O homem que aparece aí na foto, fazendo com as duas mãos o gesto-símbolo do nosso humilde blog, é Carlos Eduardo Pereira.
Ele assumiu a presidência do Botafogo no início de 2015, no vácuo da desastrada gestão de Maurício Assumpção, que fechara seu esquecível ciclo administrativo colaborando decisivamente com a queda do clube para a série B.
Presidido por Carlos Eduardo Pereira, o Botafogo nadou de braçada na segunda divisão e surpreendeu cem por cento dos torcedores e comentaristas em 2016 – quando todos esperavam um tremendo sufoco para não cair novamente, pegou até vaga na pré-Libertadores –, mas o manda-chuva do clube tem escorregado feio nas questões regionais.
Já no começo de seu mandato, talvez vislumbrando possíveis benesses da nossa federação, pôs-se contra a dupla Fla-Flu e escancarou um indecoroso namoro com Eurico Miranda. Tudo o que conseguiu foi um bivice, perdendo as finais dos estaduais de 2015 e 2016 – como qualquer criança seria capaz de prever – para o Vasco. Claro: em matéria de arranjos e armações, é difícil encarar Eurico e seus acólitos da Ferj. O problema é que, como demonstram os três anos seguidos de rebaixamentos – Vasco em 2013, Botafogo em 2014, Vasco em 2015 – os conluios e conchavos não atravessam as divisas do estado do Rio.
Para não passar por injusto ou leviano, repito: Carlos Eduardo Pereira não tem nada a ver com o triste e terrível ano de 2014 do Botafogo. Pelo contrário: se está a léguas de distância dos gloriosos tempos de Garricha, Didi e Nilton Santos ou de Gérson, Paulo Cézar e Jairzinho, o futebol botafoguense sob sua gestão vai bem melhor do que era de se esperar. Mas há um ingrediente um tanto doentio a embrulhar ainda mais a receita do já indigesto futebol carioca.
Eurico Miranda não esconde de ninguém, e faz questão de reforçar sempre que o assunto surge, que seu grande mérito como dirigente esportivo foi o de transformar o Vasco no maior rival do Flamengo. (Abordei o tema em um dos meus primeiros textos aqui no RP&A, o post “A peleja do diabo com o dono do céu”, publicado em 2 de fevereiro de 2015. Só que está mais do que na hora da gente parar de bater palmas pra maluco dançar, e entender que os maiores rivais do Flamengo, hoje, são os clubes que disputam os grandes títulos nacionais.) No entanto, a estratégia de Eurico virou enfermidade crônica, a ponto dele exigir dos seus jogadores, apenas e exclusivamente, sucesso nos confrontos diretos com o rubro-negro. Fora isso, tome segundona. Tome humilhação. A pessoa é para o que nasce.
Mesmo na corda bamba representada pela falta de equilíbrio entre o que o clube deve e a capacidade que tem para arrecadar, Carlos Eduardo Pereira vem tocando sua gestão com disciplina, critério e paciência, obtendo resultados que vão além do que seria justo cobrar. Mas seu comportamento como aliado de Eurico é constrangedor, e a obsessão quanto ao Flamengo – ao que tudo indica iniciada com a transferência de Willian Arão, algo mais do que natural diante do padrão de mercado que há tempos tomou conta do mundo da bola – periga estragar tudo o que faz de bom. Para um esporte que se pretende cada vez mais profissional e lucrativo, são inaceitáveis as picuinhas de Carlos Eduardo Pereira sobre o uso do Engenhão e lamentável sua posição no que se refere à ideia de torcida única.
Nos meus tempos de faculdade, a estudantada tinha um método simples para se colocar diante de quaisquer propostas econômicas: bastava ver de que lado estava o Delfim Netto, e tomar a direção contrária. Parece que Carlos Eduardo Pereira faz exatamente isso em relação ao Flamengo, o que é uma pena. O futebol carioca dispensa a presença de outro Eurico Miranda.
