Campeonato Brasileiro, 2ª rodada.
Já que o time decidiu aproveitar o feriado e não entrar em campo contra o Internacional, vamos a um pouco de palestrinha.
Um dos jogos mais marcantes da minha vida de torcedor está para completar cinquenta anos. Foi em 1º de junho de 1969, obviamente no Maracanã. Flamengo e Botafogo, com 149.161 pessoas presentes – e olha que este sequer é um dos dez maiores públicos da história rubro-negra. Quando ouço narradores e comentaristas delirando com quarenta mil pessoas no Maraca ou em Itaquera, morro de rir.
O Botafogo tinha um timaço, bicampeão estadual e da Taça Guanabara, em 1967 e 1968. Gérson, Jairzinho, Paulo Cezar Caju, Rogério, Roberto, Leônidas. Do outro lado, nosso time era esforçado. Antes da partida, um momento histórico: devido à gigantesca penetração alcançada pelo Flamengo junto aos moradores das favelas – quase todos pretos ou quase pretos de tão pobres, benção Caetano –, a arcoirizada passou a chamar os torcedores rubro-negros de urubus. Naquele dia, viramos o jogo: alguém teve a genial ideia de levar, para a arquibancada do estádio, um urubu com uma minúscula bandeira rubro-negra presa a uma das pernas. Solto pouco antes de Armando Marques apitar o início da partida, o danado pousou junto a uma das linhas laterais, levou a torcida ao delírio e, dali em diante, transformou-se em símbolo.
Era apenas o começo. O Flamengo não vencia o Botafogo há quatro anos. Só que, dessa vez, sentado no banco à esquerda das cabines de rádio, estava o astuto senhor Elba de Pádua Lima, conhecido por Tim, que os mais antigos diziam ter sido um excelente meia-atacante e que, como treinador, ganhara o apelido de “O Estrategista”. Surpreendendo os craques e o técnico adversário (Zagallo), e deixando quase 150 mil pessoas boquiabertas, Tim pôs o armador Luís Cláudio colado em Paulo César, o lateral Murilo em Jairzinho e o meio-campista Liminha em Gérson, ao mesmo tempo em que ordenou uma espécie de teuto-nipônica blitzkrieg kamikaze na parte ofensiva. Com 23 minutos do primeiro tempo, o Flamengo vencia por dois a zero, gols de Arílson e Doval, e os botafoguenses não entendiam o que se passava. Nem eu.
No intervalo, mais um episódio inesquecível. O Salgueiro vencera o desfile de 1969 com um lindíssimo samba-enredo composto por Bala e Manuel Rosa, “Bahia de todos os deuses”, puxado na avenida pela grande Elza Soares. Aliás, era uma época de uns sambinhas mais ou menos: naquele mesmo ano, o Império Serrano saiu com “Heróis da liberdade”, de Silas de Oliveira, Mano Décio e Manuel Ferreira, e a Vila Isabel com “Yayá do cais dourado”, de Martinho da Vila e Rodolfo. Só isso. No intervalo do jogo, feliz feito urubu no lixo com os dois a zero do primeiro tempo, a torcida do Flamengo cantou uma adaptação de “Bahia de todos os deuses”. Claro que não lembro a letra inteira, mas o começo emocionava: “Flamengo, os meus olhos estão brilhando / Meu coração palpitando / De tanta felicidade”. Escrevo quase cinquenta anos depois e me arrepio. (No campeonato estadual de 2013, nossa torcida cantava uma versão de “Viva la vida”, do Coldplay. Fazer o quê?)
Voltemos a Tim. Nas décadas de sessenta e setenta, fez sucesso no Internacional, no Coritiba e no América do Rio de Janeiro um inteligente e habilidoso meia chamado Bráulio. Certa vez, Tim disse o seguinte a respeito dele: “Se eu for convidado para dirigir qualquer clube e puder contratar apenas um jogador, eu escolho o Bráulio. Com ele em campo, eu sei que meu time está arrumado.”
O Flamengo é, hoje, o único clube do futebol brasileiro que tem dois caras assim no elenco: Everton Ribeiro e Arrascaeta. Sem querer comparar qualidades e defeitos, há outros três com esse estilo, todos, porém, com a carreira em baixa: Jadson do Corinthians, já com 35 anos e sem aguentar o tranco de um campeonato longo, repleto de viagens e de jogos bastante disputados; Moisés do Palmeiras, prejudicado por uma sequência de lesões que não o deixam repetir a performance do título de 2016; e Ganso do Fluminense, impressionante exemplo de talento que, após um início de carreira fabuloso, não vingou. Apesar dos pesares, os três têm o jeitão Bráulio de deixar o time no prumo.
Pois bem. Na tarde em que tivemos nosso pior desempenho do ano, sobretudo pela inexplicável falta de interesse, o treinador Abel Braga tomou a decisão de substituir logo quem? Arrascaeta e Everton Ribeiro. Os dois. O que era um time jogando pessimamente mas com o mínimo de organização, virou um time jogando pessimamente e desorganizado. Embora nenhum dos catorze tenha se salvado, seis deles – Renê, Bruno Henrique, Rhodolfo, Gabriel, Pará e Willian Arão – conseguiram ser ainda piores do que os outros.
