Em algum lugar entre as incontáveis páginas do Livro de Ouro das Regras de Torcer Direito pelo Flamengo está escrito que não se deve comemorar empates em casa por serem libações impuras, próprias dos pequenos e insignificantes, não condizentes com o escalão que o Mengão Agitador das Massas ocupa na cadeia alimentar do futebol masculino mundial. Não é bom que se torne um hábito, mas lembro a todos que, em ocasiões especiais, estamos autorizados a dizer foda-se o livro. Ainda mais se for um livro sem vergonha querendo ensinar alguém a torcer.
Eu comemoro, sim. Apesar do pênalti bisonhamente desperdiçado no ultimo minuto do jogo o empate com a São Paulo foi a melhor apresentação do Flamengo na competição. E mesmo com o alto custo de 2 preciosos pontos perdidos em casa vou comemorar. Comemorar principalmente a nítida evolução tática do time em campo. Ainda estamos um pouco longe pra cacete de sermos a Invencível Laranja Mecânica da Gávea, mas já deu pra ver que se espremer direito esse grupo aí, com um bom planejamento de castigos físicos para certos uns e outros, o Brasileiro 2016 pode dar um caldo.
E pode dar um caldo não porque nossos meninos sejam geniais, calmas, ainda não temos como afirmar isto. Mas porque após nossos 9 jogos do acromegálico Brasileirão até analfabetos futebolísticos do meu top já perceberam que os times são todos muito iguais ao Flamengo. Todos meio frouxos, cometendo erros bobos, perdendo jogos fáceis e com defesas de Norte a Sul do país entregando paçocas, cocadas e rapaduras como se vivessem em um Dia de Cosme e Damião eterno. Estamos totalmente no páreo e rumo ao hepta, mas temos que ser realistas e cortar o oba-oba pela raiz. Não dá mais pra ser campeão invicto. Mas tudo bem, fica pra outro ano.
Ontem até que o Flamengo jogou direito e descontados os moles da defesa, que já são de rigueur, poderia muito bem ter vencido sem precisar de pênalti. Depois que a muchacha deles foi expulsa o domínio do Flamengo foi total. Mas é aquele negócio, expulsões provocam efeitos ilusórios. Parece que o time que fica com um a menos vai se dar mal, quando na verdade é geralmente o contrário que acontece.
A tal vantagem numérica do time que permanece completo é apenas aparente, não passa de uma figura de linguagem da crônica esportiva. A dura realidade dos números dos scouts comprovam que times com 11 erram mais passes que times com 10. E com o Flamengo não foi diferente, ficamos com a bola no pé à beça, mas não soubemos o que fazer com ela.
O chamado domínio estéril do Flamengo, também conhecido como não-fode-nem-sai-de-cima mode, evidenciou o principal problema do time do Flamengo, a comovente falta de contundência. Essa irritante incapacidade de machucar, causar dor e sofrimento ao adversário é o nosso maior defeito. Somos bons e times campeões precisam ser maus.
Às vezes, mesmo sem chinelagem, os caras estão muito relax, muito centrados, ninguém surta nesse time do Flamengo. Parece que os caras não vão nunca conseguir ganhar um jogo sem que a torcida precise parir dois filhos pela boca. O final do 2º tempo foi de lascar, o São Paulo tava todo escancarado, pedindo venha, me use e o Flamengo com totózinho pra lá e pra cá sem chutar no gol ocupado por um dos maiores frangueiros da atualidade. Vacilaram.
Posso até comemorar o empate safado, mas esses moles tem que acabar. O Flamengo tá até tramando no meio, mas num ritmo de samba-canção, muito lento. Allan Patrick, que é o cara da armação, precisa ser mais dinâmico, esquecer o maldito dibre a mais e fazer a bola chegar mais rápido no ataque. Que também já deu pra ver que não será grande coisa só com um lá frente, seja Guerrero ou Vizeu. Porque chamar o Cirino de atacante, nesses tempos de instabilidade institucional, deve dar até cadeia.
Nem comento mais sobre técnico, não adianta nada, nego só vai fazer o que quiser mesmo e que se dane a opinião de zés manés como eu. Mas se forem sábios e deixarem esse cara trabalhar sossegado pelo menos um mês é evidente que dá pra fazer uma graça. Estamos jogando certo, nos mantendo nas proximidades da ponta, sem contudo ocupar o G4 antes da 20ª rodada, que todo mundo sabe que é coisa de paraguaio. No sapato, sem alarde, mas com fanfarra, dá pra ir até Tokio. Pode comemorar.
Mengão Sempre
O técnico é cagão, contudo, estamos ganhando. Fazer o que com ele?
Edvan-Alagoinhas.-BA
PS – Medroso. É botar frente no jogo o time pára, retrai-se na retranca; digo, afirmo, ratifico, nossas vitórias não têm a sua interferência, decorrem, principalmente, de uma zaga de respeito que agora temos, e mais; se jogam o Wallace e César Martins, tomaríamos varada de qualquer um. Cara frouxo!
Alguém poderia dizer ao super ético, tático, desembromador e emblemático Zé que dá pra jogar com Mancuello e Allan Patrick no mesmo time?
Por favor!!!
Disconcordando e concordando com todo mundo, acho que se é pra trazer uma porra dum professor doutor, deixa esse merda desse Zé mesmo. Mas que esse cara é tão boshtta como todos os outros merdas que andam fazendo cagadas por aí e ganhando um caminhão de dinheiro, minhas últimas dúvidas foram tiradas hoje, na vitória sobre o timeco do santinha.
Se não pagarem um caminhão de grana pra ele em ordem de não trazer Abel, el carajo, concordo!
Mas que o cara é no mínimo um retranqueiro que não sabe fazer substituição, ele é!!
Saudações Rubro Nigérrimas