O Flamengo está no meu corpo feito tatuagem, literalmente, que é pra me dar coragem, pra seguir viagem quando a noite vem. Tem sido assim durante a minha vida TODA. Em momentos de trevas, de o mundo acabou, de não tenho mais razão para viver, ou seja, em momentos de derrota do Flamengo, é que me sinto MAIS Flamengo. E como o Márcio Araújo, Muralha, Gabriel, Vaz, Arão, estão aí para reforçar esses momentos, nessas horas sou ainda mais Flamengo. Quando estou fragilizada pela derrota é que me torno forte. E por qual motivo? Pelo AMOR que sinto por ele. E também pra me perpetuar como escrava do Clube de Regatas do Flamengo. Que ele pega, esfrega, nega, mas não lava. Essa sensação de “esse time está uma merda”, logo, “seremos campeões” ou “teve protesto, agora vai”, “o elenco não está unido, vamos ganhar tudo”, ou ainda, “o técnico tá perdido, o hepta vem”, ou seja, de sofrimento que leva além, foi moldada nas arquibancadas do Maracanã com os jogos que assisti virando o jogo, conquistando campeonatos, levantando taças.
Eu não tenho NENHUMA forte lembrança da minha infância, nada, ou quase nada. Brincadeiras, acontecimentos, na-da. Tudo que VIVI quando criança está relacionado ao Flamengo nas arquibancadas do Maracanã. T U D O. Na alegria ou na tristeza. Na derrota, no empate ou nas inúmeras vitórias. Eu lembro de tudo. Dos cheiros, da temperatura, da sensação térmica. DE TUDO. Tenho imagens marcadas de torcedores com a camisa do Flamengo enrolada no rosto, durante o jogo, ou no final dele. “Pai, por qual motivo aquele moço tá assim?” “Assim como, V I V I A N E?” Respondia meu pai com a voz engasgada pelo resultado do jogo e emputecida com meus questionamentos sobre o Flamengo (aceitem que dói menos, isso vem de longa data). “Assim pai, com o manto enrolado na cara. Ele tá CHORANDO por causa do FLA MEN GO?” “Tá V I V I A N E.” “Mas o FLA MEN GO ganhou, pai”. E então vinha a explicação mais linda de um pai para uma filha: “Ele está chorando de AMOR pelo Flamengo.” Foi aí que o Flamengo me ensinou a AMAR. O juiz apitou o final do jogo. Era um Fla x Flu. Sempre ele. Perdemos aquela partida. Mais de 100 mil pessoas no Maracanã. Eu não esqueço isso. “Pai, quero tirar a camisa, enrolar no rosto e chorar”. “V I V I A N E, você é me-ni-na. Elas não tiram camisa no Maracanã.” “Mas pai, o Flamengo perdeu, eu quero chorar.” E ele, aos prantos, respondeu: “E N G O L E o choro ou não te trago mais.” Já narrei isso aqui. Eu odiava essa ameaça e a possibilidade de não ir mais ao Maracanã. E desde então, o Flamengo me ensinou a “engolir o choro” na arquibancada. Até ser dona da minhas próprias emoções rubro-negras e idas ao Maracanã, claro.
Ah, Flamengo…quero de volta a sensação de brincar no teu corpo, feito bailarina, que logo se alucina, salta e te ilumina, quando a noite (e a vitória) vem. Tenho tido a vontade de enrolar o manto no rosto a cada jogo do Flamengo. Não só pelo que o Muralha tem feito no gol, mas por ver minha sensação de infância se perdendo com decisões de dirigentes, omissões, posturas equivocadas, discursos contraditórios, com a vaidade e a soberba do poder desconstruindo tradições e ferindo a nossa história. Quero enrolar a camisa no rosto quando leio que para eles o mundo não acaba com uma derrota ou eliminação do Flamengo, enquanto que minha vida vira do avesso. Mas é nesses momentos que sou forte. E vem aquela voz do céu rubro-negro, dizendo: “Engole o choro, VIVIANE.” “Mas, Pai. Ele me mandou para PUTA QUE ME PARIU. Ele chamou minha mãe de puta, né?” “Não fala palavrão, VIVIANE. Minha filha, ele N Ã O é Flamengo. E nós? NÓS SOMOS O FLAMENGO.”