Só lembrando: antes da vitória sobre o Cruzeiro, Abel declarou que, em 2019, o Flamengo não teve duas atuações ruins em sequência. Se isso é para valer, contra o São Paulo vamos fazer um partidaço.
Lances principais.
1º tempo:
Com 1 minuto, Zeca dominou na intermediária do Internacional e esticou para Guerrero, que tocou de primeira para Nico López. O atacante uruguaio trouxe para o meio, livrou-se de Renê e concluiu de pé esquerdo. O chute saiu fraco e César defendeu no meio do gol, sem problema.
Aos 4, Cuéllar fez falta desnecessária em Patrick. O sistema defensivo do Flamengo estava desatento – especialidade de Pará –, D’Alessandro bateu rápido para Patrick, recebeu de volta e levantou na área. Rhodolfo deixou para Renê, Renê deixou para Rhodolfo e ambos deixaram para Guerrero. Sem ser incomodado, o centroavante cabeceou para a rede. Um a zero.
Aos 14, o Inter trocou passes pela esquerda e Iago enfiou boa bola para Nico López, fechando da direita para o meio. A defesa rubro-negra mais uma vez assistiu e Nico tocou para fora, à esquerda de César. Com a recente orientação para os bandeirinhas deixarem o jogo correr – depois o VAR resolve –, não deu para saber se Nico López estava ou não impedido. Aparentemente, não.
Aos 18, numa bobagem colossal de Renê, Nico López tomou-lhe a bola, escapou pela direita e serviu D’Alessandro um pouco antes da meia-lua. Ele ajeitou e chutou colocado, no canto esquerdo de César, que mergulhou e defendeu firme.
Aos 20, Iago saiu jogando de forma arriscada, Rodrigo Dourado não dominou, Arrascaeta ficou com a bola e partiu pela meia-direita. Quase na risca da área, Rodrigo Dourado o derrubou. Everton Ribeiro bateu mal a falta, a bola carambolou na barreira, tocou no cotovelo de Rhodolfo e sobrou para Bruno Henrique, que foi abafado por Marcelo Lomba. No rebote, Rhodolfo mandou para o gol vazio. De acordo com a mudança na regra, que agora manda parar o lance em qualquer toque de mão nas jogadas de ataque – mesmo que involuntário, como foi o caso –, o juiz conversou com a turma do VAR e anulou o gol. Um absurdo, mas é a nova orientação.
2º tempo:
Aos 2 minutos, outro gol invalidado. Arrascaeta e Everton Ribeiro (olha eles aí) fizeram boa jogada pela direita, Arrascaeta recebeu junto à lateral da área e cruzou. Em posição irregular, Gabriel desviou de cabeça, sem chance de defesa para Marcelo Lomba. Flávio Rodrigues de Souza anulou corretamente.
Aos 14, Willian Arão empurrou para Arrascaeta no meio. Com um toque por cima da zaga, ele buscou Everton Ribeiro, que não conseguiu completar mas atrapalhou a ação de Marcelo Lomba. A bola foi morrer no canto esquerdo do goleiro do Inter. Um a um.
Aos 22, depois de boa manobra com Guilherme Parede pela esquerda, Iago lançou Nico López, que emendou de primeira, lindo chute que explodiu na trave direita de César.
Aos 24, Iago levantou na área, Guerrero se antecipou a Rhodolfo e tocou de cabeça. A bola passou perto da trave esquerda.
Aos 31, Sarrafiore recebeu na meia-direita, Renê foi frouxo no combate, Willian Arão nem frouxo foi, e, da entrada da área, Sarrafiore bateu forte, rasteiro, no canto esquerdo de César. Dois a um.
Aos 39, confusão na área do Inter. Diego lançou, Lincoln tentou, Victor Cuesta cortou, Gabriel pegou a sobra e chutou mascado. Marcelo Lomba defendeu.
Aos 41, Iago recolheu uma sobra de bola pela esquerda, passou como quis por Pará e chutou forte, de pé direito. César fez ótima defesa.
Aos 45, Nico López fez uma tremenda ensebação para ser substituído. Flávio Rodrigues de Souza aplicou-lhe o cartão amarelo e deu mais um minuto de acréscimo. Aí sim: uma nova orientação que merece elogios.
Ficha do jogo.
Internacional 2 x 1 Flamengo.
Beira-Rio, 1º de maio.
Internacional: Marcelo Lomba; Zeca, Rodrigo Moledo, Victor Cuesta e Iago; Rodrigo Dourado e Edenílson; Nico López (Nonato), D’Alessandro (Sarrafiore) e Patrick (Guilherme Parede); Guerrero. Técnico: Odair Hellmann.
Flamengo: César; Pará, Léo Duarte, Rhodolfo e Renê; Cuéllar, Willian Arão (Lucas Silva) e Everton Ribeiro (Lincoln); Gabriel, Bruno Henrique e Arrascaeta (Diego). Técnico: Abel Braga.
Gols: Guerrero aos 4’ do 1º tempo; Arrascaeta aos 14’ e Sarrafiore aos 31’ do 2º.
Cartões amarelos: Zeca, Rodrigo Dourado, Nico López; Renê e Bruno Henrique.
