador e está encaixado ali, mas não vejo sua possível saída como algo capaz de abalar o sistema de jogo de Jorge Jesus e frustrar nossa expectativa por um título importante. Tomara que eu esteja certo.
Concordo com você na questão do substituto. Piris da Motta me parece um Cuéllar bastante piorado. Hugo Moura se saiu bem nas poucas oportunidades que teve, mas não sei se tem brevê para pilotar a titularidade do nosso meio-campo, na sequência de jogos importantíssimos que vem por aí. Arão pode até dar certo, mas se atuou duas ou três vezes na função – pelo menos no Flamengo – foi muito. Desconfio que Jorge Jesus conta com isso, mas é uma aposta.
Vamos aguardar e torcer para que nosso técnico esteja com uma boa carta na manga.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Tomara realmente que vc esteja certo Murtinho, mas custo a acreditar que o Arão tenha os atributos mínimos necessários para desempenhar o papel do Cuellar em campo, e ainda pode comprometer o que o Arão tem de melhor (acho que não vai ter perna pra isso), que é o apoio e a chegada na frente.
Queria muito ver o Daniel Cabral da base na posição do Cuellar. Aliás, esse sub-17 do Flamengo é de encher os olhos.
A conferir.
Grande abraço.
Então, Marco.
Acho que a gente tem que se acostumar a ver a coisa de outro jeito.
O Arão não vai fazer – e nem tem como – o que o Cuéllar faz. Só que o Jorge Jesus parece preferir que seu volante tenha outras características e jogue de outro jeito. Tá dando toda a pinta de que é isso. Torcer pra dar certo.
Quanto ao Daniel Cabral: lembro que, quando passou a treinar com o time de cima, Vinicius Júnior deu uma entrevista dizendo que estava se adaptando, estava sentindo a mudança, que em cima a intensidade era muito maior, que a pegada era outra. Lançar Daniel Cabral agora? Nas quartas de final da Libertadores? Nesse momento em que conseguimos nos aproximar dos dois primeiros colocados no Brasileiro? Tenho minhas dúvidas.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Fala Murtinho,
Não estou propondo lançar o Daniel Cabral nesse momento, apenas acho que ele já deveria estar treinando com os profissionais para pegar o ritmo de jogo dos caras que, como vc disse, é bem diferente. Digo isso pq o vejo com as características necessárias para substituir o Cuellar. Mas o que eu queria mesmo era vida longa ao fosforito no Mengão. Abração.
Ok, Marco.
Sendo assim, concordo. Se o moleque é fera, tem mais é que começar a treinar com os caras do time de cima, e até mesmo ser lançado em certos jogos só pra ir se acostumando.
A questão é que, no Campeonato Brasileiro, é raro pintar um jogo desses – definido, três pontos garantidos na tabela, momento bom pra lançar um garoto e falar feito os treinadores de antigamente “vai lá e joga o seu jogo”. Que eu me lembre, isso só poderia ter sido feito contra o Goiás, depois do nosso quarto gol.
Enfim, tá registrado o nome do menino. Daniel Cabral. Valeu.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Totalmente de acordo, no tocante à Seleção da Alemanha.
Sempre me lembro, em razão desta final, de um artigo do outro Arthur, o da Távola, também conhecido como Paulo Alberto Monteiro de Barros.
Foi taxativo. A Alemanha NÃO poderia perder. De forma alguma, graças aos seus torcedores. Uma torcida que canta, antes da partida, a Nona de Beethoven tem que sair vitoriosa.
Foi um longo artigo, logo no dia seguinte, certamente não tão bom quanto o que você citou (não li, gostaria de fazê-lo), mas absolutamente marcante.
Em tempo. Como você se recorda, o jogo, para nós, foi de manhã. Acordei tarde e, quando liguei a TV estava sendo cobrado o pênalti que resultou no gol da Holanda, logo no primeiro minuto.
