Faz pouco mais de dez anos. Em janeiro de 2015, um time arregimentado pelo maestro Muhlamba entrava em campo, a fim de honrar a camisa do mais humilde satélite na órbita do planeta vermelho e preto. Éramos cinco. Em ordem alfabética, pra não gerar ciúmes, Arnaldo Branco, Arthur Muhlenberg, Jorge Murtinho (também conhecido por Eu), Nivinha e – quanta saudade! – a rica poética rubro-negrice de Vivi Mariano.
Claro: a ideia era, a médio prazo, fazer a bagaça monetizar. Ninguém jamais pensou em viver disso, mas a expectativa era de que rolasse ao menos um qualquer pra salvar a feira. Só que sequer deu pra tirar o do pastel, e começou a ficar difícil manter o sarrafo e a pegada.
Arnaldo virou celebridade, quadrinista e roteirista de sucesso. (Quem ainda não assina a newsletter do cara tá perdendo as tirinhas mais geniais do universo brasileiro dos quadrinhos. É só acessar o perfil @ArnaldoBranco no Instagram, e entrar no link da bio.)
Para tristeza da nação, Nivinha tomou a absurda decisão de casar – desculpa aí, Marcel – e partiu para os Isteites, de onde voou para a cidade do Porto, na terrinha.
Eu, que tinha um casal de netos quando o RP&A foi lançado, ganhei mais um casal de netinhos. Profissionalmente, segui enganando como redator de propaganda. Vivi precisou mergulhar de cabeça em seu trabalho como assessora de imprensa. Para não deixar Arthur segurando sozinho a gambiarra, trouxemos o reforço do grande (quase dois metros de altura) Marcelo Dunlop, em 2017.
Aí veio a pandemia, o futebol de mentira jogado sem torcida, a deserção de JJ, um monte de coisas favorecendo a paumolecência, e o blog começou a murchar. Arthur e Dunlop ainda tentaram segurar no peito e na raça, mas a ôia ficou pesada. No meu caso, a capitulação veio em 31 de março de 2023. (Mais informações na bela crônica “A alma encantada de Vivi Mariano”, que encerra o livro “O homem que morava no Maracanã”, de Marcelo Dunlop.).
O RP&A fez História. Gerou livros do Arthur, do Dunlop, o “Festa na Favela” lançado em parceria por mim e Nivinha, e a boa notícia é que ele voltou. O blog boêmio nascido no Baixo Gávea voltou novamente. (Arthur, em fase final de recuperação no melhor estilo Pedro e Viña, postou outro dia em nosso grupo de WhatsApp que está louco de vontade de escrever.)
Agora, é com você. A rapaziada seguir ou parar vai depender muito da força que você der, das amigas e amigos que você conseguir apresentar ao blog, da participação constante nos debates da caixa de comentários, essas coisas que alimentam o universo internético.
De nossa parte, fica o compromisso: a gente vamos dar tudo de si.
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