Juiz: Flávio Rodrigues de Souza. Bandeirinhas: Emerson de Carvalho e Alex Ribeiro.
Renda: R$ 1.759.480,00. Público: 40.588.
fala murtinho,
pelo jeito devo ser o único que aprova o maracanã como está,moderno com vários banheiros ,limpo e com uma segurança jamais vista.
começei a frequentar de vdd na decada de 80.
pude ver a geração mais vitoriosa do mengão praticamente nascer in loco.
minha primeira decisão foi logo um jogaço,fla x galo em 1980.
tempos de saco de mijo pra tudo quanto é lado…..tomei algumas rajadas de mijo !
alias além do mijo,tbm já tomei até tiro no maracanã,foi no jogo contra os vices em 1999 pelo estadual.
por isso falei da segurança lá em cima.
bicho não quero ser do contra mas , se for ver direitinho em qualquer pais da europa os estádios estão sempre se renovando.
tive o prazer de ir no primeiro jogo do brasil na copa do mundo em 1990 em turim no estádio delle alpi,inauguração do estádio,lindissimo!
sabe o que tem dele hoje?
NADA !
fizeram um outro estádio…..olha que aquele não durou nem 30 anos.
no maximo 25 anos !
por aqui acham o antigo maracanã uma maravilha,por mais que oferecesse perigo aos frequentadores….
só aqui mesmo na américa latina para defender esse tipo de coisa.
não vejo lógica em ter bomboneiras,astecas e antigos maracanãs.
talves esse pensamento arcaico explique um pouco nosso atraso no futebol.
antes eramos admirados e copiados por todos,hoje somos humilhados em nossa própria casa,vide o 7×1.
não evoluimos e os caras passaram por cima.
guardiola falou uma vez que adoraria treinar a seleção brasileira….pq não contratamos o melhor treinador do mundo?
minha resposta é que a mediocridade reinante do futebol brasileiro impede tais medidas.
jamais vão contratar um estrangeiro,mesmo que seja o melhor do mundo !
assim como fazer uma obra no maracanã não é bem vinda,mesmo que seja pra ser o melhor do mundo.
o próprio flamengo experimentou um pouco disso que estou falando…Rueda veio e fez um belissimo trabalho,tirou marcio araújo e colocou cuellar,lancou vinicios junior e paquetá entre muitos outros acertos….
tem horas na vida que precisamos parar e refretir no que tem q ser feito.
minha opinião é que o brasil não deu esse tempo pra si próprio e vai continuar levando na cabeça…
só para encerrar…
que me perdoem os saudosistas….
as novas arenas estão lindas !
SRN !
Apesar de estar quase presente na inauguração do véio Maraca, concordo com o Chacal em tudo… pelo menos neste texto.
Fala, Chacal.
A gente começa a debater o bom e velho futebol, e percebe que certas coisas são bem mais complexas do que parecem.
Eu acho que essa discussão entre velhos estádios e novas arenas passa por duas coisas: a experiência que cada um teve em suas idas a um ou outro e o que cada um espera quando sai de casa para assistir a um jogo de futebol.
Não sou a pessoa mais indicada para criticar as novas arenas, porque nunca fui a nenhuma delas. Mas deixa eu te dizer: passei um longo período da minha vida frequentando o Maracanã uma ou duas vezes por semana. Nunca levei tiro. Nunca vi ninguém levar tiro. Nunca apanhei (brigas, vi, claro). Nunca levei copo de mijo na cabeça. (Esse problema atingia mais o pessoal da geral, né? Fui a muitos jogos na geral, mas eram partidas contra times pequenos e com públicos menores, sempre era possível ficar ali embaixo das cabines de rádio. E não dá para imaginar o Sr. João Saldanha, o Sr. Jorge Cury e o Sr. Mário Vianna, com dois enes, urinando num copo de plástico e despejando-o sobre o povão. Ali era seguro.)
Um amigo me disse que, na primeira vez que foi ao novo Maracanã, achou tudo isso aí que você falou. Confortável, seguro, limpo – mas frio. E, completou ele: futebol não combina com frieza. Outro amigo me fez uma observação interessante: olhando fotos ou filmes antigos das Copas do Mundo de 62 no Chile, 66 na Inglaterra ou 70 no México, você vê que é uma Copa no Chile, outra na Inglaterra e uma terceira no México. Hoje, as Copas do Mundo se pasteurizaram. Por incrível que pareça, a da África do Sul foi semelhante à da Alemanha. A alma própria de cada estádio, que é legal que cada um tenha, está desaparecendo.
O Carlos Moraes fez um comentário aqui falando da experiência dele quando, menino, foi levado pelo pai ao Maracanã pela primeira vez. Tenho uma história idêntica. Muitos de nós temos. E pergunto: será que o moleque que vai hoje a uma dessas modernas (e frias) arenas guardará isso para o resto da vida, como nós guardamos? Tomara que sim.
Lembro que, na Copa das Confederações de 2013, a Espanha jogou no novo Maracanã contra o Taiti. Dez a zero. Depois do jogo, o lateral espanhol Azpilicueta disse que estava feliz por ter jogado pela primeira vez no estádio, mas que ele preferia que isso tivesse acontecido no antigo, pois ele não sentira nada do clima de “templo de futebol” do qual ele ouvia falar desde pequeno. Sei lá.