[…] REPÚBLICA PAZ E AMOR: Por Jorge Murtinho O homem que aparece aí na foto, fazendo com as duas mãos o gesto-símbolo do nosso humilde blog, é Carlos Eduardo Pereira. Ele assumiu a presidência do Botafogo no início de 2015, no vácuo da desastrada gestão de Maurício Assumpção, que fechara seu esquecível ciclo administrativo colaborando decisivamente com a queda do clube para a série B. Presidido por Carlos Eduardo Pereira, o Botafogo nadou de braçada na segunda divisão e surpreendeu cem por cento dos torcedores e comentaristas em 2016 – quando todos esperavam um tremendo sufoco para não cair novamente, pegou até vaga na pré-Libertadores –, mas o manda-chuva do clube tem escorregado feio nas questões regionais. Já no começo de seu mandato, talvez vislumbrando possíveis benesses da nossa federação, pôs-se contra a dupla Fla-Flu e escancarou um indecoroso namoro com Eurico Miranda. Tudo o que conseguiu foi um bivice, perdendo as finais dos estaduais de 2015 e 2016 – como qualquer criança seria capaz de prever – para o Vasco. Claro: em matéria de arranjos e armações, é difícil encarar Eurico e seus acólitos da Ferj. O problema é que, como demonstram os três anos seguidos de rebaixamentos – Vasco em 2013, Botafogo em 2014, Vasco em 2015 – os conluios e conchavos não atravessam as divisas do estado do Rio. Para não passar por injusto ou leviano, repito: Carlos Eduardo Pereira não tem nada a ver com o triste e terrível ano de 2014 do Botafogo. Pelo contrário: se está a léguas de distância dos gloriosos tempos de Garricha, Didi e Nilton Santos ou de Gérson, Paulo Cézar e Jairzinho, o futebol botafoguense sob sua gestão vai bem melhor do que era de se esperar. Mas há um ingrediente um tanto doentio a embrulhar ainda mais a receita do já indigesto futebol carioca. Eurico Miranda não esconde de ninguém, e faz questão de reforçar sempre que o assunto surge, que seu grande mérito como dirigente esportivo foi o de transformar o Vasco no maior rival do Flamengo. (Abordei o tema em um dos meus primeiros textos aqui no RP&A, o post “A peleja do diabo com o dono do céu”, publicado em 2 de fevereiro de 2015. Só que está mais do que na hora da gente parar de bater palmas pra maluco dançar, e entender que os maiores rivais do Flamengo, hoje, são os clubes que disputam os grandes títulos nacionais.) No entanto, a estratégia de Eurico virou enfermidade crônica, a ponto dele exigir dos seus jogadores, apenas e exclusivamente, sucesso nos confrontos diretos com o rubro-negro. Fora isso, tome segundona. Tome humilhação. A pessoa é para o que nasce. Mesmo na corda bamba representada pela falta de equilíbrio entre o que o clube deve e a capacidade que tem para arrecadar, Carlos Eduardo Pereira vem tocando sua gestão com disciplina, critério e paciência, obtendo resultados que vão além do que seria justo cobrar. Mas seu comportamento como aliado de Eurico é constrangedor, e a obsessão quanto ao Flamengo – ao que tudo indica iniciada com a transferência de Willian Arão, algo mais do que natural diante do padrão de mercado que há tempos tomou conta do mundo da bola – periga estragar tudo o que faz de bom. Para um esporte que se pretende cada vez mais profissional e lucrativo, são inaceitáveis as picuinhas de Carlos Eduardo Pereira sobre o uso do Engenhão e lamentável sua posição no que se refere à ideia de torcida única. Nos meus tempos de faculdade, a estudantada tinha um método simples para se colocar diante de quaisquer propostas econômicas: bastava ver de que lado estava o Delfim Netto, e tomar a direção contrária. Parece que Carlos Eduardo Pereira faz exatamente isso em relação ao Flamengo, o que é uma pena. O futebol carioca dispensa a presença de outro Eurico Miranda. […]
Oi Murtinho, que bom ler um texto seu novamente, melhor ainda ler dois!
Sobre o Botafogo, pode até ser bairrismo de minha parte, já que eu não sou do Rio, mas vamos combinar que o Botafogo é time pequeno, né? Se não tiver um dirigente canastrão para provocar time grande, vai aparecer como?
