Mesmo com a Nação envolta totalmente pelo clima contagiante da Libertadores o Flamengo não larga o osso do Brasileirão e mantém respirando, por aparelhos, o hoje alucinado sonho do eneacampeonato. Sempre fominha e apegado aos bens materiais, o Flamengo começou o jogo no Beira Rio na noite de sábado como se fosse ele que estivesse há 42 mofando na fila do Campeonato Brasileiro.  

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Aquela intensidade sem gordura que nos acostumamos a apreciar em 2019 estava ali para todo mundo ver. A bola rolou e o Flamengo não deixava os amigos sem-drenagem respirar, os pobres recebiam a bola e eram cercados por incontáveis rubro-negros de camisa branca mordendo geral. Na base do sufoco cruel o Flamengo amassou os castelhanos e rapidinho meteu 2×0, praticamente acabando com o duelo. O pobrema era que ainda faltavam 75 minutos, fora os descontos, pro jogo acabar.

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Sabemos que em 75 minutos dá pra fazer muita coisa errada. Principalmente uma arbitragem pressionada, técnica e moralmente despreparada pra atuar em um jogo decisivo. O beque grosso dos caras empurrou Everton Ribeiro acintosamente dentro da área, penalidade indiscutível. Menos pro pusilânime apitador e os marginais muquifados na cafofo do Osama do VAR que ignoraram o lance.

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Ainda que já estejamos fartos de saber que quando o Flamengo está sendo roubado é que as instituições nacionais estão funcionando normalmente, chama a atenção do fã do esporte que nessa edição do Brasileiro os pênaltis sintéticos, ultraprocessados ou simplesmente inexistentes têm sido implacavelmente marcados. Em oposição aos pênaltis naturais, orgânicos, límpidos e cristalinos, que parecem não preencher os requisitos exigidos pela Comissão de Arbitragem da proba CBF.

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Contudo, não podemos esquecer que o Flamengo, devido ao seu tamanho e proeminência já não tem mais idade pra ficar de chororô porque o juiz roubou. A vida é mesmo assim e se tem algo que o Flamengo pode se orgulhar é da sua experiência em ser roubado desde o primitivo Fla-Flu de 1912. E se aprendemos alguma coisa nessa jornada centenária de espoliação é que o roubado que ri rouba alguma coisa do ladrão. Como diz o lema da comédia clássica, Ridendo castigat mores (corrige os costumes sorrido).

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Obviamente, os sem-drenagem perceberam que havia espaço para a putaria e se encheram de empolgação. Foram pra cima do Flamengo e deixaram espaço para que o placar se dilatasse. Só que o Flamengo não aproveitou as inúmeras chances criadas, pior, também aderiu ao modo jogo de churrasco e deixou os caras livres pra tentarem suas gracinhas. Acabaram fazendo um gol.

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Tudo bem que a cabeça dos nossos craques já deve estar lá no Centenário e é complicado mesmo se concentrar pra jogar com um adversário meio manco, sem chance de mais nada no ano, que nem se deu ao trabalho de endurecer o começo do jogo, entregou logo as rapaduras e as paçocas. Mas deu um certo medo a despreocupação defensiva do Flamengo. Mengão jogou a la loka dentro da casa dos caras, vagabundo chutou 15 vezes no nosso gol, ainda bem que no final deu tudo certo.

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Deu tudo certo porque a cabeça da rapaziada parece estar muito bem, obrigado. É legal ver o time jogando leve, tocando a bola de pé em pé, despreocupado. E com vontade, marcando lá em cima, sufocando a saída de bola, enfim, todas aquelas características que fizeram o Flamengo emergir no cenário sulamericano jogando o melhor futebol do continente. O jogo serviu pra todo mundo ter certeza que o time não desaprendeu a jogar.

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Arrascaeta voltou, discretinho, sem ritmo ainda, diferente do Ribeiro, que tá voltando em grande estilo, exibindo uma inteligência fora do normal. No geral tá todo mundo em ascensão no Flamengo, as coisas estão voltando ao normal na hora certa. Só faltam cinco dias pra final, mas antes da bola rolar em Montevideo temos mais um compromisso, amanhã, na capital do Uruguai do Norte.

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O jogo com o Grêmio, adiado da segunda rodada, finalmente será jogado. É uma doideira, não é bonito ficar glosando Renato Gaúcho num momento grave como esse, mas “Flamengo joga de dois em dois dias!” Realmente, tá puxado esse mês, torcedor não tem tempo pra mais nada, é Flamengo 24/7. Mas é bom que aí acaba de uma vez com a muleta do “temos jogos a menos”. Quando voltarmos de Montevideo pro Brasileiro estaremos na mesma rodada que todo mundo. Aí vamos ver quem tem mais garrafa velha pra vender.

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Esse jogo com o Grêmio é o tipo do jogo em que não vale a pena botar nenhum titular em campo. Nem os reservas. Flamengo tem muito a perder e o Grêmio tá precisando tirar 10 pais da forca pra não voltar à Série B. Sem torcida no estádio, com a pressão gigantesca que virá das tribunas, não é impossível que os gremistas entrem em campo numa vibe bélica que não costuma beneficiar o esporte. 

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Seria legal pro Flamengo bater o último prego no caixão deles, divertido. Mas diante da final continental logo ali, não podemos nos perder com infantilidades e colocar em risco a integridade física das nossas estrelas destinadas a brilhos mais intensos e relevantes. Até porque o time reserva do Flamengo é mais do que qualificado pra dar um apavoro no imortal e destruir a semana deles. Vamos torcer, vamos cobrar.

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Rumo ao Enea, ao TRI e ao Bi do Mundo.

Mengão Sempre