Concordo com você: saudosismo é uma praga. Mas o que era melhor antigamente, era melhor; o que é melhor hoje, é melhor. Simples assim. É saudosismo achar que a seleção de 70 foi incomparavelmente superior à de 2018? É saudosismo achar que, se juntarmos todos os times montados pelo Flamengo nos últimos 20 anos, não dá meio time daquele do começo da década de 80? Por outro lado, também não é importante reconhecer que – mesmo com todos os defeitos – o atual time do Flamengo é melhor do que qualquer outro que tivemos nessa última década? É mais ou menos por aí.
Uma coisa que não entendi foi a relação entre a “resistência” às arenas e a decadência do nosso futebol. Creio que são coisas distintas. Inclusive, os citados sete a um aconteceram, justamente, num estádio devidamente modernizado, depois de obras que duraram quase três anos.
Bom debate, valeu!
Abração. SRN. Paz & Amor.
fala murtinho,
quando falei da resistência as arenas e fiz uma relação com a decadência do nosso futebol e pq deixamos de querer o melhor em prol do foi assim que conquistamos o mundo e tem que continuar assim,pois só conhecemos esse jeito de ser….filosofia barata mesmo !
grande abraço !
Ah, tá.
Agora entendi. Perfeito.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Já que se falou em Maracanã. Como mudam as coisas, agora quando um estádio ( arena é o apelido de meu cacete) tem 40 mil, cronistas esportivos(epa!) chegam ao orgasmo, antigamente um público acima de 50 e 100 mil era de se dar com pau e eu nunca vi desastre maior, o único desastre que eu me lembre, infelizmente, aconteceu comigo, como já contei, perdi, quando estreava meu lindo mocassin feito à mão sob medida ( no Moreira?).Era um FlaFlu.
Comprovadamente a televisão tirou mais de 50% dos espectadores. Eu mesmo nunca mais pisei num estádio, com exceção da vez que o Bruxolobo me levou sob ameaça no Mané Garrincha.
A grande indagação.
Qual o motivo, com todas as transmissões televisivas, do público na Europa, sobretudo na Inglaterra e na Alemanha, continuar cada vez aumentando mais (ou na mesma, pois não pode aumentar com os estádios sempre lotados).
Fui à final de 2009, e ao citado jogo contra a Chapecoense (3 x 0), mas em razão de não ter mais condições físicas de comparecer aos estádios, sobretudo a um MaracANÃO.
No velho e autêntico, ao contrário do Chacal, assisti algumas brigas, pouquíssimas pelo número enorme de vezes que lá compareci por tantos e tantos anos.
Ah! que saudades do meu saudoso Banana de Mello.
Grande Rasiko!
Pois é, rapaz. Nessas horas eu sempre lembro de um ditado, quase que um haicai, que virou um clássico na minha família. Minha avó falava, minha mãe falava, minhas tias falavam, minha irmã mais velha falava:
“Depois de mim virá quem bom me fará”.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Ou então: “ruim com ele, pior sem ele”.
Já antecipando a provável eliminação na próxima quarta feira, gostaria de deixar algumas perguntas aqui para que vocês respondam de uma maneira realista e objetiva.
1 – Será que este atual modelo de presidência, conselheiros e MUITA politicagem, sempre acabam atrapalhando o planejamento do clube a longo prazo ? Será que uma possível venda do Flamengo para uma instituição privada não seria uma possibilidade ?
2 – Porque os sócios-torcedores não podem votar e escolher quais as pessoas/grupos que irão comandar o clube ?
3 – O que realmente é ou como deveria ser a filosofia de jogo rubro-negro ? Será que apostar em jogadores que estão em baixa e tem qualidade para se recuperar não deveria ser a prioridade ? E a base ?
4 – Por mais que a declaração do Abel (sobre o estádio Beira-Rio) possa ter ofendido a honra e a dignidade de muitos, será que os sócios, conselheiros do clube ainda não perceberam que o novo Maracanã é um local neutro e nada a ver com o antigo estádio que estava lá ?
5 – Será que é uma boa assumir a gestão do Maracanã (ou foi só mais uma POLITICAGEM do Landim) ?
6 – Será que a opção da Ilha do Urubu era tão ruim assim (principalmente dentro de campo) ? Que tal ter coragem e construir um estádio próprio com características 100% rubro-negras (como a Arena Corinthians ou Arena da Baixada) ?
7 – Porque a demora na indenização as famílias dos meninos ?
8 – Porque o Flamengo não se posiciona claramente no combate ao racismo e a ditadura militar ?
9 – Porque o Vasco lança uma camisa enaltecendo o combate ao racismo e o Flamengo lança uma camisa azul reciclada ?
O Flamengo está se apequenando aos poucos. Está na hora mudar isso. Pra ontem.
SRN
Fala, Wagner.
Vou tentar, embora obviamente não tenha resposta para tudo.
1) A politicagem sempre atrapalha. A venda para uma instituição privada – muito comum entre os clubes europeus – creio que não é permitida pelo estatuto. Uma solução talvez pudesse ser o que os irmãos João e Walter Moreira Salles estão tentando fazer no Botafogo – por puro amor ao clube, já que eles são alguns dos caras mais ricos do Brasil e não precisam de dinheiro para nada -, que é a separação entre o clube dos sócios e o clube do futebol.