É um clube apequenado que vive da época do Garrincha, e mesmo assim, só do que foi feito em campo naquela época, porque, pelo menos no que o Rui Castro retrata na biografia do Garrincha, os cartolas do Botafogo de antigamente já eram uns picaretaços… (Não sei como era nos outros clubes do Rio…)
Grande abraço!
Minha querida Bia.
Pois fique sabendo que, assim que eu publico um post, uma das coisas que me passa pela cabeça é: será que a Bia vai aparecer?
Sei que não é fácil, para quem não torce para o Flamengo, comentar num espaço tão rubro-negro. Admiro sua paciência e seu estoicismo.
Olha, Bia, eu já tive algumas boas discussões, aqui em São Paulo, por causa dessa história do Botafogo. Acho que há várias maneiras de se avaliar a grandeza ou não de um clube de futebol, e creio que algumas delas ainda nos obrigam a manter o Botafogo na turma de cima. (O que não quer dizer que isto seja obrigatoriamente eterno.)
Em relação aos cartolas, não se iluda: a picaretagem sempre rolou, e de forma generalizada. Bom. Calma. Picaretagem talvez seja uma palavra um pouco forte, mas, no mínimo, quase sempre houve muito amadorismo e total incompetência.
Beijo enorme. Apareça sempre. E boa sorte daqui a pouco, lá em Tucuman.
Murtinho, eu sempre verifico o Paz e Amor para ver se tem post seu. Ler, eu sempre leio. Comentar, às vezes é um assunto muito rubro-negro para o meu bico, mas geralmente a discussão que se segue nos comentários dá uma prolongada no post e aí sempre tem alguma coisa para se meter nos comentários dos outros.
Por exemplo, o que eu comentaria no texto seguinte a esse? Eu sou abertamente favorável ao Zé Ricardo, até quando ele bate cabeça… Acho que muitos flamenguistas são implicantes demais com o cara (inclusive você…), de minha parte eu trocaria ele pelo Eduardo Batista num piscar de olhos. Se quisesse escalar Massaraujo no lugar do Felipe Melo, até poderia…
No mais, estamos sempre aí!
Grande beijo!
Escrevo depois do Flaflu . Vim aqui respirar um ar puro sem o pólen das flores agitadas após os penaltis. Chato perder taça GB ? Sim ,
mas seguimos líderes , invictos com o regulamento esdrúxulo embaixo do braço rumo ao trigésimo quinto carioqueta .
Tudo certo ,porém o post aqui é sobre o nanico de Gal Severiano . O cúmulo da comédia pastelão foi o cara “proibir” o Fla, mesmo como visitante, no Municipal em quaisquer jogos , inclusive com o faísca mandante !!!!!
ABS
Srn7
Aparentemente, na comparação dos elencos e qualidade dos jogadores seria um jogo fácil , contudo, vem o receio, perturbador: Eles, tem um técnico, nós, um curioso estudante em fase de desenvolvimento.
Neste item revertem a vantagem que seria nossa.. O jogo vai ser duro…porém; aposto num time de muita qualidade técnica que pode jogar bem , alheios, os jogadores, às confusas orientações que vêm do banco a atrapalhá-los.
VAI DAR MENGÃO E QUE OS NOSSOS VALOROSOS ATLETAS RESOLVAM TUDO EM CAMPO…
Edvan-Alagoinhas-Ba.
PS – Epa, rapazes,,,, nada de ouvir o Zé….E se disser que é pau, afirmem é que é pedra!
FUI…!
… e acabou a Taça Guanabara.
Cabe registrar.
PALMAS, PALMAS DE PÉ, BATENDO PALMAS E GRITANDO BIS COMO NOS VELHOS TEMPOS DO THEATRO MUNICIPAL PARA O SÁBIO DE ALAGOINHAS !
Mais uma vez, deu EDVAN na cabeça ! ! !
Oportuno seu post, Murtinho !
O Botafogo foi se apequenando nas últimas décadas, e este senhor irresponsável, que semeia discórdia entre as torcidas, e depois posa de vítima quando estanca a violência, está trilhando o caminho errado, ao querer se colocar como rival na base da implicância e picuinha, ao invés de procurar fazer o Botafogo voltar a ser grande dentro e fora de campo. Seguindo o caminho de Eurico, o Botafogo caminha para ficar ainda menor do que já está. Uma pena, mas…
Azar o deles
SRN
Não à toa, o único motivo que me faz retornar ao RPA são os excelentes posts do Murtinho. Ler/ver/ouvir outras coisas, incluindo posts e comentários por aqui, deixou de fazer parte da minha rotina há algum tempo, pois lamentavelmente não vale mais a pena.