Não ouvi a NONA.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
PS – já que estamos na Holanda, consigno que acabei de assistir a classificação do Ajax para os ^play off^ classificatórios da Champions. Um bom jogo. Faço o registro, no entanto, por outro motivo.
COMO É BOM ASSISTIR FUTEBOL SEM VAR.
Pode até parecer um absurdo.
Não foi, como defenderei até o fim dos tempos, mesmo discordando completamente.
Muito pelo contrário, é bem mais importante para quem AMA o FUTEBOL discutir a respeito de Seleção da Holanda (certamente um dos maiores times de todos os tempos) e uma possível semelhança com o novo estilo pretendido pelo JJ no nosso Flamengo, do que tecer loas a um confronto bizarro entre o mesmíssimo Flamengo de todos nós com um time TOTALMENTE RESERVA do Grêmio, que, além do mais, encontra-se com apenas 17 pontos ganhos em possíveis 42, ou seja, com um índice de aproveitamento inferior a 40%.
Um dos maiores crimes que, pelo menos aqui em terras tupiniquins, se faz ao futebol é o quase total desprezo ao que se praticou na Holanda em boa parte dos anos 70.
Vou às minhas reminiscências.
Bem mais velho do que eu (consequentemente já deve ter ido para outras paragens) havia um brilhantíssimo advogado (enquanto era apenas estudante) de nome Dilson, torcedor fanático do tricolor carioca.
Conversávamos muito sobre as nossas paixões clubísticas, na maior tranquilidade.
Em 1972 , um pouco antes ou um pouco depois, virou-se numa noite, após o término do expediente jurídico, e foi enfático.
– Acabei de chegar da Europa e vi algo que jamais vira no futebol.
– O quê, indaguei.
– Um time chamado AJAX.
Completou, perenptoriamente.
– Nada vi sequer semelhante em minhas andanças. Pode anotar. A Holando vai ser campeã do mundo em 1974.
Não foi, numa das maiores injustiças de todos os tempos deste nosso esporte diabólico, em que, não poucas vezes, o melhor não sai vencedor.
O Ajax era, em verdade, o que viria a ser a Seleção da Holanda.
Mesmo técnico, o mais revolucionário de todos os tempos, Rinus Michel, muitos dos jogadores, entre eles os principais, Cruyiff, disparado o melhor do mundo, à época, e seu lugar-tenente, o Neskeens.
Tri-campeão da Europa (71/72 e 73), campeão mundial na única vez que resolveu disputar o confronto com os da América do Sul, em 1972, quando bateu o Independientes em dois jogos, cá (empatou) e lá (venceu, tranquilamente).
Obrigado, meu amigo Bruxo.
Relembrar o carrossel holandês é sempre edificante.
VIVA O FUTEBOL !!!!!!!!!
Carlos, para confirmar o seu raciocínio, Zagallo desconhecia completamente o futebol holandês. Acredito por ter vindo da conquista do tricampeonato mundial, subestimaram o revolucionário futebol mundialmente apelidado de Laranja Mecânica.
Tinha 08 anos de idade. Lembro dos gols perdidos por Jairzinho e Paulo César Caju. Mas eles mereceram a Vitória. Foram superiores. Acredito que respeitaram demasiadamente o escrete canarinho.
Uma pena que os alemães os derrotaram. Da mesma forma como em 1954, quando bateram o escrete húngaro, o virtual campeão antecipado.
Puskas, Cruyff, Platini, Zico…coisas do futebol.
Um abraço
De fato, o futebol, não poucas vezes, chega a ser perverso.
Além dos quatro, muito bem lembrados, outros existiram a merecer a glória de um título mundial.
Paradoxzalmente, talvez seja uma das maiores motivações de ser o esporte mais popular entre todos (não me venham falar de surfe, pelo amor de Deus).
SRN
FLAMENGO SEMPRE
Meu amigo Carlos Moraes.
Totalmente de acordo. Quem gosta de futebol precisa mesmo lembrar constantemente certos times, pra gente não se acostumar a vitórias mesquinhas – claro que elas existem – e à mediocridade generalizada.
