O time do Flamengo levou a sério a promessa que a diretoria do clube fez sem cumprir: a de não disputar o campeonato estadual.
Os integrantes do nosso elenco têm se esforçado para comprovar o Teorema de Araújo, cujo enunciado assegura que o ideal é ser eliminado de um torneio para poder se dedicar ao outro. O problema é que dois deles já foram pro saco, e passamos a conviver com sombrias perspectivas em relação à Copa do Brasil e ao Campeonato Brasileiro – competições em que jogar em casa é fundamental, e casa não temos.
Bons times não se montam de um dia para o outro, e há entre os titulares do Flamengo cinco caras que chegaram ao clube esse ano. Ok. Entretanto, é inadmissível que, após quatro meses sob a batuta de Muricy, tenhamos feito somente duas boas partidas: nos dois a zero sobre o Atlético Mineiro e nos dois a um sobre o Fluminense. E que os únicos momentos em que notamos progresso tático ocorram nas triangulações com Rodinei, Willian Arão e Marcelo Cirino.
Agora, chega.
Ganhamos tempo para treinar. Já identificamos claramente nossas maiores dificuldades. Até o jogo com o Fortaleza terão sido dez dias sem viagens, e depois outros dez. As desculpas acabaram. Esperamos que acabe, também, a incômoda sensação de que as eliminações defendidas por Márcio Araújo podem se transformar numa incontrolável espiral de incompetência e desequilíbrio.
Ah, o desequilíbrio. Inquietante substantivo que invade o post para dele tomar posse, pois não me lembro de outro capitão rubro-negro que tivesse apresentado, dentro de campo, tamanha falta de condição psicológica para o exercício da função. A entrada cheia de fúria e marra, como se comandasse um exército poderoso – que logo que a bola rolou se revelou brancaleônico. A ridícula fincada de bandeira no círculo central, esquecendo que, nesse tal jogo chamado futebol, bem mais útil do que espetar bandeira no gramado é enfiar a bola na rede. (Não acredito que tenha sido dele a ideia, mas não apenas a aceitou como assumiu o protagonismo da bravata.) O infantil cartão amarelo com menos de três minutos. O faniquito no lance do primeiro gol, deixando evidentes a instabilidade emocional e a descrença numa possível virada.
Aliás, a respeito disso e para aliviar um pouco o clima, segue uma pitada de boa lembrança. Reza a lenda que, quando a Suécia abriu o placar aos quatro minutos da final da Copa do Mundo de 1958, Didi foi ao fundo da rede, pôs a bola embaixo do braço e, enquanto caminhava de cabeça erguida até o meio do campo, levantava o moral de seus companheiros: “Agora vamos encher esses gringos”. Calma, gente. A despeito das inúmeras tentativas recentes, o Flamengo ainda não conseguiu abalar minha sanidade e eu jamais cometeria a heresia de comparar Wallace a Didi ou o atual time rubro-negro à primeira seleção brasileira campeã do mundo. Foi só pra relaxar. Mesmo porque, o rubro-negro não tem dado refresco.
Por exemplo: além dos dois a um em cima do São Paulo, em 23 de agosto de 2015, alguém se lembra de outra vitória nossa de virada de um ano pra cá? Ninguém se lembra, simplesmente porque não existiu. E um dos piores sentimentos que um torcedor de futebol pode carregar é o de saber que, se o seu time ficar em desvantagem no marcador, não há hipótese de reagir. É com isso que temos convivido, e o chilique de Wallace depois do gol de Andrezinho foi apenas mais um sintoma da nossa incapacidade para reverter resultados.
Nos tempos em que dirigia o São Paulo e era questionado por essa ou aquela escolha, Muricy costumava dizer que os jornalistas só sabiam de dez por cento do que acontecia nos bastidores de um time. Acredito piamente. E estou convicto de que, nos outros noventa por cento que ninguém sabe e só Muricy vê, Gabriel deve fazer coisas do arco da velha. Passes preciosos, dribles destruidores, chutes indefensáveis. Porque, se não for assim, nada explica a opção por Gabriel contra o Vasco, desconstruindo a doce ilusão de que tínhamos encontrado uma escalação mais consistente. Apesar de todos os pesares e das incontáveis stellas, creio que Alan Patrick não pode ficar de fora. Mancuello bate bem na bola, corre o campo inteiro, ocupa espaços e é bastante participativo, mas faltam-lhe o toque de classe e as jogadas surpreendentes que esperamos de um armador. O ideal é que os dois joguem juntos.
Em uma das lavagens de roupa suja após a eliminação no Campeonato Carioca, Muricy disse que, com o retorno de César Martins ao Benfica (já mandei rezar missa aqui na igreja matriz de São Caetano), há que se reforçar a zaga, pois ficamos apenas com Wallace – melhor cancelar a missa –, Juan e Léo Duarte. Estranho. Se acessarmos o site oficial do clube, na relação de zagueiros veremos os nomes e as fotos de Rafael Dumas e Antonio Carlos. Como admiti no post “Acostumados com sucrilhos no prato”, não acompanho a base do Flamengo e nunca vi Dumas jogar, mas lembro de ter lido vários elogios a ele. O que acontece então? E o que acontece com Antonio Carlos? Já que se reclamou tanto de viagens e cansaço, não seria bom que os tivéssemos escalado contra, sei lá, Portuguesa e Cabofriense, pelo menos para que eles começassem a sentir o peso do manto?