E, como sempre, genial, grande Murtinho!
Flamengo não tem mais rivais no RJ. Hoje, nossos rivais são Corinthians, Palmeiras, Atlético-MG… Ainda são esses.
Continuar no ritmo que estamos, em breve nossos adversários serão internacionais. Europeus até.
Não to nem aí pro carioqueta. Mas que gostei do Flamengo jogar no Engenhão com a Magnética presente, gostei. Só para esse dirigentezinho de nano-time semi-amador que pensa que ainda é grande, colocar o galho dentro e entender que não é dono do estádio e não manda coisa alguma. Nem ali e nem em lugar algum.
Abraços, Murtinho
SRN
Murtinho, seus posts são realmente excelentes, mas esse comentarista acima perdeu a grande oportunidade de ficar calado, pois foi muito deselegante com os outros que escrevem neste blog, coisa de gente que não tem educação mesmo. Lamentável.
Faz-se necessário que eu me retrate pela forma como escrevi o comentário acima. Não pelo que o tal César Antunes disse. Não o conheço e, para mim, tanto faz o que ele pensa ou deixa de pensar.
Meu amigo Carlos Moraes, em particular, me chamou a atenção para o fato de que, da forma como eu coloquei, o que eu disse ficou generalizado.
Então, não vou tentar não me estender nisso. Apenas deixar claro que não me refiro a todos comentaristas e blogueiros.
Tem aqui o próprio mestre Moraes, entre outros, os quais sempre gostei de ler.
Os textos da Vivi, por exemplo, são uma verdadeira poesia, uma forma de expressar o amor que sente pelo Flamengo em palavras.
Nivinha demonstra ser uma mulher guerreira que está sempre se esforçando para trazer novos conteúdos para o blog. Parabéns para ela, merecedora de todo sucesso que faz.
Se estou escrevendo aqui, é porque um dia li o Arthur no GE e achei sensacional. Decidi seguir até hoje.
Mas, quando digo que para mim não vale a pena mais ler/ver/ouvir, é porque a intolerância já chegou aqui pelas terras de Paz e Amor. E prefiro não voltar mesmo aqui, simplesmente para me poupar e não me aborrecer.
Se volto para ler os textos do Murtinho, é porque me tornei um grande fã, mesmo quando discordo de alguma coisa. Sempre há respeito por parte dele para com a diversidade de pensamentos.
SRN
Correção: Então, vou tentar não me estender…
só espero que as duas torcidas deem um exemplo para toda sociedade …
ninguém aguenta mais tanta violência.
SRN !!!!
Esse Carlos Eduardo esta despertando um sentimento que é muito raso, raiva do Botafogo. Porque é um time que junto com o Santos possui a simpatia de vários outros clubes.
Ele está minando uma crise política no Botafogo.
CEP tem o msm mérito do Eurico em um ponto: perceberam q os demais times do futebol carioca sempre orbitaram ao redor do Flamengo. O problema é q escolheu uma estratégia baixa e obsoleta de tentar se posicionar como rival do astro maior. Deveria ter se focado em resultados de campo, onde o Botafogo tem tido resultados melhores do q os demais satélites do Mais Querido.
Está indo por um caminho tortuoso. Essa postura beligerante só vai piorar as relações entre os torcedores. Lamentável.
Tão menores que o Flamengo…
É absolutamente ridícula essa briga de um só (como mesmo disse o EBM). O presidente do Botafogo simplesmente pensa em prejudicar um adversário ao invés de beneficiar o seu clube. No começo pensava ser só mais uma tentativa de aparecer e ganhar uns 15 minutos de fama as custas do Flamengo, mas agora parece obsessão realmente. Quero ver essa marra toda quando as contas da manutenção do Engenhão começarem sufocar as finanças do foguinho e sua torcida lembrar dos muitos milhões que deixaram de ganhar alugando o estádio para jogos do Flamengo.