Dentro dessa linha, um dos textos mais impressionantes que já li sobre futebol foi escrito por Nuno Ramos e publicado na Piauí, há muito tempo. Um texto imenso, rico, maravilhoso, no qual, entre um monte de outras coisas, ele tenta explicar o porquê do nosso imenso amor pela seleção brasileira de 82 e nosso relativo desprezo pela de 94.
Faço questão apenas de ressaltar que, embora não revolucionária ou impressionante como a holandesa, a seleção alemã que ganhou a Copa de 74 também era um timaço.
Abração. SRN. Paz & Amor.
o bruxo deve ter tomado alguma coisa bem forte para comparar a laranja mecânica com o atual flamengo.
fiquei preocupado !
mas que o portuga deu um padrão de jogo ão time é vdd.
gerson tem jogado muito bem,ele e mais Dez !
arrascaeda é o craque do time,mas tem perdido a bola facilmente !
colocaria um time bem mexido pra enfrentar o nosso maior freguês.
SRN !
Fala, Chacal.
Não, rapaz, a comparação não foi do Bruxo não. Ele apenas me encaminhou um texto que recebeu de alguém, e me perguntou o que eu achava. Foi por isso, inclusive, que no primeiro parágrafo eu disse que, se o Bruxo me passasse o nome do autor, eu alteraria meu texto, para citar o cara.
Concordo quanto ao Gerson. O Arrascaeta tem esse jeitão mesmo e a gente precisa se acostumar, porque o cara é muito inteligente e surpreendente. No futebol atual, de muita marcação, é importante ter alguém assim no time.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Show de texto! A comparação, ou melhor, ilustração do carrossel holandês como referência do que pode vir a acontecer, quem sabe, talvez um dia, com o time do JJ, é perfeita e eu levanto a mesma questão que havia apontado em outro comentário, aproveitando o bordão do João Guilherme da Fox: há necessidade [centro-avante]?
Se não for “um” Balotelli (e em forma), acho que não. A mim sempre parece que um centroavantão obriga a se criar um esquema tático pra que ele receba a bola prejudicando com isso a ampla liberdade de movimentos dos outros atacantes ou que chegam de trás, como o Arão faz muito bem.
O que ficou claro é que tendo um tempinho pra treinar a coisa flui.
Esse papo de time reservas ou de garotos, como insistiu o Renato, não cola. Julio Cesar, Léo Moura, David Braz, Luan, Cebolinha e mais algum que esqueci não são exatamente “uma garotada”.
Mas gostei do que vi. Principalmente do Gérson. O meio-de-campo já pode levar o rótulo de melhor do Brasil?
Talvez a torcida pudesse mostrar sua força pedindo que para o bem de todos e felicidade geral da Nação o Diego Alves deveria passar um tempo sabático. Um tamborete de vez em quando faz bem.
Fala, Rasiko.
Obrigado pela moral.
Plenamente de acordo. Se o centroavante não for um cara desse naipe aí que você falou, é melhor buscar outra solução tática. Na resposta a um dos comentários do Trooper, me comprometi a desenvolver, qualquer hora dessas, um raciocínio a respeito das últimas temporadas de Romário e Ronaldo, que evidenciam a ineficiência dessa ideia de atuar em função de alguém que empurra a bola pra dentro.
Renato Gaúcho é um fanfarrão, né? E por falar em Renato Gaúcho e centroavantes: o melhor Grêmio dos últimos tempos – o que ganhou a Libertadores – teve em seus grandes momentos um time sem centroavante, quem jogava meio que flutuando por ali era o Luan. Renato até usou Barrios naquela campanha, mas o time ficava muito mais leve e eficiente sem o centroavante fixo.
As atuações e a modernidade do Gerson têm sido impressionantes. Gosto do futebol dos dois meninos do Grêmio (Matheus Henrique e Jean Pyerre), Edenílson e Patrick, do Inter, vêm fazendo boa temporada, e Carlos Sánchez, do Santos, está arrebentando. Mas o Gerson já chegou chegando nesse bolo aí.