2) Então. Se houvesse a separação que citei na resposta 1, poderiam sim. Não acho correto que um sócio-torcedor que mora em São Paulo e nunca comeu um cachorro-quente na Gávea (como é o meu caso) participe de uma votação para a “administração do parquinho”. Mas acharia bastante justo se eu pudesse participar de uma votação para decidir quem comandaria os destinos do time de futebol.
3) Pergunta complicada. Não acredito que exista uma filosofia de jogo rubro-negra. Falam muito em ofensividade, partir para cima, DNA etc, mas nosso último título verdadeiramente importante (nem todos concordam, mas continuo colocando, em importância, a Copa do Brasil muitíssimo abaixo do Campeonato Brasileiro e da Libertadores) foi conquistado com um time que tinha, em sua formação-base, três cabeças de área. Maldonado, Airton e Williams. Ai do técnico que ousasse fazer isso hoje. Vejo dois problemas na base. O primeiro é a mania que o torcedor rubro-negro tem de achar que todo menino que vem da base é craque. O segundo é que, com o dinheiro entupindo os bolsos dos clubes europeus, a base não se sustenta, já que não há como manter os verdadeiramente talentosos por mais de um ano.
4) Tenho dificuldade de opinar, pois nunca fui ao novo Maraca. E tenho muito medo de ir. Prefiro ficar com a lembrança de momentos como o que descrevi no post. Aliás, um amigo dos tempos de colégio, jornalista famoso e rubro-negro doente, outro dia me disse o seguinte: “Você já foi ao novo Maracanã? Se ainda não foi, evite.”
5) Não conheço as condições do contrato provisório e não sei como vão ser as condições definitivas. No entanto, apesar das críticas acima, a torcida do Flamengo continua tendo uma grande relação de amor com o estádio, e isso equivale a um patrimônio. Além disso, independentemente de construirmos ou não o estádio próprio, enquanto ele for erguido precisaremos de um lugar para jogar, né?
6) Dentro de campo, não foi mais do que razoável. Perdemos um jogo que não poderíamos perder (um a zero para o Grêmio), empatamos um jogo que tínhamos de ter vencido (dois a dois com o Palmeiras) e foi lá que conseguimos ser derrotados pelo Vitória, dois a zero, na partida que derrubou Zé Ricardo. E a Ilha do Governador fica meio fora de mão, não? Não conheço o caso da Arena da Baixada, mas todos sabemos que a construção de Itaquera contou com uma bela ajuda política. (Como, aliás, também aconteceu com o Morumbi, na virada da década de cinquenta para a de sessenta). E corre à boca pequena que a maior dificuldade de grana do Corinthians ocorre, justamente, pelas parcelas de pagamento do estádio. Morro de medo disso: que a construção do estádio do Flamengo sirva de pretexto para a montagem de elencos fracos e sucessivos fracassos nas competições.
7) Acho esse assunto mais complexo do que parece e, desculpe minha subida no muro, não tenho informações suficientes para responder. Não sei quanto o Flamengo oferece. Não sei quanto cada família pede. Concordo que é impossível avaliar o custo de uma vida, mas sabemos que, mesmo em momentos tão dolorosos como esse, existem aproveitadores. Politicamente e em termos de imagem, sem dúvida: seria melhor que tudo já estivesse resolvido.
8) Quanto ao racismo, é uma vergonha indesculpável. Quanto à ditadura militar, creio que tudo se explica pelos posicionamentos recentes da diretoria, que repudiou a homenagem a um ex-atleta do clube (Stuart Angel) e fez oba-oba com a entrega de uma camisa ao deputado estadual Rodrigo Amorim. Não dá para esperar nada diferente.
9) Essa não sou apenas eu: essa ninguém consegue responder.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Quero parabenizar o Wagner Santos pelas perguntas e ao Murtinho pelas excelentes respostas.
Fui ao novo estádio, que prefiro chamar de MaracANÃO, uma só vez.
Para uma reunião da Confraria, no início de novembro , desloquei-me de Brasília para o Rio de Janeiro.
Durante a reunião, realizada no sempre lembrado La Mole-Leblon, combinamos ir, no dia seguinte, um domingo, assistir o jogo do Flamengo,
3 x 0, contra a Chapecoense.
Sinceramente, fiquei MUITO TRISTE.
O Maracanã perdeu toda a sua grandeza.
Um estadinho como outro qualquer.
Lá, não volto, nem que o Flamengo venha a jogar uma final de Libertadores.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
Excelentes texto e resumo.
Vamos por etapas.
Feriado, logo não jogou. Perfeito.
01.06.1969 – sem que me lembrasse a data assim tão minuciosamente, lá estava eu também. Nos tempos do Urublog, em razão do URUBU (que o Henfil, no dia seguinte, transformou em símbolo rubro-negro), o assunto já veio à baila. Até impugnei o alegado ^domingo de sol^. Um baita dia nublado, ao estilo paulistano, com fina (quase imperceptível) garoa.
Também morro de rir com os atuais públicos FANTÁSTICOS.