Todavia, há algo ainda mais grave.
Adquiriu enorme importância, em todos os grandes clubes brasileiros, a figura do diretor executivo de Futebol. Nada contra. E, também, nada contra Rodrigo Caetano. Mas me intriga a forma como nossos elencos vêm sendo montados. Acertamos na mosca ao trazer Rodinei. Cuéllar, Willian Arão e Mancuello têm se mostrado bons reforços. O que indago é se as contratações são feitas em função do que o time necessita ou se fala mais alto a boa relação que o diretor de futebol mantém com determinados clubes ou certos empresários.
Esse ano o São Paulo reforçou seu sistema defensivo com um zagueiro chamado Maicon, trazido por empréstimo junto ao Porto. Vi Maicon jogar poucas vezes e gostei, sendo que uma delas foi no difícil empate com o River Plate, no Monumental de Nuñes, pela Libertadores. Como no futebol tudo é possível, nada impede que Maicon entregue o ouro em alguma partida que acabe eliminando o São Paulo, mas ele tem se saído muito bem. Se Maicon jogava no Porto e César Martins no Benfica, por que fomos atrás deste e não daquele? Como não temos motivo algum para desconfiar de interesses pessoais – algo que na atual diretoria do Flamengo parece fora de questão –, somos obrigados a relembrar Vanderlei Luxemburgo e sua acusação de que os dirigentes rubro-negros não entendem nada de futebol.
No meio da semana passada, o genial quadrinho do sempre genial Arnaldo Branco tratou, aqui no RP&A, do dedo podre do Flamengo na hora de contratar. E ontem, para nos matar de inveja, na transmissão de Manchester United x Leicester pelo canal Fox Sports, o narrador Gustavo Villani e o comentarista Rodrigo Bueno informaram que Mahrez, meia-atacante franco-argelino eleito o melhor jogador do campeonato inglês, foi comprado pelo Leicester em 2014 por 500 mil libras (menos de 3 milhões de reais) e hoje vale 35 milhões de euros (cerca de 138 milhões de reais).
Em 15 de setembro de 1988, o prefeito carioca Roberto Saturnino Braga, reconhecidamente correto e probo, decretou a falência do município do Rio de Janeiro. Na mesma semana, Millôr Fernandes resumia a ineficiente gestão da cidade com uma das frases mais brilhantes da história do jornalismo brasileiro: “Saturnino: o homem que desmoralizou a honradez.”
Será que essa diretoria do Flamengo ficará marcada por desmoralizar a responsabilidade fiscal e a transparência administrativa?
Como a Nivinha invocou Deus em seu último comentário, Ele agiu e nessa sexta-feira 13 temos a melhor notícia do ano, Wallace se foi, até que enfim!!!
Agora, o teimoso do Burricy, querendo ou não vai ter que colocar para jogar o Leo Duarte e o Juan, ao invés de afrontar a torcida Magnética e manter esse estorvo do Wallace como titular e anteriormente até como o capitão do time, veja só…
Apesar desse ex-treinador em atividade, acredito que agora as coisas vão começar a melhorar para o nosso Flamengo, evidentemente que o problema não era só o Wallace, mas, se o Burricy não inventar muito, a Tradição do Manto Sagrado vai se impor e sem pernas-de-pau como titulares como era o caso do Wallace e é o caso do Marcio Caramujo, Gabriel, Pará e Cirino, o time deve encaixar e embalar, vamos torcer por isso!!!
Melhor só se o Burricy sacar o mediano PV e colocar o Muralha no gol…
Vamos que vamos Mengão do meu coração!!!
Aliviadas SRN!!!
Ah, o Uallace se foi? Entao o caminho para o milagre estah aberto. Né?
Bem, devo ser simplesmente o unico a achar que ele nao era nem um pouco o ponto chave para o time jogar futebol ou para o CRF como clube se encontrar.
Agora sim vai entrar um jovem da base. Pelo menos talvez. Mas convenhamos – nao é bem assim que age um clube que tenha o MINIMO tamanho.
O que nao me surprende nem um pouco é que – mais uma vez – uma entrada ou despedida se dah desse jeito, esquisitao, de retardados, de incapazes, de antiprofissionais. Vemos isso desde anos, porque iria parar agora?
Time de merda, diretoria de merda – da nessa porcaria que se chama hoje Flamengo.
Fora simplesmente todo mundo!
Muricy perdeu otima ocasiao para ficar calado e trabalhando, em vez de dar entrevista.
Tadim, esta sofrendo muito …
Como drogado sofre ele.
E os cabras jogadores “estao começando à sofrer” …. Hah???? COMECANDO?
Soh isso ja diz tudo.