Período sabático é, sem dúvida, um belo eufemismo para sentar o cidadão no banco de reservas.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Murtinho, eu não entendo mais essa porra desse Flamengo, desisto, apresentou um jogo totalmente diferente do que o do Bahia, o time fluía em campo, os marmanjos parecendo sílfides deslizando no palco do Theatro Municipal do Carlos Moraes e não me venham dizer que como a toda hora não cansam de frisar os cronistas (epa!) que era um time misto. É esse o motivo de toda a minha angústia, como será a próxima apresentação? Aqui, posto em sossego no meu túmulo sob um cafuné da Ana, minha aranha romântica, cochilo, só ouvindo o arranhar de pena de ganso do Miki escrevendo, enquanto consulta de quando em vez seus alfarrábios.
Grande Xisto!
Pois é, outro dia alguém escreveu isso num dos comentários aqui: o que há de mais regular no time do Flamengo é a irregularidade. Não falha. Como dizia meu pai, é uma no cravo e outra na ferradura.
Tá certo que futebol tem essa imprevisibilidade, mas tem sido angustiante essa história de “qual será o Flamengo que veremos hoje?”.
A boa notícia é que, no dia em que o time acertar e alcançar o equilíbrio, a coisa vai. Inclusive – toc, toc, toc – as vitórias fora de casa virão.
Beijo na Ana, abraço pro Miki.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Prezado Jorge, comungo de suas preocupações defensivas, porque fico maluco vendo que qualquer passe errado, ou roubada de bola, seja aonde seja, vira um tumulto pra defendermos.
Uma “marcação adiantada” deve ser um sonho, mas com um time muito treinado.
O Flamengo vem passando sufoco em todos os jogos, mesmo nos que domina , porque há um espaço gigantesco no nosso campo, para ser aproveitado por qualquer jogador rápido do outro time.
E tome cartão no Rafinha ……. claro, com aquela avenida, ou ele pega ou vão parar lá dentro….
Mas outro fato me preocupa: Quando anunciaram a possível chegada do Felipe Luis, eu entendio que, na verdade, ele seria um Renê melhorado, com grife, jogador com anos na Europa, seleção Brasileira etc.,
Mas o que vimos até agora é que o time fica muito melhor com o Renê.
Não estou crucificando o Felipe Luis, só dizendo que, até este momento, o time fica melhor com o Renê . Durma-se co um barulho desses……..
Outra coisa é que saí do Maraca no sábado certo, convicto, de que nossa torcida está devendo um pedido de desculpas ao Arão !
Já sei, vou entrar na porrada aqui, mas, na boa, ele é titular com todos os técnicos. Todos !!!!!!
E joga muito pro time, se mata em campo, e é vaiado só de ter seu nome anunciado antes dos jogos…. ( ?????? )
Fala sério, vaiar jogador do time, antes ou durante os jogos, é dar tiro no pé.
Ele tem sido fundamental apesar de não ter a técnica de um E. Ribeiro (joga muito !!!!), do Arrasaceta (este está correndo mais, marcando, voltando. Muito bom no jogo também) e nem a do Gerson ( de quem fui totalmente contra o clube trazê-lo, mas que uns anos na Europa mudaram o jogador e, creio, o homem, porque , como se dizia no passado “joga como gente grande…” apesar de só ter 21/22 anos, já que é nascido em 97).
è isso .
SRN
Leão
Resumindo, vc estava no Maracanã no sábado e:
1) Ficou com saudade de time recuado dos tempos de Abelão, em detrimento ao Flamengo ofensivo do Jesus que fez 12 gols em 3 jogos no Maracanã pelo Brasileirão:
2) Achou o Renê melhor que o Felipe Luís, que fez uma partida quase perfeita, construindo o jogo a partir da saída de bola, com passes verticais perfeitos (vide o primeiro gol);
3) Acha que a torcida deve desculpas ao Arão depois de 3 anos de indolência, descompromisso tático e diversos vexames.