O MaracANÃO perto do autêntico é ridículo, como consequência inevitável, os públicos atuais são igualmente RIDÍCULOS.
O time do Botafogo era o favorito, mas nossa vitória (2 x 1, no final) foi memorável e altamente emocionante.
Não tenho condições de comentar os meandros com tanta segurança,
Só me lembro bem que, no fim do mesmo mês, perdemos o título num Fla x Flu diabólico, com o grande goleiro Domingues dando uma de maluco, levando-nos a uma derrota dramática e injusta.
Na última rodada, em um sábado à noite, debaixo de um dilúvio, desanimados, acabamos por perder (0 x 2) para o Bangu.
Para mim, sem questionamentos, Yayá, do Martinho, foi, de longe, o melhor samba enredo do ano.
Não discuto gostos musicais. Apenas exponho a minha opinião, fruto do meu sentimento, que não é o de A ou o de B.
Lamentável a opção de 2013. A ben da verdade, não me recordava. Já me havia transformado de maracanista em televisionista.
Tim e Bráulio, levando a Everton Ribeiro e De Arrascaeta.
Cem por cento de acordo.
Um absurdo as substituições.
A nossa PÉSSIMA exibição teve um breve momento de exceção. Os primeiros minutos da etapa final, extamente até o uruguaio ser substituído.
Os seis piores. Palmas de pé. Sem titubear.
Por fim, o VAR.
Haveria muito a escrever, pelo que deixo para a próxima confusão.
Pelas novas regras, que acabaram de ser aprovadas e sequer entraram em vigor na Europa, a arbitragem acertou em cheio.
Diga-se de passagem. Lá ainda não estão vigendo eis que esperam o fim da temporada. Aqui, ao contrário, a temporada não poderia começar de uma forma para ser imediatamente alterada.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
Belo comentário, meu querido Carlos Moraes.
1) Pra você ver como são as coisas: do domingo nublado eu não me lembro. Mas olha só: fui no Flamengo e Bangu em que Almir fez o gol de cabeça se arrastando na lama, em 1966. Fui na decisão do mesmo ano, em que perdemos para o Bangu por três a zero (jogo que precisa ser devidamente contextualizado, mas isso fica para outro momento). Fui no fantástico Fla-Flu em que Dominguez foi expulso e perdemos por três a dois (1969). Fui na estreia de Paulo Cezar Caju, em 1972. Fui na final do Campeonato Carioca do mesmo ano, quando derrotamos o Fluminense e acabamos com uma seca de sete anos. Fui nos dois a zero sobre o Cobreloa (Libertadores 81) e, fora as poucas, inevitáveis e compreensíveis exceções, a todos os jogos do Flamengo, no Maracanã, na Era Zico. De tudo isso, tenho três jogos marcados na memória como os mais importantes da minha vida de torcedor: a devolução dos seis a zero pra cima do Botafogo (eu também estava lá quando eles meteram seis a zero na gente), o título brasileiro de 1980 em cima do Atlético Mineiro e esse inesquecível jogo do urubu.
2) Quarenta mil pessoas é público de ginásio, né não? Público de vôlei.
3) “Yayá do cais dourado” é um samba lindo e emocionante, pra mim a melhor música da extensa carreira de Martinho da Vila. Agora, “Heróis da liberdade” é demais e “Bahia de todos os deuses” cresceu com a adaptação da torcida do Flamengo e a importância que aquele momento teve em minha vida de frequentador do Maraca. Difícil escolher o mais bonito.
4) Lembra do Bráulio? Como jogou numa época cheia de craques na posição – é impressionante como o futebol brasileiro praticamente acabou com esse tipo de jogador -, não chegou a ter chances na seleção brasileira. Mas jogava muito, e Tim estava certíssimo: time que tinha Bráulio era um time arrumado.
5) É. O VAR anda merecendo uma profunda discussão, além de alguns bons cascudos.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Exatamente, Murtinho, creio que eu vi o jogo da mesma forma que você.
Parece que não havia solidariedade entre os jogadores. Jogavam espaçados, deixando enormes buracos. Observei por diversas vezes o time perder a bola e não voltar para combater. Não sei se por estar com cabeça na Libertadores, conforme você observou, ou se cansado, ou se para derrubar o Abel.
Emocionantes essas suas lembranças vindas do “Velho Maracanã”. Infelizmente, lembro-me pouco dos acontecimentos relacionados ao Flamengo, naquele período, porque minha atenção estava dividida entre o Flamengo e o movimento estudantil que, sonhando com a volta da Democracia, denunciava as arbitrariedades cometidas pela Ditadura Militar.
SRN!
Fala, Áureo.
Então. Em 1969 eu tinha treze anos. Fosse um tostãozinho mais velho, talvez estivesse tão dividido quanto você. Mas, confesso, eu só queria mesmo era saber de Flamengo.
A apatia e a falta de combatividade do time, na derrota para o Inter, foram incompreensíveis e injustificáveis.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Acho que sou um dos mais jovens da Velha Guarda ( 53). Lendo essas passagens da história do Flamengo, me vem à lembrança as perguntas de meus filhos sobre o estilo de determinado jogador do passado e as comparações com os da atual geração.
