No post publicado algumas horas antes da estreia do Flamengo no Campeonato Brasileiro, o texto terminava com quatro perguntinhas básicas. Um jogo é muito pouco para respondê-las, mas podemos dar alguns chutes.
Vou repetir aqui as perguntas, pra que ninguém precise retornar ao post anterior. (Se ler uma vez já requer sacrifício, imagine duas.) A elas, pois.
Sobre o fato de Eduardo Bandeira de Mello aceitar o convite para comandar a delegação da seleção brasileira na Copa América especial, a ser disputada nos Estados Unidos, indaguei: o presidente está ou não se mexendo para que não haja tantos erros de arbitragem contra e tão poucos a favor como no ano passado, ou ele não pode mais ver cavalo encilhado que pula em cima?
Resposta: não que isto seja indiscutível ou definitivo, mas na vitória de sábado a arbitragem não cometeu erro algum contra nós, o Sport teve um gol mal anulado e, discordando de Sálvio Spinola e da realidade revelada pelo frame acima, retirado do programa Bate-Bola, da ESPN, acho que o juiz Marcelo Aparecido pesou a mão na expulsão de Rithely. Um cartão amarelo, ali, cairia bem. Aproveito para reforçar o que escrevi no citado post e parece não ter ficado claro: ninguém pleiteia favorecimento, e sim a garantia de neutralidade. Em relação ao cavalo encilhado, permanece a suspeita, e recomendo a leitura da entrevista que Arthur Muhlenberg fez com Bandeira de Mello e publicou no GE, lá no blog Humildade em Gol. O link é http://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/humildade-em-gol/post/bandeira-fechou-com-cbf.html
O Grão-Mestre pergunta daqui, aperta dali, o presidente enrola, escapole e continua sem responder. É liso, viu?
Levando em conta nossas más atuações no primeiro quadrimestre e as eliminações no Campeonato Estadual e na Primeira Liga, perguntei: o time está aguardando a hora certa de explodir, para fazer um grande campeonato, ou continuaremos nos enchendo de vergonha semana após semana?
Resposta: a avaliação ficou comprometida pela tal expulsão. Jogamos bem os dez minutos iniciais e os cinco finais. No começo, além do lance do gol, em que contamos com a aula de desarme de Juan, a ofensividade de Rodinei, a esperteza de Willian Arão e o oportunismo de Everton, tivemos uma boa jogada feita por Guerrero, mas que ele mesmo estragou ao se atrapalhar todo na hora de definir. No final, duas grandes chances desperdiçadas por Marcelo Cirino – sendo a primeira imperdoável, pelo egoísmo – e outra com Alan Patrick. Para um time que jogou o segundo tempo com um a mais, é pouco. Creio que vergonha não passaremos, mas, quanto a explodir, falta muita coisa para poder acreditar.
A terceira pergunta não admite interpretação. Eu queria saber se o time de Muricy conseguiria o que o Flamengo só foi capaz de fazer duas vezes nos últimos dez anos: estrear no Brasileiro com vitória. Três pontos no bolso, vida que segue.
Por fim, a questão era se teríamos um time honrado em campo ou se ouviríamos as inúteis desculpas que ninguém mais aguenta.
Resposta: não jogamos bem, mas mostramos seriedade. Nossos dois maiores problemas – lerdeza na passagem do meio para o ataque e falta de movimentação do pessoal da frente – só podem ser resolvidos com muito e adequado treinamento, tarefa para o barcelônico senhor Muricy. No segundo tempo voltamos a observar o ataque estático, enquanto a bola girava pra lá, pra cá e, contrariando a física, sem sair do lugar. Ganhávamos, mas por apenas um a zero – o que é sempre um risco – e de um adversário que tinha um a menos em campo. Juro que morri de medo de, nos últimos dez minutos, o Sport partir para o tudo ou nada, um cabeçudo daqueles acertar um chute qualquer e nossos três pontos escoarem pelo ralo. Precisamos aprender a matar os jogos e não dar chance ao azar.
E aí? Concordam? Discordam? Com a palavra os queridos, competentes e participativos comentaristas do RP&A.
PS só pra não deixar o assunto morrer: domingo o São Paulo ganhou do Botafogo, em Volta Redonda, por um a zero. Gol de Lucas Fernandes, jogador de dezoito anos que enfrentou o Flamengo nas quartas de final da Copinha, quando vencemos por dois a zero. Enquanto isso, nossos campeões esperam, esperam e nunca estão prontos, até que haja alguma deserção.
O nosso Flamengo e o Blog estão a cara do Henrique: Um saco !
abs
srn