Meu amigo, não há como sequer tentar entender essa sua visão de jogo. Sei que é oposta à minha.
Fala, Eduardo.
Essa é a melhor parte dos comentários aqui: concordar com certas coisas, discordar de outras. É assim que aprendemos a gostar de futebol, essa é uma das graças dessa cachaça.
Vamos lá.
1) Eu não vejo outro jeito de implantar a mudança no jeito de jogar. Sabe aquela antiga história de “primeiro acertar a defesa, pra depois ajeitar o time do meio pra frente”? Acabou. Não dá mais. Mesmo porque, a eficiência do sistema defensivo começa no posicionamento e na participação do setor ofensivo. Vamos correr riscos, claro, e isso terá de ser mensurado nas decisões de mata-mata e nos tais “jogos de seis pontos”, mas é importante ir pras cabeças. Paciência, é do jogo.
2) Filipe Luís ainda não fez dois jogos completos. Calma. Ele não é um lateral habilidoso e brilhante feito o Marcelo, do Real Madrid, mas é incomparavelmente superior ao Renê. E eu não acho que, contra o Grêmio, o time tenha melhorado depois que ele saiu. Na minha avaliação, vinha fazendo boa partida.
3) Concordo que a perseguição ao Arão é improdutiva, e deixei isso claro no post publicado após a nossa goleada de seis a um sobre o San José. (Se tiver paciência, dá uma lida lá.) Não acho que Arão seja um jogador intocável, desses que não podem ficar fora do time, mas acredito que pode ser útil. Sua tese sobre a titularidade dele com todos os técnicos é boa, e eu tinha até pensado em começar um dos próximos posts falando disso. Quem sabe?
4) Eu também tinha dúvidas a respeito do Gerson. Estava errado. Ótima contratação.
Abração. SRN. Paz & Amor.
A saudável troca de idéias de um assunto que nos apaixona tanto (FLAMENGO!!!!), só me faz bem.
Obrigado pela sua educação e disponibilidade pra tentar compreender outras opiniões.
Saudações !
Eduardo Leão
Valeu, Eduardo!
Educação é obrigação, né? E tentar compreender outras opiniões é a única maneira de evoluir.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Prezado Murtinho, tomo a liberdade de usar esse espaço para felicitar todos os pais desse imprescindível, agradável e divertido Universo RP&A, os seus articulistas e suas respectivas equipes de apoio e os seus comentaristas.
Sobre a partida, meu voto vai para o Gerson! Que belo jogador de futebol! Técnica, visão do jogo, senso de colocação, muita raça e dedicação, potente e certeira canhota, futebol de sobra! Felicíssima contratação!
Todos foram bem, a torcida sempre fazendo a diferença, Maracanã rubro-negro em noite de gala!
SRN! Pra cima dos vices, Mengão!
Fala, Fernando.
Quanto às felicitações pelo Dia dos Pais, obrigado pelas quatro partes que me tocam, além do casal de netos.
Sobre o Gerson, perfeito, falei sobre ele na resposta ao comentário do João.
Vamo que vamo. Ganhar sábado é fundamental. A questão é que, de agora em diante, é fundamental ganhar sempre, o que acontece com os clubes que se credenciam a disputar títulos.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Viúvas do Abelão, amantes do futebol retranca, marca do futebol brasileiro atual: se conseguirem, assistam ao VT de Inter x Corinthians. Não precisa muito (até porque ninguém aguenta), basta uns 20 minutos.
Comparem com os jogos dos times de Jesus, Sampaoli e Diniz, no sábado (12 gols nesses 3 jogos, futebol ofensivo, jogos com muitas finalizações).
Depois me digam como alguém ainda pode defender a classe de treinadores brasileiros bem representada por Carille, Mano, Abel, Felipão…
Vou dizer uma coisa: se o mercado se abrir definitivamente aos (bons) treinadores estrangeiros, esses caras vão ter que mudar de profissão. Ruins demais.
CONCORDO 100% COM VC !
SRN !
Pois então, Trooper.