Vou pesquisar sobre o Bráulio. Deve ter feito parte do elenco no período de seca de títulos.
Saudações!
Lembro de um jogador do America/RJ com esse nome. É o mesmo?
É exatamente ele.
Gaúcho, oriundo do Inter.
Grande jogador.
Se eu fosse jogador de poquer diria – os teus 53 mais 28.
Sim, João, é ele.
Fala, João.
Então: se o texto deu a entender isso, foi mal. Bráulio não jogou no Flamengo. Andou por outros lugares, passou pelo Botafogo, encerrou a carreira na Universidad de Chile, mas fez sucesso mesmo foi no Internacional, no Coritiba e no América do Rio de Janeiro – naqueles tempos o América montava times enjoados. Tim foi treinador do Bráulio no Coritiba.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Entrou errado aqui.
Já coloquei no lugar certo.
Murtinho, essa Diretoria tenta nivelar por baixo o padrão intelectual do torcedor. Tenta nos tratar como imbecis. Tornar relevante em nota oficial um Torneio de pré-temporada e o Carioca é demais!
Será que ficaremos com saudades do Bandeira?
Fica a dúvida para saber quem está pior: O desempenho do Time ou os pronunciamentos públicos do treinador e da Diretoria.
Um abraço!
SRN
Fala, João.
Pois é. Me lembrei do Ronaldinho Gaúcho – que tinha tudo para ser um dos grandes ídolos do clube e saiu às pressas, quase que escondido. Numa cínica e infeliz entrevista depois de ir embora, ele disse que a passagem pelo Flamengo tinha sido muito boa porque havia conquistado dois títulos importantes. Um foi o da Taça Guanabara. O outro, do Campeonato Carioca.
E assim vamos.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Concordo plenamente com o João Neto.
Já deixei, no também excelente artigo do Arthur, um comentário exatamente a respeito de mais uma Nota Oficial de envergonhar os torcedores flamenguistas.
Meus caros Carlos Morais e João Neto,
não se surpreendam se torcedores se deixarem enganar por essa tal Nota Oficial, porque se brasileiros com razoável grau de instrução acreditaram na existência da mamadeira de piroca, imaginem os apaixonados pelo Flamengo…
SRN!
Corretíssimo, Aureo.
Flamengo de Todos Os Deuses
Flamengo
Flamengo os meus estão brilhando,
meu coração palpitando de tanta felicidade.
Tens na torcida uma força sem igual
meu glorioso Flamengo, cada jogo uma vitória, cada vitória um carnaval.
Preto velho já dizia a meninada:
– Existe um time que sacode a arquibancada,
sua história, sua glória, seu nome é tradição
a minha maior alegria é ver o mengo campeão.
Sou urubu, mas não faz mal,
sou do clube mais querido aquele que faz vibrar.
Time consagrado pelo povo e a charanga a tocar.
Bola pra frente lá na Gávea é assim
na vitória ou na derrota, sou Flamengo até o fim.
Sou Flamengo sim pra toda vida.
Zuzuzum zuzuzum a torcida quer mais um.
Olha aí, rapaz.
Tão vendo só? Nada como ter leitores mais velhos e, sobretudo, de boa memória.
Valeu, mestre.
Canto da torcida inspirado no samba enredo da mangueira, Bahia de todos os Deuses….
Valeu a lembrança!
Samba do Salgueiro, Bruxolobo.
Obrigado pela correção Arthur.
Falha de memória, é a “PVC”.
Saudações!
Grande Bruxo!
Meu amigo Arthur confirmou o que está no texto: o samba era do Salgueiro mesmo, e não da Mangueira.
Além disso, ele deu uma bela melhorada no post, deixando aqui nos comentários a letra completa.
Abração. SRN. Paz & Amor.
PS: Apareça sempre, meu camarada. Você faz muita falta aqui nos comentários do RP&A. Você, Delpupo, Alessandro, Bill Duba, bota essa rapaziada para trabalhar. Parece o time do Flamengo, porra!
Esses putos que jogaram contra o Internacional, deveriam ouvir essa música, para aprenderam a amar o Flamengo.
Valeu Murtinho, valeu Arthur.
No limk abaixo, a música cantada por Wilson Simonal.
https://www.youtube.com/watch?v=bQGgmy0P8AE
Boa, Aureo!
Abração. SRN. Paz & Amor.
Ontem, equanto eu assistia Eitracht Frankfurt (não sei se está correto) e Chelsea, comecei a sentir alguma coisa fora de foco, eu que, para o bem e para o mal, só vejo o Flamengo, consegui o foco e cheguei à seguinte conclusão: se o Flamengo corresse a metade do que aqueles dois times correram, seria imbatível, não tinha pra ninguém.
Grande Xisto!
Tem outra história boa do Tim, que não botei no post para não estender demais a coisa (eu queria focar no fato de que, quando tudo vai mal, como estava indo no Beira-Rio, qualquer mexida é admissível, até mesmo tirar o César e botar o Uribe; só não dá é pra sacar os dois que pensam e arrumam.)