Das lembranças que eu trago na vida, o Flamengo da minha infância é a saudade que eu gosto de ter. “Pai, olha aquele moço em pé ali na grade. Ele tá dizendo que NUNCA mais vai voltar no Maracanã pra ver o Flamengo.” “Nós também não, esse time tá uma merda. Esses jogadores não honram o manto que vestem.” Entrei em pânico e ajoelhada, implorei: “Não, pai, pelo amor de Deus não, pai. Nós nãooooo, pai. Nós vamos voltar, não é?” “Levanta desse chão de arquibancada, VI VI A NE.” Só estou falando isso hoje. Domingo que vem estaremos aqui de volta.” “Aquele moço, também né, pai.” “Sim, V I V I A N E. Ele também.” “Posso ir lá abraçar ele, pai?” “Pode, vai que tô te olhando daqui. Não fica parada na grade. Já sabe o que eles cantam pra meninas que passam ali” Ainda ajoelhada, clamei: “Tá, pai. Graças à Deus, pai. Obrigada pai. Eu te amo, meu pai” “Fica em pé, V I V I A N E.” “Tá, pai…vou lá abraçar o moço.” Ah Flamengo…nos músculos exaustos do teu braço, quero repousar frouxa, murcha, farta, morta de cansaço…de saudades da minha infância no Maracanã, do meu pai, do Flamengo que me ensinou a AMAR (e perdoar no jogo seguinte) na VIDA. “Nós vamos voltar MESMO, né pai?” “Sim, V I V I A N E.” Ufa, então, vejo meus 11 leitores no ESTÁDIO da Ilha. Ah Flamengo, quero pesar feito cruz (e peso), nas tuas costas, que te retalha em postas, mas no fundo gostas, quando a noite (e as vitórias) vem…
Pra vocês,
Paz, Amor e Saudades do Meu Pai.
[…] […]
O que falta em muitos torcedores é coragem e oportunidade para falar a essa diretoria do Flamengo e esse Bobeira de Mérdh@ que ele está Full¿Dhendo o Time. EBM é vy-had-o!!! E Zé num sei o quê lá é bofy dele. Um cara que nunca jogou bola, não passa de um eterno projeto de auxiliar técnico de time da base não pode ser treinador do Flamengo, muito menos dirigir o atual elenco. Quero ver se ele estive no Atlético-Go, no Sport, no Vitória, no Avaí, se ele não já teria sido demitido. Grandes times trocam sim grandes treinadores quando esses não vêm bem. Só no Flamengo do homossexual EBM que o Zé 10graça é mantido a ferro e a fogo, guela abaixo, contrariando a tudo e a todos, custe o que custar, mesmo que seja a derrocada do Flamengo, que esse Zé 10graça continua como técnico. Foi-se a Sulamericana do ano passado, a recusa do Brasileirão para que o Palmeiras fosse campeão, a eliminação vexatória e covarde da Libertadores e a rejeição das primeiras posições do Brasileirão deste ano bem como a eminente eliminação da Copa do Brasil. Tudo isso por conta de um amor entre homossexuais.
O óbvio – lindo texto !
As recordações, agora as minhas.
Algumas diferenças, e sensíveis.
Meu pai, minha mãe e meu único irmão eram botafoguenses.
Mesmo assim, íamos, não poucas vezes, aoS estádioS, para ver um ou outro time, poucas vezes, os dois.
O Maracanã ainda não existia e levaria bons anos para surgir.
A Gávea, General Severiano, Laranjeiras, São Januário eram as nossas praças habituais.
Tive um tio (na verdade, casado com uma prima irmã de meu pai) que foi o meu guru rubro-negro.
Mário Tavares da Silva, sócio remido do Flamengo, como não cansava de afirmar com muito orgulho.
Com ele, ainda em 1944, na Gávea lotada, vi o nosso primeiro tri.
Com ele, nos idos de 1966, vimos (minha então recentíssima esposa e eu) o Flamengo perder por 3 x 0 do Bangu, em pleno Maracanã, com o nosso goleiro comprado pelo Castor (o futebol, é triste admitir, sempre foi palco de figuras deploráveis, como até os dias atuais).
Mais tarde, passei a levar os meus filhos, todos os três, que você, Vivi, conhece, fanáticos rubro-negros.
Talvez a maior loucura.
l976, final da Taça Guanabara, com mais de 150 mil espectadores no Maraca, levei o mais velho, então com apenas seis anos.
Destino ingrato – perdemos, graças ao Zico, nos penalties.
Muito teria a escrever.
Jamais conseguiria fazê-lo de forma tão emocionante como no seu artigo.
Fico porraqui.
Extasiadas SRN
FLAMENGO SEMPRE, SEMPRE E SEMPRE
Sem palavras! Texto belíssimo! Parabéns, Viviane! Isso é Flamengo! É o que somos! SRN!
Quero dizer que cada vez mais estupefato de ver esse ‘treinador’ no banco do FLAMENGO, um nulo completamente sem noção e nenhuma riqueza de conhecimento para transmitir absolutamente nada aos nossos jogadores, e dessa minha ira, não posso produzir cecear e ofender quem pensa em contrário. Confesso que me excedi e retiro todas as palavras ásperas do comentário anterior.