Impregnado pela chuva de elogios à atuação do Inter contra o Cruzeiro, fui um dos iludidos que assistiu a Inter e Corinthians.
Claro que não vi todos os jogos do Campeonato Brasileiro, mas me arrisco a dizer que dificilmente houve três partidas tão ruins, chatas e pobres.
Minha única dúvida é quanto à capacidade do Odair Hellmann, que você não citou mas é o treinador do Inter, né? Ele me parece bom, embora isso aí também pode ser mais uma ilusão.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Salvo melhor juízo, Osair Hellman me parece um típico treinador da escola gaúcha. Defesa forte, contra-ataque forte, muito cruzamento na área. Aquilo que agora é chamado “jogo reativo”, mas que não passa da velha retranca e chuveiro na área, o feijão-com-arroz de 99% dos times brasileiros, incluindo o atual campeão nacional.
Jogos chatos, feios, modorrentos não à toa são a marca registrada do futebol brasileiro há muitos anos.
Estamos tão acostumados a essa mediocridade, que não conseguimos mais tolerar times…ofensivos.
Vc vê, o Flamengo de Jesus ganhou TODOS os jogos que disputou no Maracanã pelo Brasileirão, tendo feito 12 gols nessas partidas, numa média de 4 gols por jogo.
Coisa maravilhosa não?
Não. O que chove de críticas sobre o jeito do Flamengo jogar, de torcedores a comentaristas, não tá no gibi.
“Quando perdemos a bola é um Deus nos acuda”, “quando pegarmos um time forte eu quero ver”, “Rafinha e Filipe Luís não podem jogar juntos”, são frases que se lê em profusão em qualquer rápida passada nas redes sociais.
Ou seja, não apenas o futebol brasileiro mudou, como a cultura do seu torcedor também. Passamos a valorizar mais o 1 x 0 sofrido, em detrimento ao 3 x 2. emocionante e bem jogado. Critica-se muito mais o Flamengo por ter a defesa muito vazada do que se elogia por ter o ataque mais positivo do campeonato. Mal se fala nisso, aliás.
Se o Flamengo não for o campeão esse ano, torcerei para o Santos. Sampaoli, sem tempo pra treinar, tendo o time desmontado durante o ano, faz seu time jogar ofensivamente, sem medo, sem covardia. E lidera o campeonato com folga.
Pena que o Fernando Diniz tem um time tão ruim à sua disposição. O que não o impediu de dar um ou dois banhos de bola no Flamengo do Abel no início do ano.
Mas torço por eles, assim como torço para que a torcida do Flamengo volte a apoiar o futebol ofensivo, pois apenas ficar escrevendo no Twitter que “o DNA do Flamengo é ofensivo” não resolve.
É preciso entender como se faz esse tal jogo ofensivo, compreender seus riscos e apoiar quem tenta implementá-lo, mesmo nos revezes, que até agora foram bem poucos, mas suficientes para insuflar um mimimi geral, muitas vezes liderado por viúvas de Abel Braga.
Sim, temos. Parece absurdo, mas não se vc leva em consideração que até hoje há viúvas de Zé Ricardo.
Tem maluco pra tudo.
Algumas coisas interessantes.
1) Na avaliação sobre Odair Hellmann, a frase “salvo melhor juízo” serve pra mim também. Quando escrevi que ele “parece bom”, deveria ter sido mais enfático na dúvida e usar algo como o “salvo melhor juízo”. O grande mérito de Odair Hellmann foi o de subir da segunda divisão direto ao terceiro lugar do Campeonato Brasileiro. Isso é difícil, porque conquista-se o direito de subir com um time e joga-se a série A com outro. Mas concordo que o estilo de jogo não tem nada de especial, nada como a gente vê no Diniz, no Sampaoli e no Jorge Jesus.