O Flamengo contratara um zagueiro da seleção uruguaia chamado Manicera. Tinha pinta de galã e fama de craque, mas aqui não jogou grandes coisas. Na partida contra o Bonsucesso, 1º turno do campeonato carioca de 1969, Manicera foi substituído no intervalo. Um repórter (deve ter sido o Washington Rodrigues ou o Denis Menezes) foi entrevistar o técnico para saber a razão da troca. Tim não pôs panos quentes: “O Manicera chegou no vestiário e disse que não queria mais jogar. Se ele não quer jogar, problema dele, joga o Jaime.” No final do primeiro turno, Guilherme entrou na vaga de Jaime e foi titular até o final do campeonato; que eu me lembre, Manicera nunca mais jogou pelo Flamengo, pelo menos enquanto Tim foi o treinador.
O que houve de mais irritante na derrota para o Inter foi o jeito blasé do Bruno Henrique e do Renê. Não querem jogar, avisem.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Aqui, com a devida vênia, vou discordar.
Manicera, era um tremendo craque.
Jogador clássico, de estilo ^blasé^. permito-me uma definição pedante.
Tão indiferente às dificuldades, que, algumas vezes, cometia falhas imperdoáveis, é bem verdade.
O ponto central da discordância.
Tim era um técnico tão competente que não faria uma ^agressão^ ao futebol, barrando um jogador diferenciado.
Se ficou fora de um ou outro jogo, é possível.
Barrado em definitivo, não me lembro.
Vou consultar o Fla-estatísticas e volto para confirmar.
1 x 1.
Empatamos.
O Manicera não mais jogou … no Campeonato Estadual. 1 x 0 para você.
Voltou, quatro meses depois, na Taça Guanabara (sistema diferente, à época), sendo Tim ainda o treinador. 1 x 1.
PS 1 – impressionante a sua memória. Em 69, ainda vivia o meu longo período de torcedor ^maracanista^, rubro-negro ou não, pois não perdia uma partida com a presença do Pelé. O gênio tem que ser sempre reverenciado. Não me lembrava do episódio e também me vangloriava da minha memória.
PS 2 – confesso que não reparei (ou não fixei) na resposta o `jeito blasé do Bruno Henrique e do René^ (observação corretíssima). Era o estilo do Manicera. Constantemente. Não parecia depender do futebol. Um ótimo jogador, mas sem fome de bola.
Opa! Valeu!
Quer dizer então que Tim e Manicera se acertaram? Melhor assim. De qualquer modo, vê se você concorda comigo: a passagem de Manicera pelo Flamengo esteve bem abaixo das expectativas criadas, não?
Abração. SRN. Paz & Amor.
Meu querido Carlos Moraes.
Então, meu amigo, a lembrança que eu tenho do Manicera (no Flamengo, certo?) não é boa não.
Lembro que ele chegou ao clube depois de ter sido titular na seleção uruguaia que disputou a Copa de 66 – numa época em que o futebol uruguaio ainda era forte. Chegando aqui, virou “o rei das furadas”. Não havia um jogo em que ele não desse uma furada espetacular, talvez até por isso aí que você falou.
Creio que a questão do Tim com ele foi disciplinar, e, embora sempre defenda o lado do craque, nesse caso entendo a posição do treinador. Ou você conta com o cara, ou não conta. Não dá para um zagueiro jogar apenas quando está com vontade.
Se você descobrir algo, por favor, coloque aqui pra gente.
Abração. SRN. Paz & Amor.
Na Copa de 66, o jogo inaugural , quero crer que o primeiro a ser disputado isoladamente, foi Inglaterra 0 x 0 Uruguai.
Não havia televisionamente, só as rádios,
Talvez embalados pelo bicampeonato e na quase-certeza do tri, o Brasil parou, até para ouvir o tal jogo inaugural
Segundo os locutores, do lado uruguaio houve dois destaques. Pedro Rocha, o autêntico, em primeiro lugar, e Manicera.
SRN
FLAMENGO SEMPRE
PS – Lembrei-me enquanto teclava. Houve, em 1950, uma partida inaugural. Brasil 4 x 0 México.
Como ia esquecendo, não sei. Foi uma das maiores emoções futebolísticas da minha vida. A primeira vez, nunca se esquece.
No caso, no ^Gigante de Cimento Armado^. Quando entrei no estádio – fui de cadeira, com meu pai e meu irmão – não acreditei no que via. Também, acostumado, até então, à grandeza de São Januário, além dos ^alçapões^ da vida …Mas o Maracanã era IMPONENTE.
Time sem culhão. Perder fora de casa não pode ser normal. Jogar sem vontade não pode ser normal.
Fala, Marcio.
Talvez por ingenuidade minha, não gosto de atribuir derrotas à falta de vontade, mas o desinteresse e a passividade de alguns jogadores do Flamengo no jogo com o Inter foram gritantes. O lance do gol de Sarrafiore foi inacreditável: Renê perseguiu o argentino como um burocrata se aproxima do cartão de ponto a fim de registrar sua presença, enquanto Willian Arão corria pra não chegar. Bruno Henrique parecia pedir pelo amor de Deus para que não lhe passassem a bola.
Pensavam no Peñarol? Alimentando minha ingenuidade, eu diria que é até possível, mas não há como enfrentar o Inter, no Beira-Rio, jogando desse jeito. Corremos o risco de levar uma chinelada das boas. Saiu barato.
Abração. SRN. Paz & Amor.