Obrigado !
Edvan-Alagoinhas-Ba,
PS – A manutenção desse cara virou palhaçada …!
Vivi, para variar seu texto é muito bom, mas está cada vez mais difícil trazer o Flamengo entranhado na pele, sofrimento só, raiva, enfim uma mistureba de sensações que nenhum outro objeto de paixão faz a gente passar. Agora mesmo, raiva, muita raiva, o tal xiporti acaba de perder para o anão da colina. Conseguimos perder até pra time que perde dos visceinos. Pode?
Como sempre, um texto maravilhoso carregado de Flamengo e emoção.
Vivi é inigualável em poesias flamengas.
Beijos.
SRN!
Que lindo! Seu pai estaria orgulhoso. Tenho “inveja”dele…rs
bjs, Bella donna!
Belíssimo texto, emocionada, sabes demonstrar como ninguém o que é ser Flamengo.
Linda a mensagem da Vivi, enquanto isso essa diretoria alienada garante que mantém o Zé como treinador mesmo com derrota no jogo contra o Avaí, vão ser arrogantes assim na pqp!!!
O Bandeira, apesar de bom administrador nos negócios, não entende nada de futebol e não tem noção do tamanho do Flamengo e de sua Torcida, sua arrogância e teimosia vão levar o Flamengo a mais uma vez a fazer figuração no Brasileirão e a jogar para não cair!!!
O campeonato é de pontos corridos, não se pode deixar ninguém disparar na liderança e depois morrer abraçado ao fraco e inexperiente treinador e sua panela de pernas-de-pau!!!
Se o Zé tem um bom elenco, mas, não utiliza e quer continuar com titulares como Caramujo, Vaz, Pará, Gabriel, etc, então ele não serve, aí está a prova de que não sabe escalar, além disso, mexe ainda pior e se enrola no sistema de jogo, é um iniciante e por isso também erra muito, ora, o Flamengo não é para iniciantes!!!
Se Andrade, Carlinhos, Carpeggini também eram iniciantes e tiveram sucesso foi porque já tinham sido jogadores e bons jogadores, o Zé não!!!
Iniciantes oscilam muito e aprendem com os próprios erros, mas, o Flamengo é muito grande para ser penalizado com erros e ainda por cima com alguns erros costumeiros, portanto, o Zé ainda por cima é teimoso e nem errando aprende!!!
FORA ZÉ!!!
BARCA JÁ!!!
SRN!!!
Excelente texto, parabéns. Resumiu em poucos parágrafos o que é de ser Flamengo.
Isso são horas de fazer alguém chorar Vivi?! Que texto maravilhoso. Que amanhã o Flamengo nos faça chorar de alegria pq eu já não aguento mais chorar de decepção. Abraços e força. SRN
Ela leu
Lindo Vivi….só consigo falar isso. Lindo
Vivi esse texto fala da história de vários rubro negros, inclusive eu, meu PAI sempre me levou ao Maracanã, desde garoto ele me ensinou a AMAR esse clube. Fiz o mesmo com a minha filha mais nova, maior emoção foi vê-la CHORAR no seu 1o FLA x VASCUUUU, ela sempre insistia p eu levá-la, nunca levei devido à violência, título carioca de 2014 gol impedido do rei da volância no finalzinho do jogo. Todos se abraçando, comemorando, qdo vi as lágrimas desciam de sua face, falei p ela PODE CHORAR MINHA FILHA ISSO AQUI É FLAMENGO, obrigado por esse texto, voltei ao passado, onde tudo começou…..
Porra mulher (VIVI) vai te catar, para de fazer eu chorar!!!!
Poxa Vivi, vc escreve muiiiito bem porque suas palavras sobre o Flamengo transbordam em emoção.
Mas mesmo sem vc me perguntar, confesso que “baixei a guarda”com o que não fizemos no jogo contra o sport.
Me condenei a não ir nos 3 primeiros jogos na nossa tão esperada casa provisória”.
Será que estou enlouquecendo…..
Impossível não se emocionar lendo esse texto. Esse texto tem que ser leitura obrigatória para todos os nossos jogadores , comissão técnica e principalmente , essa diretoria soberba , camuflada pelos bons resultados administrativos , mas que se esquecem que o Flamengo só é o gigante que é , porque tem torcedores como você VIVI , apaixonados , passionais , com histórias lindas como as que você conta. Parabéns a você , e principalmente ao seu pai , que onde quer que esteja deve estar sentindo um baita orgulho da grande mulher que você se tornou.
Continue assim , nos presenteando com suas lindas histórias…
Abs!! SRN!!
Lindíssimo Vivi. Isso é Flamengo. Não é Flamengo de ocasião, é Flamengo de Alma, Amor e Paixão pura.
Beijos Vivi.