2) É uma pena, mas a cultura do torcedor brasileiro mudou, e para muito pior. Os leitores mais antigos certamente se recordam do que se dizia do Santos de Pelé: é uma maravilha, porque toma quatro gols mas faz seis. O futebol era outro, claro, e ninguém se preocupava com os riscos, com exposição defensiva, jogava-se o jogo do jeito que ele foi inventado: ganha quem fizer mais gols, então vamos atrás de fazer mais que o adversário. Outro dia eu vi o Muricy – sim, o Muricy! – dizer no programa “Bola da Vez” que o excesso de táticas está atrapalhando o futebol brasileiro. Posso ser injusto, mas creio que quem começou com isso foi o Parreira.
3) Por causa do elenco, acho difícil o Santos chegar ao final do campeonato com fôlego pra levantar o caneco. Mas, se de todo for impossível ao Flamengo brigar pelo título, também torço por ele. Seria muito bom para o futebol brasileiro tomar uma pancada dessas pra ver se acorda.
4) Zé Ricardo segue sua trajetória rumo ao fracasso. Acaba de assumir o Fortaleza.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Murtinho, entendo que o sonhador centroavante do Jesus se trate de um jogador com capacidade de atuar mais centralizado na área no momento em que nosso ataque entra no último terço do campo.
BH e Gabigol rendem muito mais pelos lados, e é claro que entram na área em diagonal quando o ataque se desenrola pelo lado oposto, mas isso gera perda de tempo e energia. Além disso, jogar centralizado na área exige uma movimentação e faro de gol que geralmente o cara que não tá acostumado a jogar ali não possui.
Isso é um ponto. Outro é a baixa qualidade dos atuais centroavantes do futebol brasileiro. Realmente o nível é muito baixo.
Por isso, talvez, o Jesus não queria um He-Man qualquer, e o Flamengo esteja atrás de um Balotelli.
O próprio Cruyff era um centroavante, que tinha habilidade para fazer o quê quisesse fora da área. Dentro a área, foi um monstro.
Romário, que vc citou, foi outro monstro, mas que sem querer acabou fazendo muito mal às gerações recentes de centroavantes brasileiros, à medida em que criou a ideia de que centroavante precisa apenas fazer gol e mais nada. Uma ideia falsa, até porque Romário fazia muito mais em campo do que apenas gol.
Enfim, essa ideia hoje é ultrapassada. Centroavante hoje é Firmino, um cara que joga de meia, de zagueiro, de lateral, está em toda parte do campo.
Acho que é esse tipo de centroavante que o JJ tá buscando, não um cone tipo Fred.
Fala, Trooper.
Tomara que você esteja certo. Se for isso, maravilha.
Muito interessante, no seu comentário, a observação a respeito do Romário. E é incrível como, aqui no Brasil, as pessoas caem nessa asneira de que o cara está lá só pra fazer gol. Canso de ver, por exemplo, comentaristas do SporTV falando essa incrível bobagem de que “a bola não está chegando”. Querem o quê? Que a bola chegue pro cara quicando, na marca do pênalti e com o goleiro caído? Assim, meu camarada, até eu com meus 63 anos de idade ponho pra dentro.
Acho legal a gente desenvolver um pouco o debate sobre esses dois monstros – Romário e Ronaldo. As últimas temporadas de suas carreiras mostram o quanto pode ser prejudicial, para qualquer time, essa história de jogar em função do cara que põe a bola pra dentro. Mas aí eu preciso fazer uma pesquisa básica, a fim de checar se minha impressão inicial se confirma ou se estou equivocado. Pode me cobrar.
Abração. SRN. Paz & Amor.
…Enverga…
Murtinho, me envia o nome da cachaça que esse teu amigo bebeu para fazer essas comparações entre a Laranja Mecânica e o Urubu biônico. O única certeza desse conceito é a de que Arão seria o Cruyff. Nada mais parecido. Moderno e matador. Vai bebendo…
Na citada seleção, o “Dez ” não vestia a mítica camisa número 10, mas 14. Esse era o craque. Como também é o número do craque que enxerga a camisa rubro-negra.