Espero que essa” diretoria” va pra Disney e fique presa lah.
Telegramas aos Treneros Portenhos
Um dos piores jogos que eu vi na vida foi o de ontem entre Atlético e São Paulo. os dois times jogavam no tão pedido 4-4-2, com um agravante: o São Paulo jogava com 3 cabeças de área e o Atlético com 4.
Resultado: se o scout fizesse contas de bicão pra cima, aquilo que neguinho chama contemporaneamente de “ligação direta”, certamente esse jogo teria quebrado todos os recordes.
Não é o esquema, são os jogadoress e tipos de jogadores que você coloca no meio que vai ditar o que seu time vai ser, um Mengão 81 ou um 2010.
Saudações Rubeo Nigérrimas
Essa quarta-feira é da mais grande vergonha nacional desde 64 e 68.
Povo burro leva o seu carrasco pela mao …
Li num site de notícias rubro-negro um dos colunistas afirmando que o Guerrero é fraco.
FRACO é quem o contratou para agradar o torcedor, apenas utilizando o peruano como trunfo em ano eleitoral. Tá mais do que provado que ele não é um camisa 9 nato. Lá nos gambás também perdia gols pra caramba.
Sabe-se lá, como numa dessas miseráveis ilógicas do futebol, ele tenha dado um título mundial ao curintia e ser por duas vezes artilheiro da Copa América. Talvez tenha uma certa verve por competições internacionais correndo na veia.
Mas, qual torcedor não deva estar torcendo pro Guerrero ser vendido pra China ou outro país devido ao amadorismo e falta de planejamento desa diretoria?
Perfeito. China, Japao, Corea.
Tem um problema: Os burricos natos da Gavea estao vendendo TUDO que cheira à atacante nosso. Nao vai sobrar nem uma chuteira.
Eu – e lembro que alguns outros aqui do blog – comecei o ano com otimismo em relação ao Flamengo. Promessa de mais dinheiro pra contratações, promessa de Muricy botar os caras pra correr (tbm no sentido de botar os afundadores de time pra correr do clube), promessa de um ano diferente dos anteriores…
e até aqui, já em maio, colecionamos fracassos e atuações bisonhas, dentro e fora de campo (né, senhor Bandeira sentando à mesa com os ladrões do CBF?)
Alguns chupa-cabras continuam no time, Muricy parece perdido, diretoria fala em desembolsar pra contratar zagueiro mas isso não traz grandes esperanças de sucesso, dado o histórico recente de contratações fuleras.
Resumindo: esses 4 meses e alguns dias serviram pra retirar meu otimismo. Acho difícil haver alguém otimista com o desempenho do time no Campeonato Brasileiro hoje.
Mas vamo ver no que dá. Quem sabe a desconfiança não desperte algum brio que esses caras possam ter.
Não espero grandes coisas. Hoje temos: goleiro fraco, zaga indigente, ataque arame liso.
Torcendo pra estar errado: SRN!
“Cabral exigiu 5% de propina nas obras do Maracanã”
“Em delação premiada, ex-executivos afirmam que ex-governador exigiu o pagamento de “contribuição” para Andrade Gutierrez entrar no consórcio.”
http://www.noticiasaominuto.com.br/
Depois desta denúncia, eu creio que o Consórcio que administra o Maracanã está com os seus dias contados.
Jamais duvidei de que correu muita grana para impedirem o Flamengo de participar daquela fraudulenta licitação.
PMDB o partido campeão da corrupção no Brasil.
SRN
Retiro o que disse.
O Campeão da corrupção no Brasil é o PP. O PMDB é vice.
Hoje a imprensa esportiva anuncia que o Flamengo está desesperadamente correndo atrás de um zagueiro. Desejam o Cléber do Hamburgo. Nem imagino quanto irão desembolsar para contrata-lo.
Não teria sido mais econômico ter mantido o Samir?
Poderia ter sido sim. Mas, a verdade é que vendendo e comprando jogadores que se ganha dinheiro por fora. Por isso, há tempos que jogadores da base não tem vez no Flamengo.
Não tenho a mesma paciência do sumido Alexandre Estatístico, porém creio que em 3 anos e meio o Flamengo possa ter comprado e vendido mais de 50 jogadores, o que dá uma média de mais de um por mês.
A folha de pagamento do Flamengo é uma das mais elevadas do Brasil. O time, bem, o time…
S R N !
Jura que não sabia disso?
Não se perguntou o porquê da contratação do Fernandinho?
Elementar, meu caro Watson.
Comprando e vendendo jogador se ganha SOMENTE dinheiro por fora – se os negocios sao bem feitos. No nosso caso é exatamente o contrario.
Estamos jogando dinheiro vivo para fora e matando o futuro na mesma tacada.
Fora “diretoria” de merda !
Fora “diretoria” de merda.
A sensaçao nesse domingo é de nao ter sido convidado para a festa.
E jah pela 3a vez nesse ano.
Para o mais querido isso é um afronte.
Tecnico vive de vitorias – e o diretor do clube, vive de que ?