Para os padrões nacionais, 10 é é o craque, conforme ensinaram Pelé, Rivelino, Zico…Com a contratação do regular e efetivo Gérson, o usurpador deveria devolver a numeração a quem melhor a represente. Na minha opinião, Arrascaeta deveria vestir a simbólica Camisa. Nada mais justo. É craque e decisivo. Diferente do provisório possuidor, muito aquém dessas qualidades. Portanto, devolvam a camisa número 10 para o seu legítimo representante.
Quanto ao jogo, Gérson vai ganhando espaço e titularidade. Nem me lembro mais quem era o jogador nessa posição antes da sua contratação. Ele chegou de mansinho, sem estardalhaço e já conquistou merecidamente a posição.
Em que pese o time reserva do Grêmio, mas algumas observações merecem atenção.
1. Os erros individuais ainda persistem;
2. Berrio não reúne condições de jogo;
3. Necessitamos de um goleiro com urgência;
A maior necessidade de momento é a conquista de vitórias em campo adverso. Para quem almeja títulos, é evidente a sua necessidade.
SRN
Fala, João.
Pois é, rapaz. Eu não conheço o cara não. Na verdade, um amigo me encaminhou o texto desse cara, que chegou a ele também não sei como. E creio se tratar mais de um desejo que de uma constatação.
Seu comentário toca num ponto que me chamou a atenção: a posição do Gerson em campo. Em apenas meia dúzia de jogos pelo Flamengo, o cara já atuou aberto pela direita, aberto pela esquerda, de meia-armador, de segundo volante, sempre com intensa participação e qualidade. Para quem – o que é o meu caso – costuma reclamar das contratações equivocadas, sobretudo aquelas que todo mundo sabe que não vão dar certo e a diretoria insiste em realizar, é justo reconhecer que essa foi na mosca.
Quanto aos seus senões:
1) Não sei, João. Acho que erros individuais continuarão a existir e não há time de futebol que não conviva com eles. O importante é se conseguir montar uma força coletiva capaz de mitigar a importância deles nos jogos, como aconteceu com a gravíssima falha de Rodrigo Caio contra o Goiás. (O exemplo não é lá muito bom, mas dá pra entender o que eu quis dizer, né?)
2) Berrío é uma figura, embora tenha melhorado no jogo com o Grêmio. E já que está lá, acredito que pode ser útil em situações muito, muito específicas.
3) Sim. Mas, para esse ano, já era.
4) Isso aí, sem dúvida nenhuma. Só que o Flamengo é tão doido que, de repente, começa a ganhar fora e a perder para o Ceará em casa.
Abração. SRN. Paz & amor.
E pensar que no sábado pode ter Berrio e Rodinei.
Que dupla!
Risco, há.
Mas tenho a impressão de que ele vai começar com Everton Ribeiro, arrumando um jeito dos caras encostarem pra não deixar Bruno Henrique isolado.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Parece que o Balottelli não vem mesmo e o Jesus vai ter que se virar com o que tem, o que não é pouco. Afinal Gabriel e Bruno Henrique são os artilheiros da equipa ( ) na temporada. Oportunidade para incorporar o Vitor Gabriel ao grupo.
Com técnico e jogadores novos o brasileiro é a competição a ser vencida, num ano terminado em 9, como 2009 ou 1999 anos de conquistas importantes (superstição?).
É bom lembrar que em 1959 o Bahia venceu a Taça Brasil com um técnico estrangeiro, o Volante. Olha o 9 de novo.
Fala, Ricardo.
Concordo. Para os padrões dos elencos atuais dos grandes clubes, no Brasil e na América Latina, o Flamengo tem condições de brigar nas duas competições – como também tinha, obviamente, na Copa do Brasil, que era a mais fácil.
No entanto, insisto em minha tese – e mais uma vez concordo com você – de que nossas chances são maiores em um campeonato longo e equilibrado (Brasileiro) do que numa competição de mata-matas (Libertadores). A chegada de caras como Gerson, Filipe Luís, Rafinha e – se vier – Balotelli pode mudar isso. A conferir.
Abração. SRN. Paz & Amor.